O Empreendedorismo que não deu certo

INTRODUÇÃO:

O mercado é cruel. Criar uma STARTUP é um grande desafio, não é nada fácil. Algumas (poucas) caem na preferência do mercado em função dos seus diferenciais que as distinguem das demais.

Elas precisam ser velozes. Além de buscarem a eficiência, elas procuram tornar a experiência do consumidor, ÚNICA (e o perfil do consumidor atual, atribui muito valor à marca e à experiência positiva que ela proporciona). Estes aspectos devem ser muito bem planejados pelos EMPREENDEDORES, ao pensarem na criação de proximidade com os consumidores. O cliente quer se sentir plenamente satisfeito e convencido de que sua aquisição é condizente com o valor pago (noção de custo benefício e valor agregado – a START UP deve vender satisfação).

PORÉM…

Nem tudo no EMPREENDEDORISMO é sinônimo de histórias de sucesso absoluto que, em geral, são apresentadas pela mídia e na maioria da literatura sobre o tema.

“Comecei com R$10,00 e hoje estou faturando R$1.000.000,00 por mês”

É o que, em grande parte dos casos, cria muitos sonhos ligados a uma imagem de LIBERDADE que seduz a muitos. Alguns empreendimentos, realmente, alcançam um expressivo crescimento. Outros, no entanto não conseguem o sucesso desejado e, algum tempo depois, desistem e encerram suas atividades.

“Prezado chefe, venho por meio desta informar que seus serviços não são mais necessários. Obrigado por tudo, mas, a partir de agora, farei as coisas do meu próprio jeito”. CHRIS GUILLEBEAU.

O EMPREENDEDORISMO QUE NÃO DEU CERTO – Cada caso é um caso!

Se analisado em detalhes, o INSUCESSO de muitas START UPS tem diversas causas (ERROS sem a imagem pejorativa do “CASTIGO”) que poderão ter serventia como orientação e aprendizado.

Os insucessos trazem algum tipo de lição, muito oportuna, que apresenta vários aspectos a serem analisados. 

Quando se fala em START UPS é preciso lembrar que, mesmo com todos os cuidados, pesquisas e avaliações, o risco é alto porque, em geral, seu modelo de negócio procura ser INOVADOR em produtos/serviços que nunca foram testados.

No entanto, o risco de uma START UP não ter um resultado positivo, é menor quando seu modelo de negócio procura copiar ou então melhorar produtos/serviços já existentes. Por mais que haja muitos indivíduos preparados com o ESPÍRITO e CULTURA de EMPREENDEDOR, com capital disponível, experiência, talento e engajamento, as possibilidades de acontecer o INSUCESSO são grandes (tudo o que pode dar de errado).

CUIDADO: “Por maior desgaste que possa ocorrer, os ERROS ensinam mais do que ACERTOS. Mas, por princípio, um EMPREENDEDOR precisa se conhecer (pontos favoráveis e desfavoráveis), saber e pensar com equilíbrio sobre os seus propósitos”.

ERROS COMUNS

Muitos EMPREENDEDORES, na maioria dos casos, em qualquer ramo de atividade, falham em muitos quesitos: ideia inicial pouco original, plano de negócios mal formulado, ausência de pesquisa e estudos profundos/adequados que verifiquem e comprovem o real interesse do mercado pelo produto/serviço, capital disponível insuficiente, pouca orientação, avaliação mal feita, falta de preparo, excesso de entusiasmo, gestão inadequada etc.

A literatura que aborda o EMPREENDEDORISMO é farta, mas não há existe uma cartilha com todas as modalidades ou probabilidades de ERROS disponíveis para um EMPREENDEDOR cometer. Caso contrário, quase nenhuma START UP encerraria suas atividades. Muitos especialistas e acadêmicos vêm se dedicando ao estudo de diversas alternativas para diminuir a mortalidade empreendedora. As formas mais utilizadas têm sido através de aceleradoras, cursos de formação, conteúdos variados e orientações. O objetivo é evitar que eles cometam os ERROS COMUNS:

1 – NÃO ter constância e disciplina: esta característica é desenvolvida, em geral, no meio social e na vida escolar. É preciso estar focado e saber pensar bem, principalmente, diante de problemas muito diferentes que ocorrem o tempo todo e em momentos complicados.

Perder o foco pela inconstância de ideias IMPEDE a visão precisa para encontrar alternativas corretas para o trabalho que está em desenvolvimento. Portanto, é preciso boa dose de disciplina a fim de evitar a dispersão. O maior perigo está em situações que desviem o foco da meta estabelecida, mesmo que uma nova ideia naquele momento pareça excelente e oportuna. E o trabalho que estava em andamento?

CUIDADO: “Ter dez ideias geniais e não finalizar nenhuma delas não vai levar a lugar algum”.

2 – NÃO agir racionalmente: o EMPREENDEDOR terá grandes problemas se, a todo o momento, ele se deixar levar pela emoção e permitir que ela tenha o domínio em momentos decisivos. Assim, é preciso avaliar sua estrutura emocional diante de adversidades para reagir de forma racional ao invés de ter somente reações instantâneas e imediatistas

3 – NÃO saber ouvir: este é um erro bem comum. Muitos EMPREENDEDORES, por arrogância ou prepotência, não dão ouvidos aos avisos ou conselhos, principalmente, se forem informações vindas de subalternos, pessoas mais simples ou de menor capacitação.

