INTRODUÇÃO:
As mudanças de caráter social, econômico e político exercem influências sobre as ORGANIZAÇÕES. Desta forma, os seus processos de COMUNICAÇÃO deixam de ser apenas uma simples tarefa para se tornarem uma parte importante de suas estratégias. Mesmo diante de tantas incertezas que o mercado apresenta, as ações de COMUNICAÇÃO solicitam um planejamento de acordo com as análises e interpretações dos DADOS e INFORMAÇÕES. Assim, é preciso atuar com uma COMUNICAÇÃO efetiva em todas as suas modalidades.
Pela sua amplitude no ambiente organizacional a COMUNICAÇÃO estabelece um jogo de relações bem complexas. Neste ambiente, composto por públicos internos, formados por numerosos EMISSORES e RECEPTORES, é preciso criar vínculos firmes para que haja o intercâmbio correto de INFORMAÇÕES e MENSAGENS.
Em uma organização a COMUNICAÇÃO é elemento essencial com a capacidade de efetuar mudanças, influenciar, interferir, criar relacionamentos, possibilidades e ideias, movimentar, ligar, separar e persuadir através de vários canais. E este fluxo tem um peso enorme pelo papel que desempenha sobre processos decisórios e na geração de resultados.
A COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
A contar da década de 1990 a COMUNICAÇÃO nas organizações muda de entendimento. A partir da compreensão de que, quem detém a informação detém o poder, a COMUNICAÇÃO deixou de ser identificada como uma tarefa particularmente operacional e descartável só com a missão de passar INFORMAÇÕES para frente.
COMUNICAR É MUITO MAIS DO QUE INFORMAR A COMUNICAÇÃO associada à INFORMÁTICA se torna função estratégica ao integrar todas as áreas e departamentos da ORGANIZAÇÃO.
A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL se torna importante no trabalho dos GESTORES e de sua EQUIPE. Ela se transformar em ferramenta gerencial nos processos de TOMADA DE DECISÃO e no andamento dos negócios. E, a partir dos anos 90, as ORGANIZAÇÕES tiveram que aprender a trabalhar com este novo papel assumido pela COMUNICAÇÃO em tempos de GLOBALIZAÇÃO. As ORGANIZAÇÕES se transformaram e nesta MUDANÇA tiveram que…
…favorecer o desenvolvimento de um ambiente positivo, produtivo e com visão voltada para desempenho, inovação, criatividade e realização pessoal de seus colaboradores.
…remover obstáculos e combater RUÍDOS que tradicionalmente prejudicam a correta transmissão de INFORMAÇÕES.
…entender que a COMUNICAÇÃO bem efetuada preserva CONHECIMENTOS de maneira a eliminar ou, pelo menos, amenizar conflitos.
…aceitar que a COMUNICAÇÃO (bem construída ou não) reflete por completo a CULTURA ORGANIZACIONAL e, portanto, suas formas de trabalho, seus valores e os comportamentos do seu material humano.
…usar a COMUNICAÇÃO na construção de um conceito de empresa como uma entidade homogénea e harmônica que consegue combinar vários interesses impedindo que ela se desintegre.
…aproveitar a COMUNICAÇÃO para causar internamente um processo benéfico de sinergia.
…repensar a COMUNICAÇÃO de modo estratégico. Ela não é exclusividade do ambiente interno visando eficiência organizacional. Além-muros existem diversos públicos com quem a organização precisa ter contato – ela precisa se comunicar.
…utilizar a COMUNICAÇÃO de modo mais abrangente. Agora é vital atender aos clientes com perfis e necessidades diferentes e, uma forma convencional e costumeira de COMUNICAÇÃO não vai surtir o mesmo efeito para todos.
