9 – Teoria Comportamental – Stacy Adams

INTRODUÇÃO:

O AMBIENTE LABORAL possui as mais diversas situações onde se mesclam indivíduos com sua carga de experiências e de conhecimentos. São os COLABORADORES: pessoas que trabalham dando o andamento às ações que farão a empresa alcançar seus objetivos e que também trabalham para poder chegar aos seus objetivos individuais.

Porém, esta descrição que traz em si uma ideia de temperança, dificilmente corresponde à realidade. Os relacionamentos entre as pessoas possuem diferenças sutis (ou não) que influenciam os níveis de competição. E é quase impossível deixar de existir comparações e julgamentos em relação aos méritos de cada um dos participantes. 

STACY ADAMS, um psicólogo americano, notou que esta situação representava um aspecto pouco abordado no AMBIENTE LABORAL. Em 1963 desenvolveu e  apresentou a TEORIA DA EQUIDADE (ou TEORIA DO EQUILÍBRIO) explicando como os indivíduos percebem e comparam com outras pessoas no trabalho as suas “ENTRADAS” e suas “SAÍDAS”.

STACY ADAMS

É psicólogo comportamental nascido em Bruxelas. Durante a II GUERRA MUNDIAL serviu na marinha americana e, posteriormente, se tornou bacharel em Artes pela UNIVERSIDADE DO MISSISSIPPI (1948), mestre em Artes na UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO NORTE (1955) e Doutor em Filosofia (1957). Entre 1948 e 1953 foi Vice Chefe na área de Pesquisa de Atitude no Exército dos EUA, lecionou na STANFORD UNIVERSITY entre 1957 e 1960 e trabalhou como consultor da GENERAL ELECTRIC de 1960 a 1967.

O seu estudo teve como base no critério que um funcionário tem sobre as recompensas que ele recebe, comparativamente com as recompensas que outros funcionários recebem pela mesma tarefa ou pelos mesmos resultados. Apresentou a TEORIA DA EQUIDADE da motivação dos funcionários, abordando a tendência de nos compararmos com nossos pares. STACY ADAMS explicou que o nosso senso de como somos tratados no trabalho vem da nossa percepção das recompensas dos demais.

JOHN STACY ADAMS (1925 – ) afirma que a MOTIVAÇÃO, o desempenho e a satisfação de um funcionário sofrem influências da avaliação subjetiva que ele faz das relações entre sua própria ideia de ESFORÇO X RECOMPENSA e a razão de ESFORÇO X RECOMPENSA dos outros em situações similares.

Na TEORIA DA EQUIDADE há dois princípios principais. Em primeiro lugar, é preciso que haja o equilíbrio entre nossas “ENTRADAS” de trabalho (o esforço, conhecimento, habilidades e compromisso) e as “SAÍDAS” (a recompensa – é o que é recebido em troca e inclui a remuneração e o reconhecimento). Em segundo lugar, os colaboradores precisam se sentir tratados de forma justa em comparação com os demais. 

STACY ADAMS dá ênfase à percepção do indivíduo sobre a JUSTIÇA relativa sobre a o seu relacionamento com a empresa e analisa a proporção entre os dois princípios. Outro elemento a ser e discutido é como os funcionários comparam sua proporção em relação aos demais colegas no mesmo patamar, com os quais sentem e julgam que deveriam ter paridade. Se os funcionários sentirem que sua própria proporção não está bem equilibrada, eles olharão para esses referentes e vão comparar suas recompensas. 

MOTIVAÇÃO quando um indivíduo tem a percepção exata de que a compensação pelos seus esforços (salário, bonificação, reconhecimento público, promoção, transferências) é justa por parte da ORGANIZAÇÃO. A medida da JUSTIÇA é o resultado da COMPARAÇÃO entre a sua recompensa recebida e a recompensa de outra pessoa que se esforçou da mesma maneira.

INJUSTIÇA-NEGATIVA

O indivíduo, ao notar que vem recebendo uma recompensa MENOR que outro que se esforçou da mesma maneira, ele ficará DESMOTIVADO. As principais consequências são: a redução no nível de esforço e de interesse, distorção nos resultados, mudança de setor ou até mesmo de emprego, má influência sobre o GRUPO etc.

INJUSTIÇA-POSITIVA

Quando o indivíduo nota que a sua compensação é acima da recebida pelas outras PESSOAS a sua MOTIVAÇÃO será maior. Se a COMPENSAÇÃO FOR JUSTA, seu rendimento permanecerá igual. 

Quando as pessoas se sentem tratadas de forma JUSTA ou vantajosa, é bem provável que elas se sintam motivadas.

Quando as pessoas se sentem tratadas de forma INJUSTA ou desvantajosa, elas são altamente propensas ao sentimento de insatisfação e DESMOTIVAÇÃO.

Os funcionários procuram equilibrar os insumos que trazem para um trabalho e os resultados que recebem dele em comparação com os insumos e resultados percebidos de outras pessoas. A ideia na TEORIA DA EQUIDADE é que as pessoas valorizem o tratamento justo, o que as motiva a manter a justiça formada nas relações de seus colegas de trabalho e da organização.

