INTRODUÇÃO:
As duas primeiras décadas do Século XX se caracterizaram por grandes mudanças com o automóvel, o avião, a divisão do átomo, com a psicologia, o cinema, a eclosão da I GUERRA MUNDIAL e o fim da Europa tradicional.
Neste ambiente, FREDERICK W. TAYLOR desenvolveu um modelo chamado de ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA que ficou conhecido como TAYLORISMO.
Com certeza, o modelo foi essencial na criação de uma nova ciência, a Administração, e no desenvolvimento do mundo moderno:
● As empresas passaram a produzir muito mais ao deixarem de trabalhar de forma empírica ao abandonar antigos métodos de produção.
● A forma tradicional da sociedade americana também se transformou em uma febre de consumo em função do progresso alcançado.
● Posteriormente o TAYLORISMO se espalhou para outros países.
O que foi criado por TAYLOR não foi original. As bases do TAYLORISMO tiveram evidência empírica sem nenhuma abstração teórica. Ou seja, a ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA surgiu a partir do conhecimento obtido pela lógica, na prática, nas OBSERVAÇÕES e em experiências adquiridas no chão de fábrica.
Um dos maiores méritos da ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA foi disciplinar e colocar ordem no chão-de-fábrica, um ambiente desorganizado, em meio a um caos em que os antigos artesãos (operários) executavam suas atividades sem disciplina e sem método.
Mesmo sem comprovações científicas, o grande diferencial da aplicação de ideias na visão de um engenheiro, foi estabelecer claramente (prescrever) métodos de trabalho substituindo o que era feito por costume ou por tradição pelos operários (os antigos artesãos). TAYLOR empenhou-se mais com o “COMO FAZER”.
A PERSONALIDADE:
Muito do que é considerado como sendo asas bases do TAYLORISMO se deve ao caráter obsessivo e detalhista da personalidade de TAYLOR, um homem tecnicamente hábil, mas sem o menor talento no trato com PESSOAS (subordinados ou superiores).
O CRONÔMETRO:
TAYLOR sempre levava pela fábrica o seu cronômetro medindo de forma neurótica como o tempo foi gasto, verificando a eficiência, controlando o trabalho realizado e o seu custo.
A partir de 1912 esteve inúmeras vezes diante dos políticos em Washington explicando seus métodos. Estas viagens foram desgastantes e abalaram sua saúde a ponto dele contrair pneumonia. Em 21 de Março de 1915, no dia seguinte do seu aniversário, TAYLOR faleceu em um hospital da Filadélfia. Ah… momentos antes de morrer ele não esqueceu de dar corda no seu cronômetro…
AS BASES DO TAYLORISMO
Repartindo Responsabilidades: a Divisão do Trabalho é estabelecida em 3 níveis.
1 – Gerência (Administração): faz o planejamento com o estudo minucioso do trabalho dos operários e o estabelecimento do método para o aumento da PRODUTIVIDADE. TAYLOR demonstrou que a ORGANIZAÇÃO do trabalho era ligada à PRODUTIVIDADE, uma ideia que não era inédita. Apenas era preciso que as empresas praticassem.
2 – Supervisão: da mesma forma em que se efetuou a Divisão do Trabalho e a Especialização para os operários, a Supervisão seguiu o mesmo critério: especializada por áreas e sem ser conduzida por uma autoridade centralizada. A figura do capataz (feitor ou contramestre) ficou no passado. A Supervisão deixa de controlar um grupo de trabalhadores e se torna especializada pelas áreas de TAREFAS. É para controlar o trabalho dos funcionários, prestar assistência contínua, verificar a quantidade produzida e o cumprimento das metas planejadas para a produção.
3 – Execução: com os operários seguindo as orientações com especialização e competência técnica.
SELEÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHADOR:
O trabalhador deve desempenhar TAREFAS que sejam as mais compatíveis com suas aptidões. A seleção deve ser feita de maneira criteriosa e pré-estabelecida e, mesmo assim, a perfeição do trabalho será o resultado de muito TREINAMENTO, adaptação, instrução e experiência. O treinamento melhora eficiência e rendimento.
TEMPO PADRÃO:
Com base numa produção estabelecida (parâmetros de controle da produtividade) o trabalhador deve atingir um mínimo estipulado. O homem, preguiçoso por natureza, tendo o salário garantido produz menos.Para TAYLOR, um trabalhador apenas é motivado por recompensas salariais, econômicas e materiais. Ele busca o trabalho NÃO porque goste dele, mas por que é um meio de sobrevivência e sustento através do salário (o conceito do HOMO ECONOMICUS – o Homem econômico).