…tornar a COMUNICAÇÃO mais ampla. O trabalho para divulgar produtos, serviços e marcas já não é mais o suficiente. A função da COMUNICAÇÃO agora trabalha imagem da empresa, abre canais de diálogo, atende, fala com o público, participa, age com RESPONSABILIDADE AMBIENTAL e RESPONSABILIDADE SOCIAL. Estes temas vão contribuir para construir sua credibilidade e render resultados.
A TRANSFORMAÇÃO
No ambiente organizacional os problemas de COMUNICAÇÃO são antigos. Desde que a Administração se tornou ciência com os métodos do Taylorismo (1911), as novas formas de trabalho começaram a exigir controles e informações. Ao mesmo tempo, também exigiu uma COMUNICAÇÃO que funcionasse de modo a garantir a perfeição nos processos.
E a COMUNICAÇÃO na Administração sempre foi foco de estudos de psicólogos, executivos, especialistas em relacionamento humano, professores, COACHERS etc. Elesque vem se dedicando e pesquisas e estudos do ambiente de trabalho há interações sociais que, obrigatoriamente, funcionam à base de COMUNICAÇÃO.
Quanto ao material humano, em qualquer nível da hierarquia é inútil ter uma equipe competente e desinformada por falhas de comunicação. O desgaste é grande na motivação, no CLIMA ORGANIZACIONAL e é difícil haver um alinhamento correto com os negócios da empresa. E esta situação instável também gera conflitos entre os colaboradores.
Mesmo com o os melhores softwares, hardwares, internet, celulares e GADGETS, ainda estamos longe de dominar ou entender a comunicação dentro das ORGANIZAÇÕES.
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Recentemente foram desenvolvidas algumas abordagens novas que mostram a importância que a COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ganhou em função do movimento dos negócios. É perceptível a preocupação entre os estudiosos em encontrar uma definição ou uma forma absoluta para caracterizar a COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL e os limites de sua abrangência. Mas, dependendo do ponto de vista de cada autor a compreensão dos termos que compõem a COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL é diferente. Mas, de maneira geral o conceito mais aceito sobre o tema é entendido como:
● Todas as formas de COMUNICAÇÃO utilizadas pelas ORGANIZAÇÕES.
● São todas as formas de COMUNICAÇÃO dentro das ORGANIZAÇÕES para relacionar-se e interagir com seus públicos (interno e externo).
● A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL é a forma que aborda todas as formas: INSTITUCIONAL, INTERNA, ADMINISTRATIVA e MERCADOLÓGICA. Portanto, extrapola o ambiente exclusivamente interno de uma ORGANIZAÇÃO.
● A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL abrange toda ação, atividade, estratégia, produto e processo da empresa ou organização para reforçar imagem junto aos seus públicos de interesse (consumidores, colaboradores, políticos, empresários, acionistas e os demais que possam ser considerados com seus STAKEHOLDERS).
Boa parte dos autores denomina a COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL como sendo sinônimo de COMUNICAÇÃO CORPORATIVA, COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL e COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL. Entretanto, de acordo com MARGARIDA KUNSCH, o uso da denominação ORGANIZACIONAL tem maior extensão por que vai além do conceito que se entende por EMPRESA. O termo ORGANIZACIONAL engloba qualquer modalidade: escolas, igrejas, fundações, autarquias, ONGs, associações, organizações públicas ou privadas.
O PAPEL DOS GESTORES
O principal papel do GESTOR é ser o DISSEMINADOR das INFORMAÇÕES através de uma COMUNICAÇÃO bem executada. Para assumir este papel, é necessário estar em contínua interação com os elementos da sua EQUIPE, com outros GESTORES, com clientes internos, clientes externos, fornecedores e demais STAKEHOLDERS.