4 – NÃO saber enxergar: também é um erro frequente. O EMPREENDEDOR precisa ver os acontecimentos como um todo (VISÃO HOLÍSTICA) como se ele estivesse enxergando o problema pelo lado de fora da situação. Ou seja, olhar de cima, com tranquilidade, para encontrar as melhores alternativas e a melhor solução – sem criar mais obstáculos e sem ser mais um elemento para fazer parte do problema. 

Para um EMPREENDEDOR as suas atitudes são mais importantes. Quais serão suas reações diante de uma situação que ele enxergou de maneira correta em um processo?

5 – NÃO entregar só o BÁSICO: atualmente, os clientes são muito mais exigentes que antes e, muitas vezes, julgam a experiência oferecida por uma START UP mais importante do que a qualidade de um produto/serviço. Uma experiência, em uma correta GESTÃO DE RELACIONAMENTO, confiança, personalização e bom atendimento (físico ou virtual) ganharam mais importância e se tornaram fatores decisivos. Eles exercerão grande influência na preferência do consumidor em relação aos concorrentes. Por mais desgastante que seja uma START UP precisa aprender a entregar e oferecer aquilo que vai além do básico ou do esperado. Ou seja, proporcionar uma experiência positiva, que surpreenda e fidelize os clientes.

6 – NÃO saber dizer NÃO: é preciso ter critério para saber dizer um NÃO. Muitas vezes o NÃO é colocado de forma indevida e em hora errada. O uso correto é para situações que, com certeza, serão desfavoráveis ou em concessões que são inviáveis.

CUIDADO: “Dizer o SIM para ser agradável ou manter clientes, sem a devida capacidade de cumprir o que foi prometido, poderá trazer problemas muito maiores”. 

7 – NÃO criar ATALHOS: um caminho mais curto ou mais fácil, nem sempre conduz ao rumo correto. Esta prática pode estar ligada ao improviso e às gambiarras que poderão ser interessantes, a princípio. Mas, que poderão ter um desfecho desfavorável, com processos que podem derrubar a STARTUP. O desgaste para contornar e solucionar os estragos e os prejuízos poderá ser muito grande.

8 – NÃO Questionar: é extremamente interessante não se ter apenas uma única solução para um problema. É preciso, sim, Questionar sempre e ter mais de uma ideia e solução para um problema. 

Ao EMPREENDEDOR não convém a acomodação. É importante ter sempre uma CARTA NA MANGA.

Então, é preciso estar sempre criando alternativas a serem oferecidas aos clientes, que sejam interessantes e viáveis para todos.

9 – NÃO se preocupar com as PESSOAS: outro ERRO bastante comum é em relação às PESSOAS à sua volta: funcionários, parceiros e membros da EQUIPE. Evidentemente é preciso priorizar as atenções. Mas, as preocupações com as PESSOAS, que fazem a START UP funcionar (ter andamento), deve ser um hábito frequente e necessário para o CLIMA ORGANIZACIONAL.

10 – NÃO ter AUTOCONTROLE: é um grande problema não ter controle das próprias reações em fases desfavoráveis e de negócios magros. Nestas ocasiões, é inútil colocar a culpa em terceiros. Com equilíbrio, sabedoria e resiliência, um EMPREENDEDOR tem maiores chances de administrar melhor o desenvolvimento de sua START UP. Outra atitude, muito interessante, é manter distância segura de pessoas negativas, prontas para desencorajar.

PIVOTEANDO

● Alguns EMPREENDEDORES conseguem aprender com os ERROS e se lançam em novos negócios bem sucedidos ou estudam melhor o segmento em que atuavam.

● Outros, continuam a repetir os mesmos ERROS e são mal sucedidos em novos negócios, sem perceber os sintomas que apontam para o fracasso.

PIVOTEAR: a palavra tem origem no francês, “PIVOT”, um eixo ou um pino ao redor do qual uma estrutura gira. Por falta de resultados positivos e para perceber todas as falhas pelo caminho, a ideia de PIVOTEAR está associada ao EMPREENDEDORISMO, uma mudança radical no negócio, mudança de estratégia ou até, em último caso, mudança no foco do produto/serviço.

Sugestão de Leitura

WATTS, DUNCAN J. Tudo é óbvio desde que você saiba a resposta. Editora Paz & Terra. Edição 4ª. São Paulo, 2012.

GUILLEBEAU, CHRIS. A Startup de $ 100 – Abra o negócio dos seus sonhos e reinvente sua forma de ganhar a vida. Editora Saraiva. São Paulo, 2012.

CAETANO, GUSTAVO.  Pense simples: Você só precisa dar o primeiro passo para ter um negócio ágil e inovador. Editora Gente. Edição 1ª.  São Paulo, 2017.

Diversos autores. Empreendedorismo feminino: Transformando ideias em negócios modelos e práticas. Editora Gregory. Edição 1ª. São Paulo, 2019. 

GERBER, MICHAEL E. Empreender fazendo a diferença. Editora Fundamento. São Paulo 2004.

Por MENTORS LIBRARY. O Mito Do Empreendedor (The E Myth) – Baseado No Livro De Michael E. Gerber. Editora Mentors Library.  São Paulo, 2020. 

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