6 – Pesquisando a Ideia de Negócio

INTRODUÇÃO:

Um dos maiores problemas dentro do EMPREENDORISMO é que muitos indivíduos se lançam e se arriscam sem o respaldo de uma PESQUISA. Por mais simples que ela seja, é um indicador precioso para minimizar o RISCO do negócio. Sem nenhuma dúvida, é primordial conhecer o que os consumidores desejam e se a IDEIA DE NEGÓCIO tem possibilidades reais de prosperar. A princípio, a IDEIA pode parecer muitoboa na mente do EMPREENDEDOR, mas, será que é viável? 

A PESQUISA deve verificar a VALIDADE e a VIABILIDADE de uma IDEIA DE NEGÓCIO e responder questões importantes. O resultado trará esclarecimentos e permitir conhecer potenciais consumidores (PÚBLICO ALVO PROSPECTS): preferências, intenções de compra, desejos, necessidades e o conhecimento sobre o comportamento, a realidade e as tendências de um dado mercado.

ANALISAR A SITUAÇÃO

Outras INFORMAÇÕES pertinentes para analisar toda a situação, consideram as práticas dos concorrentes, o tamanho da demanda potencial, prováveis fornecedores, tecnologia necessária e, dentro do possível, um teste com o produto/serviço. A PESQUISA também poderá revelar as reformulações e alternativas para a IDEIA DE NEGÓCIO, antecipar soluções e ser a base para ESTRATÉGIAS e a TOMADA DE DECISÃO.

É preciso que o EMPREENDEDOR pesquise e conheça o mercado no qual ele pretende atuar. Não adianta considerar a ideia genial sem estar a par das necessidades dos consumidores. Nesta etapa também será muito interessante ter contato com pessoas especializadas no setor, as opiniões de possíveis clientes, fornecedores, investidores e ler muito a respeito do assunto.  

Na análise da VIABILIDADE de um produto/serviço, o EMPREENDEDOR tem que verificar se a PESQUISA comprova que a IDEIA DE NEGÓCIO irá resolver algum problema dos consumidores, os prováveis similares no mercado, quais os diferenciais, os pontos favoráveis e concluir se a IDEIA, realmente, é competitiva e se apresenta alguma inovação.

3. DEFINIR O PÚBLICO-ALVO

Após estabelecer o PROBLEMA e os OBJETIVOS da PESQUISA, o desenvolvimento do plano de trabalho vai estabelecer quem são os potenciais consumidores (o PÚBLICO-ALVO ou TARGET GROUP).

3.1 – Público-alvo: é impossível para o EMPREENDEDOR vender para uma população total. É necessário conhecer quem compra ou quem compraria o produto/serviço da IDEIA DE NEGÓCIO.

O PÚBLICO-ALVO é uma parcela da sociedade, com características em comum, que poderiam ter interesse no produto/serviço. Assim, pode ser estabelecida uma parte da população como uma AMOSTRA.

CRITÉRIOS:

A – Perfil – Estratificar a amostra: sexo – Faixa etária – Estado civil – Nível de renda – Profissão – Localização – Grau de escolaridade – Religião.

B – Hábitos de consumo: frequência e volume de compra – produtos/serviços consumidos – interesse pela IDEIA DE NEGÓCIO.

C – Identificar demais variáveis: aspectos de maior influência na decisão de compra e consumo de produtos/serviços (variedade, qualidade, disponibilidade) – preços (preços praticados pelos concorrentes, formas de pagamento, descontos) – Formas de divulgação – Identificar formas de satisfação e de fidelização.

D – Instalações: Ponto de venda (localização, LAY OUT, limpeza, prateleiras, móveis, utensílios, iluminação, comodidade – odorização, som ambiente, sinalização, disposição de produtos, fachada, totens, vitrines, manutenção) – Estacionamento – Segurança – Sistema de entrega (DELIVERY) – Qualidade de atendimento (rapidez, uniformidade) – Tecnologias (HARDWARE e SOFTWARES).

E – Outras variáveis: fornecedores potenciais e as alternativas de suprimento.

3.2 – Objetivo primário: verificar a VIABILIDADE de uma IDEIA DE NEGÓCIO.

3.3 – Objetivos secundários: identificar CLIENTES POTENCIAIS e suas preferências ou outros detalhes em relação a IDEIA DE NEGÓCIO. O OBJETIVO SECUNDÁRIO amplia o alcance do OBJETIVO PRIMÁRIO ao obter muitos detalhes importantes sobre aspectos que poderão ser pesquisados à parte em trabalhos futuros.

