INTRODUÇÃO:
Todas as áreas de uma empresa têm sua devida importância para que haja condições efetivas no seu mercado de atuação. Nenhuma área pode ser apreciada como sendo mais importante que outra. Todas fazem parte de um organismo, que tem por obrigação funcionar corretamente, em equilíbrio.
Em uma visão mais detalhada, é possível pensar no esforço da empresa de outra forma: administrar com eficiência, contar com pessoas capacitadas, comprar matérias primas e insumos em condições vantajosas, ter as finanças e a contabilidade em dia, atuar com Marketing agressivo, produzir bem, cuidar da sustentabilidade e bater metas de vendas. Mas, elas se tornarão atividades inválidas sem um trabalho que garanta a entrega dos produtos aos clientes.
A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO improdutiva tem grandes chances de colocar tudo a perder. A DISTRIBUIÇÃO também tem segredos, detalhes e desafios muito específicos por envolver o foco voltado para o mercado, ainda mais se considerarmos a dinamismo, que no presente, é exigido pelo e-commerce.
LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO
O objetivo da LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO é disponibilizar produtos no momento certo e no lugar certo otimizando atividades para que as operações sejam eficientes e lucrativas. Para tanto, é necessário um plano de trabalho (detalhado e estruturado) garantindo a satisfação do cliente com menor margem de erro. A pontualidade é o que se constitui o grande diferencial no mercado.
A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO é o trabalho referente à movimentação de ítens do estoque de produtos disponíveis (acabados ou para a revenda) desde os pontos de origem até os pontos de consumo e até mesmo para o consumidor final.
Outros estudiosos veem LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO como sendo operações devidamente estruturadas de movimentação, transporte e entrega do produto. Abrange o gerenciamento planejado num fluxo eficiente da saída da produção até a entrega no ponto de consumo. O processo se dá através dos canais de venda, canais de comercialização incluindo o suporte e os serviços necessários.
Nesta fração da LOGÍSTICA, há a INTERFACE com o MARKETING/VENDAS pelo o contato direto com o cliente, o que pode ter influência no conceito da empresa. Tanto que na literatura, muitos autores chamam o processo como MARKETING LOGÍSTICO ou ENGENHARIA DA DISTRIBUIÇÃO e anteriormente, até o final da década de 1980 como sendo a GESTÃO DE MATERIAIS.
Por suporte e serviços necessários podemos considerar: a previsão de demanda, atendimento aos clientes, processamento de pedidos, movimentação e manuseio de produtos, separação (PICKING), instalações, escolha de locais de armazenagem, armazenamento, monitoramento de estoques, embalagens, coleta, transporte, comunicação da distribuição, roteirização e tráfego, rastreamento e demais serviços de apoio que envolve muitos detalhes.
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA: são considerados todos os processos operacionais de estocagem, transporte e controle que possibilitam a transferência de produtos a partir do fabricante até chegar ao consumidor final. É a atividade que assegura a intermediação entre os fabricantes/produtores e os clientes/consumidores.
CANAL DE DISTRIBUIÇÃO: é o conjunto de empresas independentes que estão envolvidas no processo de tornar um produto disponível para o uso ou consumo no lugar adequado, no tempo certo e no nível de satisfação dentro das expectativas dos clientes. O CANAL DE DISTRIBUIÇÃO é formado por empresas que trabalham na DISTRIBUIÇÃO FÍSICA para o mercado.
A IMPORTÂNCIA DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A conformação do sistema de distribuição depende do modelo comercial que foi estabelecido pela empresa, depende das características dos seus produtos e dos canais apropriados para a destinação. A DISTRIBUIÇÃO FÍSICA segue a ideia básica da LOGÍSTICA: ações que disponibilizam produtos na quantidade certa, no lugar certo, no tempo certo e ao menor custo possível para que a empresa seja competitiva e lucrativa. É assim que há uma enorme chance de harmonizar a satisfação de clientes e sua fidelização.
Além do mais, sendo uma atividade em contato direto com os clientes e fisicamente no mercado, a LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO pode ser uma preciosa fonte de informações sobre o que se passa no ambiente externo da empresa (o que está acontecendo no mercado). São fatos importantes para o MARKETING e para outros setores da empresa para zerar erros, suas tendências e as recorrências.
