INTRODUÇÃO:
ECOLOGIA é a parte da BIOLOGIA que se dedica ao estudo das relações existentes entre os SERES VIVOS e o MEIO AMBIENTE em que eles vivem. A palavra tem origem no grego, pela junção de “OIKOS” (casa) e “LOGOS” (estudo).
O termo ECOLOGIA foi empregado pelo zoólogo alemão ERNST HAECKEL (1834-1919), pela primeira vez, em 1866 em seu trabalho denominado “GENERELLE MORPHOLOGIE DER ORGANISMEN”.
HAECKEL foi médico, professor, biólogo, filósofo, naturalista e artista alemão e um dos grandes admiradores do trabalho de CHARLES DARWIN. Na sua obra, definiu a ECOLOGIA como “o estudo científico das interações entre os organismos e seu ambiente”.
O termo caiu no esquecimento por muito tempo. A partir de 1972, com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na Suécia, quando temas como a SUSTENTABILIDADE e o MEIO AMBIENTE foram amplamente discutidos, a ECOLOGIA passou a fazer parte do vocabulário cotidiano.
Durante a década de 70, surgiram várias ONG’s e outras entidades relacionas à proteção, preservação e defesa da NATUREZA, fazendo a palavra ECOLOGIA se tornar uma ideia ligada diretamente a qualquer tema relacionado ao MEIO AMBIENTE. A palavra foi abreviada para abordar alguma área bem mais específica, como por exemplo, ECOTEMAS.
1 – ECODESIGN
O ECODESIGN, também conhecido como DESIGN AMBIENTAL. É a denominação dada parauma tendência crescente na área da Arquitetura, Engenharia e Design que surgiu por volta de 1977. Seu objetivo é estudar e desenvolver produtos, sistemas e serviços que reduzam, ao máximo, o uso de recursos não renováveis ou que eliminem qualquer forma de IMPACTO AMBIENTAL.
Para tanto, esta modalidade procura sair do sistema tradicional de fabricação de objetos físicos,desenvolvendo projetos criativos para um ambiente construído(residências ou escritórios). O ECODESIGN segue os princípios da SUSTENTABILIDADE social, econômica e ecológica. Ou seja, há interferência das questões ambientais nas decisões tomadas no campo do DESIGN.
A ligação entre DESIGN e ECOLOGIA também surgiu a partir da percepção de que a maior parte dos problemas ambientais resulta dos métodos convencionais da Engenharia, Arquitetura, Design e Manufatura. Em geral, as empresas nunca avaliaram, em detalhes, qualquer DANO AMBIENTAL ao projetar, fabricar, vender e transportar produtos.
OS PRINCÍPIOS DO ECODESIGN: usa requisitos ambientais em todas as suas fases: desde o projeto, com a escolha criteriosa da matéria-prima (materiais alternativos), tecnologia em processos de fabricação para diminuir a geração de resíduos até o planejamento do descarte correto com o mínimo de impactos.
– MATERIAIS: analisar a composição e as propriedades dos materiais (reciclados, de baixo IMPACTO AMBIENTAL ou de produção sustentável), não tóxico e não poluentes.
– EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: minimização do consumo de energia nos processos de fabricação
– QUALIDADE E DURABILIDADE: produzir artigos que durem por mais tempo e que funcionem melhor gerando menor quantidade de lixo.
– MODULARIDADE: criar produtos cujas peças possam ser trocadas em caso de defeito, pois assim não é o produto todo que será substituído (também gera menor quantidade de lixo).
– REUTILIZAÇÃO/REAPROVEITAMENTO: propor objetos feitos com a reutilização ou reaproveitamento de outros permitindo, também, um menor índice de refugos de produção.
2 – ECOEFICIÊNCIA
É a atividade que agrega ações ambientais em todas as áreas de uma empresa. Segue a filosofia de trabalho da GESTÃO AMBIENTAL permitindo que ela seja AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL e lucrativa pela capacidade de combinar desempenho econômico e ambiental através do uso mais inteligente dos recursos. O termo foi criado em 1992 pelo WBCSD (World Business Council for Sustainable Development – Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável).
A ECOEFICIÊNCIA se tornou sinônimo de uma forma de gerenciamento que leva à SUSTENTABILIDADE, e como foi um conceito definido pelo próprio mundo dos negócios, está se popularizando entre os executivos de alto nível. Um sistema ECOEFICIENTE busca reduzir IMPACTOS AMBIENTAIS com a adoção de posturas e equipamentos que otimizem atividades. Desta forma, este sistema consegue produzir mais e melhor, com menores recursos e gerando menor quantidade de resíduos.
