Entendendo a Cadeia de Suprimentos

INTRODUÇÃO:

A tarefa de administrar a CADEIA DE SUPRIMENTOS está vinculada a inúmeros fatores. Entre eles, a complexidade dos produtos, a variedade de matérias primas, a quantidade de fornecedores e de participantes.  

Além do mais, as CADEIAS podem se apresentar em diferentes estágios de complexidade: pode ser simples, composta por um ou dois participantes, ou ser extensa com centenas deles envolvidos.

Dependendo da situação, o trabalho da CADEIA DE SUPRIMENTOS também pode  assimilar diversas funções: recebimento de matéria-prima, manufatura, distribuição, fluxo de informações, tomada de decisão, funções administrativas e financeiras, meio ambiente, estoques, equipamentos etc.

Os fluxos da LOGÍSTICA (Fluxo Direto, Fluxo Indireto, Fluxo de Materiais, Fluxo de Informações, Fluxo Reverso e Fluxo Econômico) devem ser BEM GERENCIADOS e de forma equilibrada por causa das constantes oscilações no comportamento do mercado.

CUIDADO: em geral a atividade comercial é inconstante – para as organizações existe apenas uma fonte de recursos (entrada) e diversos custos (inúmeras saídas).

Diante de tantas variáveis a CADEIA DE SUPRIMENTOS e todos os seus participantes envolvidos, têm o grande desafio de atuar de forma competente para satisfação dos clientes e para a obtenção dos lucros.

ENTENDENDO A CADEIA DE SUPRIMENTOS

1 – O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Para que a CADEIA seja efetiva, para alcançar a finalidade de satisfazer clientes e gerar lucros, o processo se inicia no PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. Ele é  estabelecido pela Diretoria e Alta Gerência e define OBJETIVOS gerais da empresa visualizando a situação no longo prazo (5 a 10 anos).

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO leva em conta inúmeras informações, pontos fortes, pontos fracos, ameaças, oportunidades e a observação sobre a concorrência e o desenvolvimento de diferenciais e de vantagens competitivas.

Para a LOGÍSTICA o PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO analisa a estrutura (cada instalação, armazéns, equipamentos, capacidades locais), formas de distribuição, fornecedores, clientes etc. para estabelecer:  

● A forma como a CADEIA DE SUPRIMENTOS será configurada.

● A incumbência de cada processo (tarefa) dentro da LOGÍSTICA.

● Define novos investimentos.

2 – O PLANEJAMENTO TÁTICO

Posteriormente, os OBJETIVOS são repassados para os níveis gerenciais de cada área funcional para desenvolvimento do planejamento TÁTICO (ou a ESTRATÉGIA FUNCIONAL) de responsabilidade dos GESTORES de cada departamento.

No caso da LOGÍSTICA, o GESTOR irá planejar:

● O alinhamento entre os componentes da CADEIA DE SUPRIMENTOS.

● O desenvolvimento ou o aprimoramento do fluxo constante de informações, produtos e recursos dentro das diferentes fases, do início no pedido do cliente até o encerramento (quando o cliente recebe o produto).  

● A interação entre os diversos participantes em todos os níveis e estágios.

● A análise do mercado, demandas, custos, mão de obra, orçamentos, terceirizações, estoques, armazenagem, movimentação, transportes etc.

● A forma de monitorar resultados para corrigir erros e distorções. O trabalho é semelhante ao da Diretoria e a Alta Gerência. Entretanto o planejamento TÁTICO é restrito à área da LOGÍSTICA para definir as ações operacionais de curto prazo (1 ano).

A PREVISÃO DENTRO DO PLANEJAMENTO TÁTICO

O GESTOR da LOGÍSTICA faz uso de métodos e modelos para fazer as previsões e tomar as decisões acertadas. O trabalho gerencial no PLANEJAMENTO TÁTICO verifica e analisa vários aspectos:

O objetivo é fazer com que o desempenho da LOGÍSTICA seja o melhor possível para contribuir com o sucesso da empresa.

– O funcionamento da CADEIA DE SUPRIMENTOS: o GESTOR avalia como a estrutura da CADEIA DE SUPRIMENTOS funciona, a forma como os recursos estão distribuídos e as tarefas que são efetuadas em cada etapa. 

O Planejamento da CADEIA DE SUPRIMENTOS: analisa a CADEIA em períodos anteriores, verifica as falhas que ocorreram com frequência, o ENGAJAMENTO dos participantes, as correções que o processo vai exigir perante as incertezas do mercado ou com as mudanças na legislação.

Para muitos especialistas, um dos maiores obstáculos no planejamento da CADEIA DE SUPRIMENTOS se refere à decisão sobre quais atividades que serão realizadas pelos participantes e quais deverão requerer uma COORDENAÇÃO mais efetiva. 

A CADEIA DE SUPRIMENTOS é complexa e pode contar com inúmeros integrantes.Um trabalho eficiente de COORDENAÇÃO deve perceber quais são os membros mais estratégicos e criar uma REDE COLABORATIVA com NÍVEIS diferenciados de informação, coordenação e decisão.

O primeiro nível de COORDENAÇÃO trata do fluxo correto de INFORMAÇÕES que deverão ser de conhecimento de todos os elementos da CADEIA.

O segundo nível de COORDENAÇÃO trata do andamento de todos os processos logísticos e operações que acontecem dentro da CADEIA.

O terceiro nível de COORDENAÇÃO se refere às decisões que modificam o desempenho e funcionamento: finanças, medidas para a redução de custos, benefícios comuns a todos, minimização de riscos, vantagens em relação aos competidores, satisfação dos clientes etc.

3 – O PLANEJAMENTO OPERACIONAL

É a administração das tarefas diárias e imediatas (TRABALHO OPERACIONAL) de acordo com as normas, regulamentos e fluxogramas estabelecidos. É colocar em prática o plano de trabalho.  

Decisões operacionais: as decisões sobre as tarefas diárias voltadas para a eficiência operacional, para o desenvolvimento ou mudanças sobre: o recebimento de pedidos, PICKING, estoques, qualidade de atendimento, cumprimento de prazos, armazenamento, documentações, expedição, meios de transporte, mão de obra disponível, subcontratação, entre outros.

Há algumas ideias diferenciadas dentro do trabalho da LOGÍSTICA que os GESTORES estão se habituando a usar:

A – Não há mais a preocupação em gerenciar apenas os estoques existentes na empresa. A visão moderna é voltada com a preocupação em ADMINISTRAR FLUXOS.

B – ACADEIA DE SUPRIMENTOS COLABORATIVA (ou GESTÃOCOLABORATIVA) transforma os componentes da CADEIA DE SUPRIMENTOS em PARCEIROS.

O processo procura atuar de maneira muito bem organizada, sustentável (perene) e rigorosamente integrada.

C – Monitoramento e correções de desvios de forma constante.

VANTAGENS DA GESTÃO COLABORATIVA

● Cooperação e proximidade entre todas as partes da cadeia. Inclui a informação partilhada e os recursos necessários. 

● Custos menores, supressão de tarefas desnecessárias, operações mais racionais, movimentação precisa, menor volume de estoque e transporte e expedição mais ágeis.

● Aumento de produtividade em função de previsões corretas e planejamento bem feito.

● Satisfação dos clientes e LEAD TIME mais curto.

● Maior rapidez e poder de reação diante de mudanças.

● Procedimentos padronizados e com menor nível de erros.

Sugestão de Leitura

CARVALHO, JOSÉ CRESPO DE. Logística e Gestão. Editora Silabo. Edição 2ª. Lisboa, 2017.

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