COMUNICAÇÃO INTEGRADA
Nos últimos anos o estudo sobre COMUNICAÇÃO passou por fortes mudanças que enxergaram outras DIMENSÕES e dividiram o tema ORGANIZACIONAL em TRÊS FORMAS. Estão relacionadas entre si e entendidas como ferramentas de eficácia e produtividade. Independente da conceituação e da visão dos autores, as abordagens poderão apresentar algumas diferenças no entendimento:
1 – COMUNICAÇÃO INTERNA
2 – COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
3 – COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA
A COMUNICAÇÃO INTEGRADA é o resultado da soma das TRÊS FORMAS contidas na COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL onde cada uma delas age sobre a outra e qualquer tipo de interferência numa delas vai afetar o TODO. E outros estudiosos desenvolveram outra visão sobre o tema considerando a Comunicação Interpessoal, Comunicação Formal, Comunicação Informal, Comunicação Estratégica, Comunicação Assertiva, Comunicações Horizontais, Comunicação Ascendente, Comunicação Descendente e Comunicação Não Violenta.
BASES DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
● Ética: ter práticas corretas na condução dos negócios
● Transparência: informar de forma simples, direta, verdadeira e sem contradições.
● Responsabilidade social: é a gestão conduzida por uma relação ÉTICA e TRANSPARENTE de uma ORGANIZAÇÃO diante da comunidade e com todos os públicos com os quais ela se relaciona. Inclui metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável, preservação da diversidade social, práticas de inclusão e a redução de desigualdades.
A comunicação assertiva aumenta a capacidade de influência e persuasão, permite maior conexão entre as pessoas, promove diálogos mais abertos e transparentes, torna os relacionamentos mais colaborativos e saudáveis, as reuniões mais rápidas e produtivas e as apresentações mais dinâmicas e envolventes. DÉBORA BRUM.
“O hiato de comunicação dentro das instituições e entre grupos da sociedade vem aumentando continuamente – a ponto de ameaçar tornar-se um abismo intransponível de total desentendimento. Nesse meio tempo ocorre uma verdadeira explosão informativa. Todo profissional e todo executivo […] de repente têm acesso a informações numa abundância inexaurível […] Temos uma porção de respostas. Mas, a única coisa clara até agora e que ninguém realmente tem uma resposta”. PETER DRUCKER
“É preciso notar que nem toda a COMUNICAÇÃO, entendida como troca de mensagens, comporta INFORMAÇÃO”. JORGE PEDRO SOUSA
“Informar não é Comunicar. A INFORMAÇÃO é a mensagem”. DOMINIQUE WOLTON
Sugestão de Leitura
KUNSCH, MARGARIDA MARIA KROHLING. Comunicação Organizacional Estratégica: aportes conceituais e aplicados. Editora Summus. Edição 1ª. São Paulo, 2016.
ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento Organizacional. Editora Pearson Prentice Hall. Edição 11ª. São Paulo., 2005.
FORNI, JOÃO J. Gestão de Crises e Comunicação. Editora Atlas. Edição 2ª. São Paulo, 2015.
BALDISSERA, RUDIMAR. Comunicação Organizacional: o treinamento de recursos humanos como rito de passagem. Editora Unisinos. São Leopoldo, 2000.
MARCHIORI, MARLENE. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização. Editora Difusão. Edição 2ª. São Caetano do Sul, 2008.
MARCHIORI, MARLENE. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a Organização.Editora Difusão. Edição 2ª. São Caetano do Sul, 2017.
MARCONDES FILHO, C. Até que ponto, de fato, nos comunicamos? Uma reflexão sobre o processo de individuação e formação. Editora Paulus São Paulo, 2004.
TORQUATO, GAUDÊNCIO. Tratado de comunicação organizacional e política. Editora Cengage Learning. Edição 2ª. São Paulo, 2010.
TERRA, CAROLINA; DREYER, BIANCA M; RAPOSO, JOÃO FRANCISCO. Comunicação Organizacional: Práticas, desafios e perspectivas digitais. Editora Summus. Edição 1ª. São Paulo, 2021.
BRUM, DÉBORA. Comunicação Assertiva – Aprenda a arte de falar e influenciar. Editora Literare Books International. Edição 1ª. São Paulo, 2021.