INTRODUÇÃO:
Muitos têm a opinião de que o EMPREENDEDORISMO se refere às PESSOAS (ou grupos de PESSOAS) que se dedicam à prática de negócios usando RECURSOS e TEMPO ao aproveitar OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS que atendam necessidades da sociedade. Em outra visão, o EMPREENDEDORISMO só pode se estabelecer em AMBIENTES FAVORÁVEIS onde houver PESSOAS ousadas para apostar em novos negócios. Ao mesmo tempo, já que o tema que não tem consenso ou paradigma absoluto, o EMPREENDEDORISMO pode ser entendido de outra forma: é a capacidade de certas PESSOAS correrem RISCOS nas alternativas que o mercado apresenta.
O PERFIL
Pesquisadores continuam estudando e tentando estabelecer definições mais rigorosas e cientificamente precisas sobre EMPREENDEDORISMO. Há questões interessantes: Quais as razões que levam pessoas comuns a se tornarem ATORES SOCIAIS, que não têm por hábito fazer as mesmas coisas que os outros fazem? Quais situações impulsionam PESSOAS para o EMPREENDEDORISMO? Quais os tipos de PERFIL mais comuns entre os EMPREENDEDORES?
Sem dúvida, o número de profissionais que se desligam das empresas para se dedicar a um projeto EMPREENDEDOR vem crescendo. A partir de uma IDEIA, identificam uma OPORTUNIDADE, elaboram um PLANO DE NEGÓCIO e dão um rumo diferente às suas carreiras. Vários estudantes ainda em fase acadêmica, sem interesse pelo emprego formal, nem chegam a concorrer no mercado de trabalho.
NECESSIDADE X OPORTUNIDADE
No caso brasileiro, tradicionalmente o que tem impulsionado muitas PESSOAS a ser tornarem EMPREENDEDORAS foram circunstâncias negativas do mercado de trabalho. A partir dos anos 70, as crises econômicas fizeram as empresas reduzir o quadro de funcionários para diminuir custos e se tornaram estáticas quanto às oportunidades de encarreiramento. Perder o emprego e ficar numa situação difícil, com poucas alternativas, se tornou um fato muito comum.
Por falta de opção de emprego, pelas dificuldades econômicas e por uma questão de sobrevivência a saída foi “ABRIR UM NEGÓCIO” ou ir “TRABALHAR POR CONTA” (ou então optar pela estabilidade da carreira pública). E na maioria dos casos, estas PESSOAS sempre foram empregadas (desconhecendo o funcionamento do ambiente de negócios), nunca tiveram PERFIL e capacitação de empresário ou mesmo nunca tiveram vontade de se arriscar fora do seu emprego. É uma condição chamada de EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE com chances de sucesso menores.
Desde a metade da década de 90 há uma tendência crescente do enfraquecimento do EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE. Isto mostra que uma parcela de PESSOAS passou a ver no EMPREENDEDORISMO uma chance de realização do sonho de ter um negócio próprio, desenvolver negócios e não depender de um mercado de trabalho altamente inconstante.
É uma condição chamada de EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE, com maiores probabilidades de sucesso.
AS DIFERENÇAS
Se o EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE é a saída por causa de uma circunstância negativa, o EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE mostra características diferentes.
EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE: em geral está nas classes de baixa renda e pouca escolaridade. Quem não consegue colocação abre uma lojinha, bar, doceria, oficina de costura ou outra atividade aproveitando a garagem de casa. E sobrevivem ou complementam a renda familiar. São PESSOAS sem tino comercial, que não pensam como empresários, não planejam – e é um dia pelo outro (nem por isso deixam de ter o seu valor!).
EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE: em geral está nas classes de maior renda e escolaridade.
São PESSOAS que já se desencantaram com as perspectivas desinteressantes que o mercado de trabalho formal oferece, perceberam OPORTUNIDADES em nichos de mercado em que compensa o RISCO para a abertura de START UP e foram se preparar:
● Estudaram para aprender e se informar sobre o mercado de interesse.
● Pesquisaram a fundo o produto/serviço em que tiveram interesse.
● Adquiriram capacitação sobre gestão de negócios e administração.
● Consultaram especialistas no ramo de negócio e em órgãos de apoio.
● Elevaram o nível de qualidade do EMPREENDEDORISMO.
PONTOS EM COMUM Há características que são comuns nos dois PERFIS: a busca da independência e estabilidade profissional, não ter relação de subordinação, a sensação de liberdade, ter horário flexível, a vontade de ser patrão, status etc. Por outro lado para a maioria dos EMPREENDEDORES brasileiros ainda falta ESPÍRITO EMPREENDEDOR, CULTURA EMPREENDEDORA, altruísmo e mentalidade de ATOR SOCIAL voltado para o importantíssimo papel na geração de emprego e distribuição de renda.
Pesquisas apontam informações interessantes: 43,5% dos entrevistados no Brasil têm o sonho de ter um negócio próprio e 25% que consideram como seu objetivo ingressar numa empresa com carteira assinada e com direitos trabalhistas. E o PERFIL do EMPREENDEDOR POR OPORTUNIDADE cresceu para 70% em 2012 em comparação com os 42,4% de 2002.
Sugestão de Leitura
Que razões poderão levar alguém que se encontra numa situação profissional estável e compensadora a enveredar por uma carreira empresarial? Algumas das razões possíveis são:
1. Vontade de ser o próprio patrão.
2. Querer controlar o seu destino.
3. Conseguir que o retorno do seu trabalho reverta para si e não para terceiros.
4. Ter consciência que o potencial de ganho e de crescimento são maiores para o empresário do que para um trabalhador por conta de outrem.
5. Vontade de aceitar o desafio que uma nova empresa representa.
6. Querer beneficiar da aprendizagem proporcionada pela gestão de um negócio.
Habitualmente não é uma razão, mas sim a combinação de várias motivações que leva um empreendedor a optar pela criação do seu próprio negócio. Contudo, não basta querer. Mesmo que alguém reúna um conjunto de características que a permita definir como empreendedora, tem um longo caminho a percorrer até se tornar empresário.
Fonte: Manual Técnico do Formando: “Empreendedorismo”
Autora: Sofia Rodrigues (Pág. 18, 2008).
Coleção: Ferramentas para o Empreendedor.
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Relatório Executivo 2017
GEM
Global Entrepreneurship Monitor
Os Negócios Promissores em 2018 – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE.