3 – Os Estudiosos do Empreendedorismo

LUIZ ANTÔNIO BERNARDI: é contador, administrador de empresas e tem mestrado em Finanças pela PUC/SP. Por 18 anos atuou como gerente geral, diretor executivo e diretor comercial em diversas empresas.

Como sócio-diretor da WOTS CONSULTORIA, BERNARDI desenvolve desde 1988 pesquisa e consultoria para pequenas e médias empresas e empresas familiares.

BERNARDI afirma que a ideia de um empreendimento surge da observação, da percepção e análise de atividades, tendências e desenvolvimentos, na cultura, na sociedade, nos hábitos sociais e de consumo. As oportunidades detectadas ou visualizadas (racional ou intuitivamente), as necessidades e as demandas prováveis, atuais e futuras e necessidades não atendidas definem a ideia do empreendimento.

OSVALDO ELIAS FARAH: é bacharel em Economia, Mestrado em Administração (FGV) e doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo.

Possui ampla vivência na área de MARKETING e EMPREENDEDORISMO voltado para temas relacionados às estratégias de MARKETING, MARKETING de varejo, EMPREENDEDORISMO, pequenas empresas, redes de empresas, associativismo e arranjos produtivos locais.

FARAH refere-se a um EMPREENDEDOR como o indivíduo que está constantemente em busca de novos métodos, tecnologias e filosofias. O seu propósito é fazer o seu negócio ser sólido, mais sustentável e competitivo no seu mercado de atuação para ter maiores chances de sucesso.

Os EMPREENDEDORES são fundamentais para o desenvolvimento da sociedade e são capazes de criar e aproveitar oportunidades melhorando processos produtivos ou até mesmo desenvolvendo inovações que geram riquezas e aumentam o bem-estar das pessoas.

“… a geração de negócios está diretamente ligada à prosperidade das nações, e a ação empreendedora é o processo dinâmico pelo qual se pode gerar mais riquezas. Essa prosperidade é obtida por pessoas que assumem riscos, em termos de patrimônio, tempo ou comprometimento. Tais pessoas são chamadas de EMPREENDEDORES e podem ser encontradas em diversas situações.” OSVALDO ELIAS FARAH.

FERNANDO DOLABELA: é criador de metodologias voltadas para o ensino do EMPREENDEDORISMO desde a educação básica até a universitária.

É consultor e professor da FUNDAÇÃO DOM CABRAL, ex-professor da UFMG, consultor da CNI-IEL Nacional, do CNPq e de dezenas de universidades. Tem vários trabalhos publicados no Brasil e no exterior.

De acordo com DOLABELA , o EMPREENDEDOR tem atividades dedicadas à geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em MARKETING, Produção, Organização etc. Além da energia e da perseverança, é necessária uma grande dose de PAIXÃO para construir algo a partir do nada e continuar em frente, apesar dos obstáculos, armadilhas e solidão.

O EMPREENDEDOR é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza suas visões. DOLABELA traz fundamentos a respeito do ensino de EMPREENDEDORISMO (a PEDAGOGIA EMPREENDEDORA) e da necessidade de alternativas pedagógicas:

● As empresas precisam de colaboradores que, além de dominar a tecnologia, também conheçam o negócio, saibam ouvir e atender às necessidades do cliente e que possam identificar oportunidades para buscar e gerenciar os recursos.   

Cultura: os valores do nosso ensino não sinalizam para EMPREENDEDORISMO.

Ética: os aspectos éticos que envolvem essa atividade devem ser uma grande preocupação no ensino do EMPREENDEDORISMO

Cidadania: o EMPREENDEDOR deve ser alguém com alto comprometimento com o meio ambiente e a comunidade e com forte consciência social.

No Brasil o tema central do EMPREENDEDORISMO deve ser o desenvolvimento social, tendo como prioridade o combate à miséria, oferecendo-se como um meio de geração e distribuição de renda. Mais do que uma preocupação com o indivíduo, o EMPREENDEDORISMO deve ser relacionado à capacidade de se gerar riquezas acessíveis a todos.

Como geralmente a renda concentrada insiste em não se distribuir, é importante que ela seja gerada já de forma distribuída. É disto que cuida o EMPREENDEDORISMO. É o EMPREENDEDORISMO com uma conotação social, cujo preceito ético é gerar utilidade para os outros.

JOSÉ DORNELAS: é mestre e doutor pela USP e pós-doutor pelo BABSON COLLEGE. É autor de vários livros que se tornaram referência sobre o tema, criou diversas empresas e atualmente preside a Empreende. É um dos maiores especialistas brasileiros em EMPREENDEDORISMO e plano de negócios e um dos conferencistas mais requisitados do Brasil

O EMPREENDEDORISMO é “a identificação de novas oportunidades de negócio, independentemente dos recursos que se apresentam disponíveis ao EMPREENDEDOR”, ou seja, é um processo que uma pessoa desenvolve seu próprio empreendimento, isto é, transforma uma ideia em negócio.