Recompensas e sanções financeiras possuem maior peso. Portanto, a remuneração deve ser proporcional à sua produção com planos de incentivos salariais. TAYLOR tinha uma visão muito rigorosa sobre o trabalhador: limitado, mesquinho, preguiçoso, vadio e responsável pelos desperdícios. Os operários deveriam ser controlados através do tempo padrão.
INTERESSES COMUNS:
Os interesses dos funcionários e os da administração podem ser conciliados para um maior grau de eficiência e produtividade. Quanto mais o trabalhador produz, mais aumenta sua remuneração e a produtividade da empresa.
DESENHO DE CARGOS E TAREFAS:
Especifica o conteúdo das TAREFAS de uma determinada função, como executá-las e suas relações com os demais CARGOS.
A importância dada à racionalidade do trabalho do operário é que serviu como base para a ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA. A preocupação com as TAREFAS a serem executadas levou a simplificação dos CARGOS para ter o máximo de ESPECIALIZAÇÃO de cada trabalhador. Assim, de acordo com TAYLOR, o trabalho em grupo era desaconselhável e os trabalhadores não deveriam ter nenhum tipo de autonomia.
SUB TAREFAS:
A especialização do operário prevê que cada TAREFA deve ser dividida no maior número possível de SUB TAREFAS. Quanto menor e mais simples a TAREFA, maior será a habilidade do operário para desempenhá-la. A execução de um movimento simples, repetidas vezes, dará ao funcionário maior velocidade no número de unidades produzidas e elevará seu salário de forma proporcional ao seu esforço.
ÊNFASE NA EFICIÊNCIA:
Para TAYLOR só havia uma única maneira correta de se executar uma TAREFA (THE ONE BEST WAY). A Administração deve efetuar o estudo de TEMPOS E MÉTODOS (Cronômetro versus movimentos), decompondo os movimentos das TAREFAS executadas pelos trabalhadores para chegar a um resultado ideal.
CONDIÇÕES DE TRABALHO:
Conforto e a qualidade do ambiente físico ganharam importância (não por mérito e sim para ganhar produtividade).
Em seus estudos, TAYLOR verificou que as condições do trabalho dos operários interferiam nos resultados. A fadiga humana faz o trabalhador a diminuira produtividade.
A adequação e a disposição dos instrumentos, equipamentos e ferramentas de trabalho são para minimizar esforço e a perda de tempo ao eliminar o desperdício de esforço e movimentos inúteis na execução de TAREFAS e para racionalizar o fluxo da produção.
Diversos outros aspectos foram analisados: o ambiente físico, ruídos, ventilação e iluminação. E também a fadiga passou a ser vista como sendo uma situação que predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade, perda de qualidade, acidentes, doenças e rotatividade de pessoal. Entretanto, o pressuposto TAYLORISTA enxerga o ambiente da empresa como uma máquina e o trabalhador como sendo a sua extensão.
PADRONIZAÇÃO:
Através de seus estudos, TAYLOR se preocupou com a padronização dos métodos e processos de trabalho, máquinas e equipamentos, ferramentas, instrumentos, matérias primas e componentes. Na sua visão, a finalidade era eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. Na prática, ele aplicou métodos científicos para obter uniformidade e redução de custos. Na moderna Administração de Empresas a padronização é conceituada como uma técnica que visa reduzir a variabilidade dos processos de trabalho, sem prejudicar sua flexibilidade. É a principal técnica gerencial para a melhoria do desempenho de processos.
CORREÇÃO DE DESVIOS:
A ideia foi formar um sistema de informações que apresenta os seus dados apenas quando os resultados obtidos na prática são diferentes ou estão longe do previsto em algum programa. TAYLOR só se preocupou com o que ficou aquém do padrão para efetuar as devidas correções (as Exceções).
Sugestão de Leitura
AMBONI, NÉRIO; ANDRADE RUI OTÁVIO B. TGA Teoria Geral da Administração. Editora Makron Books. Edição 1ª. São Paulo, 2007.
MORGAN, GARETH. Imagens da organização. Tradução: Cecília Whitaker Bergamini, Roberto Coda. Editora Atlas. Edição 9ª. São Paulo, 1996.
FLEURY, AFONSO C. C.; VARGAS, NILTON. Organização do Trabalho. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 1983.
ANDRADE, RUI. Teoria Geral da Administração. Editora GEN LTC. Edição 2ª. São Paulo 2011.
ARAÚJO, LUIS CÉSAR DE. Teoria Geral Da Administração: Aplicação e Resultados nas empresas Brasileiras. Editora Atlas. Edição 9ª. São Paulo.