DISTRIBUIÇÃO – FASES OU ETAPAS
Sendo uma operação em geral extensa e envolvendo uma grande quantidade de elementos, a LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO requer um planejamento rigoroso e atenção aos detalhes. Envolve o conhecimento das características dos canais, a satisfação do cliente principalmente em relação à pontualidade das entregas e custos compatíveis com o esforço.
Então, cada empresa estrutura o processo de distribuição de acordo com suas necessidades.
1 – TRANSPORTE: é a fase que contém altos custos e se torna a mais importante no âmbito da LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO.
Considera o tipo de carga e seu dimensionamento, o modal mais apropriado, a estrutura necessária, a avaliação dos prazos e a comparação dos valores no cálculo do frete (compara a entrega realizada por frota própria ou por serviços de terceiros).
2 – ADMINISTRAÇÃO DE FRETE: é preciso muita atenção quanto à gestão de FRETE nas pesquisas e cotações, negociações e formas de pagamento. Há fatores importantes envolvidos, tais como a garantia de pontualidade e a administração e o gerenciamento dos FRETES possibilita que as empresas façam o controle financeiro correto.
3 – CONFERÊNCIA: faz a checagem de mercadorias verificando diversos documentos para a expedição.
É uma questão de segurança que procura evitar erros e prejuízos causados por devoluções. Há a confrontação entre os pedidos emitidos pelo DEPARTAMENTO DE VENDAS, as quantidades, destinos, separação, saída e baixa no estoque, verificação das Notas Fiscais, romaneio, licenças etc. O trabalho pode ser feito manualmente ou com leitores de código de barras. A perfeição vai garantir o nível de satisfação do cliente com a percepção de qualidade e avaliação da empresa.
4 – ROTEIRIZAÇÃO: planeja e estabelece rotas (itinerários) para a entrega dos produtos no ATACADO, VAREJO para a comercialização e venda ou para o consumidor final. Prevê a quilometragem, consumo de combustível, desgaste de veículos, tempo e as condições de trajeto como a situação das estradas, ferrovias, aeroportos e portos.
5 – INDICADORES: os trabalhos devem ser sempre verificados quanto aos seus resultados medindo o nível de desempenho. É preciso criar indicadores a fim de avaliar itens importantes como custos, tempo em trânsito, devoluções, a exatidão dos documentos e, principalmente, a pontualidade. Os INDICADORES possibilitam que a GESTÃO tome decisões adequadas para avaliar ou reformular o trabalho e realizar um planejamento prevendo e minimizando problemas.
O PROJETO DA LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO
De acordo com a ESTRATÉGIA da empresa, o planejamento da DISTRIBUIÇÃO FÍSICA deverá prever as formas de estocagem, transporte e controle. O plano necessita determinar as formas de distribuição analisando: o número de participantes (empresas envolvidas e parcerias), a estrutura, a localização dos CD’s (Centros de Distribuição), a disponibilidade de equipamentos, os modais mais convenientes, a LOGÍSTICA REVERSA, graus de eficiência do trabalho etc.
CUIDADO: as empresas e os parceiros envolvidos dentro dos CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO deverão ser organizações que tenham a DISTRIBUIÇÃO FÍSICA com um custo compatível e eficiência comprovada para um melhor desempenho. Desta forma, a indústria poderá concentrar esforços nas suas competências principais (o seu CORE BUSSINESS).
Sugestão de Leitura
NOVAES, ANTÔNIO GALVÃO. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Editora Campus. Edição 4ª. Rio de Janeiro, 2015.
COSTA, MARCELA A. BATAGHIN. Logística. Estoque, Distribuição e Logística Reversa. Editora Viena. Edição 1ª. S. Cruz do Rio Pardo, 2017.
SCHAIBE, LUIS FERNANDO. Logística e Distribuição Física Internacional. Teoria e Pesquisas. Editora Aduaneiras. Edição 1ª. Araras, 2010.
ALVARENGA ANTÔNIO CARLOS; A NOVAES, ANTÔNIO GALVÃO. Logística Aplicada: Suprimento e Distribuição Física. Editora Blucher. Edição 3ª. São Paulo, 2000.