O EMPREENDEDORISMO tem se mostrado um grande aliado do desenvolvimento econômico, pois tem dado suporte a maioria das inovações que tem promovido esse desenvolvimento. As nações desenvolvidas têm dado especial atenção e apoio às iniciativas empreendedoras, por saberem que são à base do crescimento econômico, da geração de emprego e renda.

JOSÉ CARLOS ASSIS DORNELAS faz uma observação interessante: o EMPREENDEDOR de sucesso leva, consigo, ainda, uma característica singular. É o fato de conhecer como poucos a área de atuação da empresa, o que leva TEMPO e requer EXPERIÊNCIA.

GIFFORD PINCHOT III (1942 – ): é um consultor americano em administração, EMPREENDEDOR, autor, inventor e presidente da PINCHOT & COMPANY.

A ele é creditado a criação do conceito do INTRAEMPREGO num artigo que ele e sua esposa escreveram em 1978: INTRA-CORPORATE ENTREPRENEURSHIP. É um EMPREENDEDOR dentro da empresa, conhecido como INTRAEMPREENDEDOR ou EMPREENDEDOR CORPORATIVO.

INTRAPRENEURING: por que você não precisa deixar a empresa para tornar-se um EMPREENDEDOR foi o primeiro livro dos PINCHOTS,  de 1985, descrevendo o conceito de INTRAEMPREENDEDORISMO.

“INTRAPRENEURING” é o INTRAEMPREENDEDOR que as empresas cada vez mais buscam no mercado de trabalho. E não tem sido muito fácil encontrar profissionais com este perfil. São executivos e colaboradores que tenham “postura de dono do negócio”. Profissionais que assumem a responsabilidade pelas inovações dentro de uma organização.  

LOUIS JACQUES FILION: é professor titular e diretor da Cátedra de Empreendedorismo da HEC Montreal que é a escola de negócios da Universidade de Montreal, Canadá.

É um especialista e conferencista nas áreas de EMPREENDEDORISMO, pequenos negócios e trabalho autônomo tendo publicado mais de 100 artigos e livros sobre o assunto. FILION possui larga experiência em EMPREENDEDORISMO e gestão.  Atuou como consultor desde 1981 e é um pesquisador muito conhecido por suas contribuições.

AS VISÕES DE FILION:

VISÕES EMERGENTES: são as ideias de produtos ou serviços que o empreendedor tem em mente antes de se lançar ao empreendimento. É o que ele planeja fazer. É a partir daí que resultam as visões centrais.

VISÕES CENTRAIS: aqui o EMPREENDEDOR vai alocar seus produtos/serviços. A pesquisa procura verificar onde os produtos oferecidos são mais requisitados, com que frequência e que tipo de empresa vai resultar seu planejamento. 

VISÕES COMPLEMENTARES: são referentes à execução e gerenciamento do empreendimento a que o EMPREENDEDOR se dispôs. Se ele tem experiência nesse campo ou área, terá maior facilidade em gerenciar.

De acordo com FILION o EMPREENDEDOR é uma pessoa criativa que capaz de estabelecer e atingir objetivos, uma pessoa que mantém alto nível de consciência no ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios (OBSERVAR) e a INOVAÇÃO constante (DIFERENCIAL).

Um EMPREENDEDOR continua a aprender a respeito de possíveis OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS e a tomar decisões moderadamente arriscadas: “um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. (FILION, 1999, p.19).

Sugestão de Leitura:

DOLABELA, F. O Segredo de Luísa. Editora Sextante. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2008.

DOLABELA, FERNANDO. Oficina do empreendedor. Editora Cultura. Edição 1ª.  Rio de Janeiro, 1999.

DORNELAS, JOSÉ C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Editora Campus. . Edição 3ª.  Rio de Janeiro, 2003.

FARAH, OSVALDO ELIAS; CAVALCANTI, MARLY; MARCONDES, LUCIANA PASSOS. Empreendedorismo estratégico: criação e gestão de pequenas empresas. Editora Cengage Learning. São Paulo, 2008.

BERNARDI, LUIZ A. Manual de Empreendimento e Gestão. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2003. 

FILION, LOUIS J., DOLABELA, F. Boa Ideia! E Agora ? Editora de Cultura. Edição 1ª. São Paulo, 2000.

EMPREENDEDORISMO: “decidir, realizar tarefa difícil e laboriosa” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – 2001).

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