EQUIDADE INTERNA: é a COMPARAÇÃO do indivíduo com outros da mesma ORGANIZAÇÃO que tem funções similares.

EQUIDADE EXTERNA: é a COMPARAÇÃO do indivíduo com outros indivíduos (com funções semelhantes) que trabalham em outras empresas.

A PERCEPÇÃO DA INEQUIDADE

A EQUIDADE é SUBJETIVA. O que pode parecer justo para o GESTOR, pode não parecer justo para o subordinado. Por isso, a maior importância recai sobre o que o AMBIENTE percebe como justo e não sobre o que o GESTOR define como sendo justo. 

É fundamental que os GESTORES não esqueçam que, na maioria das vezes, uma INEQUIDADE sem importância no seu ponto de vista, pode representar uma grande INJUSTIÇA para aqueles que são afetados diretamente.

Um indivíduo pode fazer uma COMPARAÇÃO e verificar a INEQUIDADE em diversas situações, como por exemplo, a falta de clareza e critério ao se estabelecer as regras, na definição das funções, nas promoções e transferências,  nos elogios públicos e, principalmente, nos níveis de remuneração.

Então, para o GESTOR é necessário criar formas para motivar a todos mostrando a cada um que eles têm valor e merecem o reconhecimento. Caso contrário, eles se sentirão desmotivados e não terão interesse em apresentar seu potencial máximo no trabalho.

INPUTS E OUTPUTS

A COMPARAÇÃO pode ser feita ao se analisar a relação entre os INPUTS (entradas)e os OUTPUTS (saídas).

CUIDADO: qualquer funcionário, automaticamente, faz comparações com os colegas que têm as funções similares às suas para verificar se eles estão em nível de igualdade (em equilíbrio), em termos de reconhecimento, benefícios e competências. Porém, esta análise precisa, a princípio, ser feita pelo próprio GESTOR.

A MOTIVAÇÃO

STACY ADAMS aborda a percepção das INJUSTIÇAS.  A EQUIDADE acontece quando há o entendimento de uma situação em que houve JUSTIÇA: as recompensas devem ser proporcionais aos esforços de cada um.  

O nível de MOTIVAÇÃO do funcionário é resultado da SATISFAÇAO em relação ao que ele recebe em troca do esforço que fez. As pessoas julgam a JUSTIÇA de suas recompensas em comparação com as recompensas recebidas por outras pessoas ou com alguma outra proporção de esforço e recompensa. 

Quando as pessoas acreditam que houve uma INJUSTIÇA, elas ficam tensas e mudam o seu comportamento: podem fazer isso reduzindo sua contribuição (diminuindo o esforço por DESMOTIVAÇÃO) ou procurando aumentar seus resultados. Um senso de JUSTIÇA é, portanto, o resultado da igualdade entre as duas relações.

OS QUATRO MECANISMOS

A TEORIA DA EQUIDADE é baseada em quatro mecanismos propostos para motivar ou desmotivar os colaboradores:

1 – Os indivíduos buscam maximizar seus resultados, definidos como recompensas menores custos.

2 – Os grupos têm potencial para maximizar as recompensas coletivas ao desenvolver sistemas aceitos para a distribuição equitativa (JUSTA) de recompensas entre os membros participantes. Os sistemas de EQUIDADE evoluirão dentro dos grupos e os membros tentarão induzir os outros a aceitar e aderir a esses sistemas. A única maneira de os grupos induzirem seus membros a se comportarem de forma EQUITATIVA é tornando mais lucrativo agir de forma EQUITATIVA do que desigual. Assim, os grupos geralmente recompensam os membros que tratam os outros de forma igual e, em geral, criam punições para os que tratam os outros de forma desigual.

3 – Segundo a TEORIA DA EQUIDADE, tanto o indivíduo que recebe maior recompensa e o indivíduo que recebe menor recompensa ficam em um estado de angústia (desconforto).  Quem recebe muito pode sentir culpa ou vergonha e quem recebe pouco pode se sentir frustrada.

4 – Os indivíduos que notam que estão em uma relação em desequilíbrio (INJUSTA) procuram eliminar o seu desconforto restaurando a EQUIDADE. Assim, quanto maior a desigualdade, mais os indivíduos lutam para restaurar a EQUIDADE.

Sugestão de Leitura

BERGAMINI, CECÍLIA W. Motivação nas Organizações – Nem todos fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. Editora Atlas. Edição 7ª. São Paulo, 2018.  

VALPIANA, LARISSA; WALGER, CAROLINA, BARBOZA, MARIANA MONFORT. Motivação e Satisfação no Trabalho: em busca do bem-estar de indivíduos e organizações. Editora InterSaberes. Edição 1ª. Curitiba, 2014. 

SILVA, WALMIR RUFINO RODRIGUES. Motivação nas Organizações. Editora Atlas. São Paulo, 2007.

Deixe um comentário