INTRODUÇÃO:
Um dos maiores problemas dentro do EMPREENDORISMO é que muitos indivíduos se lançam e se arriscam sem o respaldo de uma PESQUISA. Por mais simples que ela seja, é um indicador precioso para minimizar o RISCO do negócio. Sem nenhuma dúvida, é primordial conhecer o que os consumidores desejam e se a IDEIA DE NEGÓCIO tem possibilidades reais de prosperar. A princípio, a IDEIA pode parecer muitoboa na mente do EMPREENDEDOR, mas, será que é viável?
A PESQUISA deve verificar a VALIDADE e a VIABILIDADE de uma IDEIA DE NEGÓCIO e responder questões importantes. O resultado trará esclarecimentos e permitir conhecer potenciais consumidores (PÚBLICO ALVO – PROSPECTS): preferências, intenções de compra, desejos, necessidades e o conhecimento sobre o comportamento, a realidade e as tendências de um dado mercado.
ANALISAR A SITUAÇÃO
Outras INFORMAÇÕES pertinentes para analisar toda a situação, consideram as práticas dos concorrentes, o tamanho da demanda potencial, prováveis fornecedores, tecnologia necessária e, dentro do possível, um teste com o produto/serviço. A PESQUISA também poderá revelar as reformulações e alternativas para a IDEIA DE NEGÓCIO, antecipar soluções e ser a base para ESTRATÉGIAS e a TOMADA DE DECISÃO.
É preciso que o EMPREENDEDOR pesquise e conheça o mercado no qual ele pretende atuar. Não adianta considerar a ideia genial sem estar a par das necessidades dos consumidores. Nesta etapa também será muito interessante ter contato com pessoas especializadas no setor, as opiniões de possíveis clientes, fornecedores, investidores e ler muito a respeito do assunto.
Na análise da VIABILIDADE de um produto/serviço, o EMPREENDEDOR tem que verificar se a PESQUISA comprova que a IDEIA DE NEGÓCIO irá resolver algum problema dos consumidores, os prováveis similares no mercado, quais os diferenciais, os pontos favoráveis e concluir se a IDEIA, realmente, é competitiva e se apresenta alguma inovação.
3. DEFINIR O PÚBLICO-ALVO
Após estabelecer o PROBLEMA e os OBJETIVOS da PESQUISA, o desenvolvimento do plano de trabalho vai estabelecer quem são os potenciais consumidores (o PÚBLICO-ALVO ou TARGET GROUP).
3.1 – Público-alvo: é impossível para o EMPREENDEDOR vender para uma população total. É necessário conhecer quem compra ou quem compraria o produto/serviço da IDEIA DE NEGÓCIO.
O PÚBLICO-ALVO é uma parcela da sociedade, com características em comum, que poderiam ter interesse no produto/serviço. Assim, pode ser estabelecida uma parte da população como uma AMOSTRA.
CRITÉRIOS:
A – Perfil – Estratificar a amostra: sexo – Faixa etária – Estado civil – Nível de renda – Profissão – Localização – Grau de escolaridade – Religião.
B – Hábitos de consumo: frequência e volume de compra – produtos/serviços consumidos – interesse pela IDEIA DE NEGÓCIO.
C – Identificar demais variáveis: aspectos de maior influência na decisão de compra e consumo de produtos/serviços (variedade, qualidade, disponibilidade) – preços (preços praticados pelos concorrentes, formas de pagamento, descontos) – Formas de divulgação – Identificar formas de satisfação e de fidelização.
D – Instalações: Ponto de venda (localização, LAY OUT, limpeza, prateleiras, móveis, utensílios, iluminação, comodidade – odorização, som ambiente, sinalização, disposição de produtos, fachada, totens, vitrines, manutenção) – Estacionamento – Segurança – Sistema de entrega (DELIVERY) – Qualidade de atendimento (rapidez, uniformidade) – Tecnologias (HARDWARE e SOFTWARES).
E – Outras variáveis: fornecedores potenciais e as alternativas de suprimento.
3.2 – Objetivo primário: verificar a VIABILIDADE de uma IDEIA DE NEGÓCIO.
3.3 – Objetivos secundários: identificar CLIENTES POTENCIAIS e suas preferências ou outros detalhes em relação a IDEIA DE NEGÓCIO. O OBJETIVO SECUNDÁRIO amplia o alcance do OBJETIVO PRIMÁRIO ao obter muitos detalhes importantes sobre aspectos que poderão ser pesquisados à parte em trabalhos futuros.