A preocupação com o MEIO AMBIENTE é uma tendência mundial. Muitas empresas têm buscado adotar e certificar seus sistemas de GESTÃO AMBIENTAL para reduzir custos e utilizar esta certificação, como diferencial competitivo no mercado.
OS ELEMENTOS DA ECOEFICIÊNCIA
– Minimizar a quantidade de materiais utilizados na fabricação de produtos ou na prestação de serviços.
– Minimizar a intensidade energética para a produção de bens e serviços.
– Minimizar a dispersão de elementos tóxicos.
– Incentivar a reciclagem de materiais.
– Maximizar o uso de recursos renováveis.
– Utilizar materiais de maior durabilidade para aumentar a vida útil dos produtos.
No contexto organizacional, a GESTÃO AMBIENTAL abrange o conceito de ECOEFICIÊNCIA ao produzir mais, com o menor impacto ambiental possível. Ou seja, reduzindo o consumo de recursos naturais e a geração de resíduos.
3 – ECOMARKETING
No fim do Século XX várias empresas começaram a considerar o MEIO AMBIENTE como o caminho da inovação e da busca de diferenciais para um produto/serviço. Ou, até mesmo, o caminho para a construção de uma IMAGEM CORPORATIVA dentro de sua estratégia.
Progressivamente surgiram diversos trabalhos com visão empresarial e ambiental, fazendo a convergência entre os objetivos das organizações e MEIO AMBIENTE: uma nova vertente conhecida como ECOMARKETING (ou MARKETING VERDE).
O TRABALHO DO ECOMARKETING – AMBIENTE EXTERNO: a finalidade é criar campanhas publicitárias ECOLÓGICAS mostrando como as empresas colaboram com o planeta, divulgando produtos/serviços que não agridam a NATUREZA, criando consciência ambiental e combatendo o desperdício. Aos olhos dos consumidores, a imagem e o conceito de organização “ECOLOGICAMENTE CORRETA” causam boa impressão no mercado.
O TRABALHO DO ECOMARKETING – AMBIENTE INTERNO: para que o ECOMARKETING tenha sucesso, é preciso que a empresa tenha CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA e que os objetivos de seus projetos não sejam voltados, somente para o retorno financeiro da campanha publicitária. Isto significa dizer que o processo do ECOMARKETING é mais extenso: ele começa dentro da própria empresa, no AMBIENTE INTERNO.
CRIANDO CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA NA EMPRESA: deverá ser uma parte integrante da CULTURA ORGANIZACIONAL. Os colaboradores (de todos os níveis) devem estar plenamente conscientes de que todas as ações dentro da empresa estão voltadas para a proteção da NATUREZA:
● Criação de produtos que causem o mínimo possível de impacto ambiental.
● Processos de produção.
● Destinação correta de materiais nocivos. Inclui a separação coleta, manejo e remoção de resíduos industriais.
● Adoção de sistemas de descarte, reciclagem, rejeitos etc.
● Campanhas internas (ENDOMARKETING).
● Uso de recursos naturais de forma racional.
● Economia de água e energia.
● Locais apropriados para o lixo.
● Projetos departamentais criados pelas gerencias e pelos funcionários.
● Programas de QVT (QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO).
● Programa 5S.
● Treinamento de todos os funcionários para conhecer o SISTEMA DE SUSTENTABILIDADE da empresa, sua importância e formas de colaboração.
● Incentivos aos programas de pós-consumo para retirar do meio ambiente os produtos, ou partes deles, que possam contaminar o solo, rios etc.
Sendo parte da GESTÃO AMBIENTAL e do MARKETING CORPORATIVO, o ECOMARKETING deve trabalhar para que esta forma de pensamento seja uma atitude constante por parte de todos e vista como um aspecto positivo por parte do mercado.
4 – ECOCIDADANIA
A solução de problemas AMBIENTAIS deve ser entendida em três níveis diferentes: Nível Empresarial, Nível do Poder Público e Nível Individual. É inútil o cidadão comum tecer críticas ao governo e às empresas, sem que ele participe e faça parte da solução.
O Nível Individual é de responsabilidade das pessoas, cidadãos que devem ter atitudes que respeitem mais o MEIO AMBIENTE praticando o consumo consciente.