4. DEFINIR A AMOSTRA

Para a PESQUISA, a definição da AMOSTRA tem por finalidade identificar a parcela de público para quem a pesquisa será aplicada. Não é possível abordar todas as pessoas, e, portanto, é preciso determinar uma parte do mercado como uma AMOSTRA que seja representativa. 

A AMOSTRA REPRESENTATIVA é um número pequeno e controlável de pessoas que reflete, com a maior precisão possível, um grupo maior.

É obrigatório que ela seja muito bem definida. Caso contrário haverá imprecisões, desperdício de tempo e recursos ao captar INFORMAÇÕES de uma população fora do interesse do projeto e sem as características importantes a serem identificadas. A coleta de respostas de pessoas, fora do interesse do projeto, inutilizará todo o trabalho.

Quantas pessoas serão entrevistadas? Quanto maior a AMOSTRA da população, maior será a possibilidade que ela seja equilibrada e verdadeiramente representativa. Quanto maior o tamanho da AMOSTRA da população, maior o tempo e o custo do trabalho. Assim, para o EMPREENDEDOR que em geral tem limitações de tempo e recursos, a PESQUISA deverá ser realizada dentro das suas condições e possibilidades.

5. DEFINIR MÉTODO DE PESQUISA

Em função do OBJETIVO, do tipo de INFORMAÇÃO a ser coletada, do público alvo, prazo e recursos, há a possibilidade do uso de duas alternativas como MÉTODO DE PESQUISA:

5.1 – Pesquisa QUANTITATIVA: este método trabalha com indicadores numéricos para medir opiniões, atitudes e preferências, estimar o potencial ou volume de vendas e para medir o tamanho e a importância de segmentos de mercado.

A PESQUISA QUANTITATIVA aplica QUESTIONÁRIOS estruturados onde são feitas as mesmas perguntas a todos os participantes da sondagem.  Para ser efetivo, o método requer que se determine o perfil e o tamanho do PÚBLICO ALVO a ser pesquisado.

5.2 – Pesquisa QUALITATIVA: este método de pesquisa é utilizado para conhecer a percepção dos entrevistados, porém, sem quantifica-los. O interesse está nas avaliações intangíveis que, geralmente, distinguem percepções a respeito de produtos/serviços, marcas e empresas.

6. A COLETA DE DADOS

6.1 – A escolha do MÉTODO: esta etapa vai requerer do EMPREENDEDOR a decisão sobre o mecanismo (o MÉTODO) para a COLETA DE DADOS. Existem alternativas disponíveis para obter DADOS de clientes potenciais seguindo o OBJETIVO e de acordo com a AMOSTRA REPRESENTATIVA.

A PESQUISA poderá ser por QUESTIONÁRIOS respondidos em abordagem direta, entrevistas, e-mail, Softwares de PESQUISA ONLINE ou pelas redes sociais. A tarefa pode solicitar dias, semanas ou mesmo meses em função do tamanho da AMOSTRA e do MÉTODO de coleta.

6.2 – A coleta de DADOS: após a escolha do MÉTODO a ser empregado e da definição correta daAMOSTRA REPRESENTATIVA, o próximo passo é a criação de um QUESTIONÁRIO.

“Procure identificar-se com a ideia e a oportunidade de negócio. Algumas perguntas cabem nesse caso: você está disposto a largar o emprego atual para encarar o desafio, mesmo sabendo que pode ficar anos sem receber uma remuneração compatível com a que recebia antes, os mesmos benefícios e regalias? Essa é a oportunidade de sua vida? Você se vê trabalhando nesse ramo de negócios e explorando essa oportunidade daqui a cinco, dez ou quinze anos?… Você conhece pessoas que fizeram algo semelhante e já foi conversar com elas a respeito? JOSÉ DORNELAS. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Atlas. São Paulo, 2016 (Pg. 63). 

Sugestão de Leitura

SERTEK, PAULO. Empreendedorismo. Editora InterSaberes. Edição 1ª.  Curitiba, 2012.

CASÉRIO, GABRIELLA; BEZERRA, CARINA; PALAZZI,VANESSA e outras. Empreendedorismo feminino: Transformando ideias em negócios modelos e práticas. Editora ‏ ‎ Gregory. Edição 1ª.  São Paulo, 2019.

WALLIS, IAN. As 50 melhores ideias de negócios dos últimos 50 anos. Editora‎ Best Seller. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2013.

DORNELAS, JOSÉ. Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios. Editora Empreende Atlas. Edição 6ª. São Paulo, 2016.

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