4. DEFINIR A AMOSTRA
Para a PESQUISA, a definição da AMOSTRA tem por finalidade identificar a parcela de público para quem a pesquisa será aplicada. Não é possível abordar todas as pessoas, e, portanto, é preciso determinar uma parte do mercado como uma AMOSTRA que seja representativa.
A AMOSTRA REPRESENTATIVA é um número pequeno e controlável de pessoas que reflete, com a maior precisão possível, um grupo maior.
É obrigatório que ela seja muito bem definida. Caso contrário haverá imprecisões, desperdício de tempo e recursos ao captar INFORMAÇÕES de uma população fora do interesse do projeto e sem as características importantes a serem identificadas. A coleta de respostas de pessoas, fora do interesse do projeto, inutilizará todo o trabalho.
Quantas pessoas serão entrevistadas? Quanto maior a AMOSTRA da população, maior será a possibilidade que ela seja equilibrada e verdadeiramente representativa. Quanto maior o tamanho da AMOSTRA da população, maior o tempo e o custo do trabalho. Assim, para o EMPREENDEDOR que em geral tem limitações de tempo e recursos, a PESQUISA deverá ser realizada dentro das suas condições e possibilidades.
5. DEFINIR MÉTODO DE PESQUISA
Em função do OBJETIVO, do tipo de INFORMAÇÃO a ser coletada, do público alvo, prazo e recursos, há a possibilidade do uso de duas alternativas como MÉTODO DE PESQUISA:
5.1 – Pesquisa QUANTITATIVA: este método trabalha com indicadores numéricos para medir opiniões, atitudes e preferências, estimar o potencial ou volume de vendas e para medir o tamanho e a importância de segmentos de mercado.
A PESQUISA QUANTITATIVA aplica QUESTIONÁRIOS estruturados onde são feitas as mesmas perguntas a todos os participantes da sondagem. Para ser efetivo, o método requer que se determine o perfil e o tamanho do PÚBLICO ALVO a ser pesquisado.
5.2 – Pesquisa QUALITATIVA: este método de pesquisa é utilizado para conhecer a percepção dos entrevistados, porém, sem quantifica-los. O interesse está nas avaliações intangíveis que, geralmente, distinguem percepções a respeito de produtos/serviços, marcas e empresas.
6. A COLETA DE DADOS
6.1 – A escolha do MÉTODO: esta etapa vai requerer do EMPREENDEDOR a decisão sobre o mecanismo (o MÉTODO) para a COLETA DE DADOS. Existem alternativas disponíveis para obter DADOS de clientes potenciais seguindo o OBJETIVO e de acordo com a AMOSTRA REPRESENTATIVA.
A PESQUISA poderá ser por QUESTIONÁRIOS respondidos em abordagem direta, entrevistas, e-mail, Softwares de PESQUISA ONLINE ou pelas redes sociais. A tarefa pode solicitar dias, semanas ou mesmo meses em função do tamanho da AMOSTRA e do MÉTODO de coleta.
6.2 – A coleta de DADOS: após a escolha do MÉTODO a ser empregado e da definição correta daAMOSTRA REPRESENTATIVA, o próximo passo é a criação de um QUESTIONÁRIO.
“Procure identificar-se com a ideia e a oportunidade de negócio. Algumas perguntas cabem nesse caso: você está disposto a largar o emprego atual para encarar o desafio, mesmo sabendo que pode ficar anos sem receber uma remuneração compatível com a que recebia antes, os mesmos benefícios e regalias? Essa é a oportunidade de sua vida? Você se vê trabalhando nesse ramo de negócios e explorando essa oportunidade daqui a cinco, dez ou quinze anos?… Você conhece pessoas que fizeram algo semelhante e já foi conversar com elas a respeito?” JOSÉ DORNELAS. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Atlas. São Paulo, 2016 (Pg. 63).
Sugestão de Leitura
SERTEK, PAULO. Empreendedorismo. Editora InterSaberes. Edição 1ª. Curitiba, 2012.
CASÉRIO, GABRIELLA; BEZERRA, CARINA; PALAZZI,VANESSA e outras. Empreendedorismo feminino: Transformando ideias em negócios modelos e práticas. Editora Gregory. Edição 1ª. São Paulo, 2019.
WALLIS, IAN. As 50 melhores ideias de negócios dos últimos 50 anos. Editora Best Seller. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2013.
DORNELAS, JOSÉ. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Editora Empreende Atlas. Edição 6ª. São Paulo, 2016.