De acordo com os especialistas, a ideia de ECOCIDADANIA surge a partir da soma da CIDADANIA com a EDUCAÇÃO AMBIENTAL, criando uma reflexão crítica de caráter transformador, na relação entre a sociedade e o MEIO AMBIENTE.
A ECOCIDADANIA deve ser entendida,portanto como a atitude consciente do cidadão em enxergar o MEIO AMBIENTE e o ECOSSISTEMA, no qual ele está inserido com a sua comunidade, como centro de suas atitudes positivas. As ações do indivíduo, sustentadas nos princípios da ECOCIDADANIA, propiciam a melhoria da qualidade de vida da sociedade com base na transformação de seus valores pelo:
● Senso crítico baseado na ética.
● Cuidado com o consumo consciente e sem desperdícios.
● Descarte correto e coleta seletiva.
● Respeito ao o MEIO AMBIENTE e à NATUREZA.
5 – ECOTURISMO
É o segmento do turismo que apresenta maior crescimento e aproveita, de forma responsável e sustentável, o patrimônio que a NATUREZA oferece.
As atividades do ECOTURISMO, além de gerar emprego e renda, têm a possibilidade de promover o bem-estar da população local, auxiliam na conservação do ambiente e possibilitam a formação de uma consciência de caráter ambientalista.
6 – ECOJORNALISMO
O ECOJORNALISMO (ou JORNALISMO AMBIENTAL) começou a ter um destaque maior a partir dos anos 80, com a descoberta do buraco na CAMADA DE OZÔNIO e as primeiras preocupações sobre o impacto das atividades humanas no aumento da temperatura do planeta (o AQUECIMENTO GLOBAL).
Conforme o tema NATUREZA E MEIO AMBIENTE foi se ampliando, a imprensa passou a dedicar espaços, cada vez maiores, às notícias sobre o assunto. Mesmo com esse crescimento e com a especialização dos jornalistas, o tema despertou pouco interesse na mídia convencional, que sempre abordou as questões ambientais de forma ocasional.
Na televisão, alguns programas são em horários de baixa audiência. Entretanto, os principais veículos dedicados ao assunto são as revistas especializadas e os diversos SITES da Internet.
O ECOJORNALISMO também procurou se distanciar das formas do jornalismo tradicional, que habitualmente vincula o MEIO AMBIENTE às questões puramente econômicas. Nesta especialidade, o trabalho jornalístico abrange acontecimentos, comentários e, em geral, também estabelece relações com as questões sociais.
As pautas abordam diversos eventos: desastres ambientais, efeitos das mudanças climáticas, fenômenos naturais, ECOLOGIA, flora, fauna, desmatamento, incêndios florestais, crimes ambientais, sustentabilidade, medidas de empresas ambientalmente corretas, agressões à NATUREZA e todos os seus impactos sobre a população local. O ECOJORNALISMO acompanha a movimentação na política, as decisões legais, medidas tomadas por órgãos públicos e a posição das autoridades envolvidas.
Sugestão de Leitura
COZZO BRUNELLA; BARBERO, SILVIA. Ecodesign. Editora Konemann. Edição 1ª. São Paulo, 2009.
DENCKER, ADA DE FREITAS MANETI; KUNSCH, MARGARIDA MARIA KROHLING. Comunicação e Meio Ambiente. Editora Intercom. São Paulo 1996.
GIRARDI, ILZA M. T; SCHWAAB, REGES. Jornalismo Ambiental: desafios e reflexões. Editora Dom Quixote. Edição 1ª. Porto Alegre 2008.
DIAS, REINALDO. Marketing Ambiental: Ética, Responsabilidade Social e Competitividade nos Negócios. Editora Atlas. Edição 2ª. São Paulo 2014.
PAIVA, TERESA; PROENÇA, REINALDO. Marketing Verde. Editora Almendina. Edição 1ª. São Paulo, 2011.
ALVARENGA, HEMRSON. Ecoturismo – Ferramenta de desenvolvimento Sustentável. Editora Scortecci. Edição 1ª. São Paulo, 2012.
WEARING STEPHEN. Ecoturismo: Impactos, potencialidades e possibilidades. Editora Manole. Edição 1ª. São Paulo, 2014.
LOUREIRO, CARLOS FREDERICO BERNARDO; LAYRARGUES, PHILIPPE POMIER; DE CASTRO, RONALDO SOUZA. Educação ambiental – Repensando o espaço da cidadania. Editora Cortez. Edição 5ª. São Paulo, 2013.