INTRODUÇÃO:
A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA toma por princípio uma ideia de um ponto de vista estritamente técnico. O maior valor que esta linha de pensamento contém como uma escola de ADMINISTRAÇÃO foi apresentar o trabalho do chão-de-fábrica ordenado. TAYLOR tirou dos trabalhadores a decisão, o planejamento e o controle da produção. Na época, o chão-de-fábrica era um local dominado pelo caos e sem organização, onde os antigos artesãos executavam tarefas sem disciplina e sem nenhum método rigoroso.
A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA teve a preocupação com a tecnologia e não com as PESSOAS. A “GESTÃO CIENTÍFICA”, o método do TAYLORISMO, não possibilitava nenhum tipo de autonomia aos trabalhadores e nem o trabalho em conjunto. TAYLOR afirmava que o trabalho em grupo mascara diferenças e habilidades individuais, um processo no qual o indivíduo deveria ser remunerado por sua produtividade e esforço.
O método TAYLORISTA também não foi criado visando produção em massa ou seriada em trabalhos repetitivos. O cuidado estava voltado para a decomposição do processo em TAREFAS bem mais simples (as SUB TAREFAS), a competência em postos de trabalho determinados e com a visão racional do operário visto como uma máquina.
Em 1911, TAYLOR apresentou os seus estudos sobre Administração geral através do seu livro OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA.
A necessidade da aplicação de métodos científicos à Administração deve ser a garantia da máxima produção a um custo mínimo, uma necessidade fundamental no capitalismo e no desenvolvimento do mundo moderno (principalmente para as indústrias americanas).
A racionalização das atividades dos operários na fábrica deve ser acompanhada, obrigatoriamente, por uma estruturação geral no TRABALHO ADMINISTRATIVO.
RESULTADOS DA 2ª. FASE – ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
OS 3 TIPOS DE PROBLEMAS:
Muitos deles reduziam a produção de propósito acreditando que:
1 – A Vadiagem sistemática por parte dos operários: a indisciplina, um hábito de longa data, é comum e inerente à maioria dos operários.
● Quanto menos os operários trabalhassem mais operários seriam necessários para realizar a tarefa por completo.
● Quanto maior rendimento do homem e da máquina maior seria o desemprego.
● A própria administração levava as pessoas a pensar assim.
TAYLOR provou que se as pessoas trabalhassem corretamente a produtividade aumentaria para fazer a fábrica crescer e todos sairiam ganhando. Além disso, pelo fato de cada operário trabalhar da forma que sabia ou que julgava ser a melhor fazia com que ficassem cansados e demorassem mais tempo que o necessário.
2 – Desconhecimento: os Administradores desconheciam as TAREFAS dos operários, as rotinas do trabalho e o tempo necessário para sua realização. Portanto, não podiam avaliar e cobrar os funcionários para que realizassem os serviços. Portanto, para TAYLOR, o conhecimento técnico era parte importante da ADMINISTRAÇÃO para orientar, ensinar os operários a trabalhar com maior produtividade.
3 – Falta de uniformidade: as técnicas e os métodos de trabalho eram sem padrão e os métodos empíricos e ineficientes faziam os operários desperdiçarem grande parte de tempo e esforço. Como não era determinada a melhor forma de se fazer a TAREFA, cada um fazia e ensinava o ofício do seu ao seu modo. A falta de critério ocasionava um gasto de tempo maior que o necessário na fabricação dos produtos.
A Falta de uniformidade resultava no uso de ferramentas diferentes e prejudicava os operários que iriam usá-las desperdiçando tempo até escolher ou encontrar a que fosse mais apropriada. O padrão deveria ser designado pela empresa que tinha a obrigação de organizar o trabalho, os trabalhadores, o espaço e as ferramentas necessárias.
Os Princípios da ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
No livro OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA traz quatro princípios FUNDAMENTAIS criados por TAYLOR que, por sua amplitude, podem ser aplicados em qualquer empresa ou atividade humana.
A – Princípio do Planejamento: a troca do critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por procedimentos científicos, métodos planejados e testados. Os movimentos são decompostos em tarefas simples reduzindo o tempo necessário e racionalizando a execução.
B – Princípio da Execução: distribui tarefas e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada.
C – Princípio da preparação dos trabalhadores: selecionar operários de acordo com suas aptidões e treiná-los e prepará-los para produzirem mais e melhor (de acordo com o método planejado para chegar à meta estabelecida). Pelo estudo das TAREFAS e dos TEMPOS E MOVIMENTOS, preparar máquinas e equipamentos num arranjo físico (disposição racional) sem esgotamento físico.
D – Princípio do Controle: acompanhar o desenvolvimento do trabalho verificando se o que está sendo realizado é conforme a metodologia estabelecida, se as metas de produção previstas estão sendo cumpridas.
A ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO (ORT)
TAYLOR buscou analisar cientificamente os métodos mais rápidos e os instrumentos mais adequados garantindo a máxima produção com o mínimo custo. Em todos os ofícios TAYLOR substituiu os métodos empíricos e rudimentares por métodos Científicos:
● Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos.
● Divisão do trabalho e especialização do operário.
● Desenho de Cargos e Salários.
● Incentivos salariais e Prêmios de Produção.
● Condições do ambiente de trabalho.
● Padronização de métodos.
Na visão de TAYLOR o operário não possuía capacidade, formação ou meios para efetuar a análise científica de sua TAREFA. Por maior que fosse sua experiência, também não tinha conhecimento para estabelecer racionalmente qual o melhor método ou processo. Na maioria dos casos, o SUPERVISOR (capataz) deixava a critério do operário a forma para a execução do trabalho.
TAREFAS e SUBTAREFAS:
TAYLOR notou que ao dividir as TAREFAS em partes menores, racionalizando o trabalho e fazendo de forma organizada, a produção aumentaria. As partes menores, as SUB TAREFAS, facilitariam a execução pelos operários e a verificação dos supervisores (o conceito de ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO). TAYLOR procurou resolver sérios problemas que ERAM e CONTINUAM sendo comuns em muitas empresas.
A EXPANSÃO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA.
As críticas, limitações e restrições não apagaram o brilho da Administração Científica. De fato, foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa. Ela ganhou popularidade rapidamente nos Estados Unidos e em outros países e se expandiu nas décadas seguintes originando a criação de organizações para estudos e aplicações. No Brasil, nos anos 30, foi fundado o Instituto de Organização Racional do Trabalhador (IDORT) em São Paulo para estudar e divulgar os ideais de TAYLOR.
– União Soviética: por incrível que pareça, LÊNIN foi um grande entusiasta do TAYLORISMO, visto que considerava uma das “maiores realizações científicas no campo da análise dos movimentos mecânicos durante o trabalho, da eliminação dos movimentos supérfluos e desajeitados e do planejamento dos métodos corretos de trabalho”. Segundo LÊNIN, o TAYLORISMO (um método CAPITALISTA e opressor do operário) deveria ser adotado a qualquer custo como forma de aumentar a produtividade do trabalhador soviético.
– Japão: as ideias de TAYLOR foram retomadas na década de 1950 para continuar a reconstrução do país depois da II Guerra Mundial. Para renovar a sua indústria os japoneses criaram o conceito de KAIZEN (significa aprimoramento contínuo – uma aplicação do TAYLORISMO). Os resultados alcançados fariam com que os princípios da Administração Científica continuassem atuais.
– Inglaterra: o TAYLORISMO chegou à Grã-Bretanha na década de 30 e a sua receptividade foi muito pequena. Historicamente as empresas inglesas nunca se preocuparam com novas ideias.
– Alemanha: o TAYLORISMO chegou à Alemanha na década de 30 e a sua receptividade foi muito pequena. O alto treinamento, a qualificação e a cultura dos operários alemães sempre foram duas características marcantes. As relações hierárquicas, em todos os níveis, sempre foram homogêneas, unidas em torno de um trabalho e objetivo comum. Ainda mais neste período, com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, a Alemanha começou a preparar o seu parque industrial com a máxima eficiência visualizando o início da II GUERRA MUNDIAL.
– França: apesar de HENRI LE CHATELIER ter sido um grande entusiasta e divulgador do TAYLORISMO na França, as ideias propostas por FAYOL foram as mais utilizadas. Mas, durante a I GUERRA MUNDIAL, os franceses aplicaram intensamente os princípios de TAYLOR em 1917 para o esforço de guerra. No conflito, os americanos tiveram uma grande oportunidade de aplicar e demonstrar seus novos padrões de eficiência: a velocidade de deslocamento das tropas, construção de cais, estradas, linhas de comunicação etc.
– Itália: sob o regime fascista de Mussolini, os resultados atingidos com a aplicação do TAYLORISMO foram inexpressivos. Na década de 1920 a estrutura produtiva italiana ainda era muito precária, rudimentar e a sociedade tinha mentalidade feudal. Nestas condições, o perfil do trabalhador italiano neste momento está abaixo do que é exigido como sendo o ideal para o trabalho numa fábrica. A maior parte dos trabalhadores está ociosa e esta tendência vem desde o Século XIX (período há as grandes correntes imigratórias da Itália para a América).
– Portugal e Espanha: a industrialização destes países nesta época era incipiente. Durante séculos eles se acostumaram a viver do comércio com as colônias sem criar nenhuma outra alternativa. Na década de 1920 a atividade industrial não foi o foco destes países.
A aceitação do TAYLORISMO teve prós e contras. Para os capitalistas, empresários e para o governo americano havia uma empolgação. Porém, para os trabalhadores, a imprensa e os políticos as reações eram contrárias com base em dois pontos: o aumento da eficiência provocaria o desemprego e a técnica fora criada para fazer o operário trabalhar mais e ganhar menos.