INTRODUÇÃO:
ROBERT FREEMAN, filósofo e professor de administração norte americano, publicou em 1984 o livro “Gestão Estratégica: Uma Abordagem STAKEHOLDER”. A obra traza ideia mais aceita, até o presente, sobre STAKEHOLDERS e ainda hoje é reconhecida pelos estudiosos. A partir da década de 1990, as empresas passaram a entender a grande importância da GESTÃO dos STAKEHOLDERS para identificar, com clareza, como os diversos públicos influenciam e são influenciados pelos negócios.
Aos poucos, a TEORIA DOS STAKEHOLDERS vem merecendo uma distinção cada vez maior e chamando a atenção, não apenas sobre os proprietários ou acionistas das empresas, mas ela também para os interesses de outros grupos e pessoas, conhecidos como PARTES INTERESSADAS ou PARTES INTERVENIENTES (PI’S).
“STAKEHOLDERS são grupos ou indivíduos que podem influenciar ou serem influenciados pelas ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos da organização…”. ROBERT FREEMAN (1984).
A GESTÃO DOS STAKEHOLDERS se tornou parte do planejamento estratégico de uma empresa para estipular políticas, procedimentos e IDENTIFICAR as necessidades das partes interessadas. Este modelo confere outra forma de pensar, que mostra como desenvolver ações estratégicas para o negócio. A análise prévia descreve quais são as pessoas e grupos de pessoas e desenvolve mecanismos pelos quais os GESTORES devem utilizar para também levar em conta os interesses dessas pessoas ou grupos de pessoas.
Para muitos especialistas, a GESTÃO DOS STAKEHOLDERS bem executada desenvolve as organizações, as tornam melhores e mais eficientes para enfrentar a concorrência, além de trazer novas ideias e inovação para seus processos.
DESENVOLVENDO A GESTÃO DOS STAKEHOLDERS
Há várias formas de relatórios, CHECK LIST ou tabelas.
O que realmente importa é o cuidado com o material e a sua constante avaliação para evitar uma decisão errada. Cada empresa pode criar seus próprios mecanismos e princípios para estabelecer a melhor forma de realizar sua GESTÃO DOS STAKEHOLDERS. Porém há alguns procedimentos básicos que poderão servir como sugestões. Cabe aos GESTORES…
…reconhecer e controlar as preocupações das PARTES INTERESSADAS (PI’S) considerando os seus interesses na tomada de decisões.
…ter sensibilidade para criar uma COMUNICAÇÃO, fazendo aorganização funcionar como um sistema aberto, de duas vias com as PARTES INTERESSADAS. É a melhor maneira de conhecer as preocupações e as contribuições que possam vir dos STAKEHOLDERS. Neste processo, os GESTORES já poderão ter uma noção sobre os riscos que as partes interessadas poderão apresentar em função do seu envolvimento com a empresa.
…reconhecer a interdependência dos esforços e recompensas das partes interessadas e tentar chegar a uma distribuição justa das vantagens e desvantagens ocasionadas pelas ações da empresa.
…agir de forma cooperativa com os STAKEHOLDERS ao assegurar que os riscos e as possíveis ameaças das atividades da empresa sejam os menores possíveis.
…evitar que a atividade da empresa coloque em risco os direitos humanos, o direito à vida e responsabilidade social.
…reconhecer antecipadamente os conflitos potenciais entre o interesse da empresa em confronto com o interesse dos STAKEHOLDERS. É preciso ter responsabilidade ÉTICA e MORAL.
ETAPAS DA GESTÃO DOS STAKEHOLDERS
IDENTIFICAÇÃO
A – LEVANTAMENTO de todas as partes interessadas relevantes como sendo STAKEHOLDERS INTERNOS ou STAKEHOLDERS EXTERNOS e desenvolver um sistema informatizado para a GESTÃO.
B – IDENTIFICAÇÃO das PARTES INTERESSADAS-CHAVE tomando por base a relação obtida no LEVANTAMENTO. É possível atribuir pesos (ou notas), definir prioridades para cada STAKEHOLDERS e ordená-los por ordem decrescente.
C – FONTES em pesquisas, conhecimento prévio, experiência e contato direto.
D – LISTAR todas por grupos, mensurando a relevância (tamanho, localização, setor e as variáveis PODER, URGÊNCIA e LEGITIMIDADE).
MENSURAÇÃO
Definir e controlar MÉTRICAS e KPI’S e para comparar com períodos anteriores.
CONTROLE
Criar um sistema que possa ser utilizado para o monitoramento e cruzamento de todas as INFORMAÇÕES. O objetivo é ligar a GESTÃO e as PI”S a outros modelos que, eventualmente, possam ajudar a empresa a dirigir suas ações em equilíbrio com os interesses dos STAKEHOLDERS. O CONTROLE também deverá possibilitar que todos os efeitos causados pelas decisões da empresa sejam acompanhados para integrar resultados aos modelos de gestão em uso.
GESTÃO
Definir ações e TOMAR DECISÕES partindo dos resultados obtidos na IDENTIFICAÇÃO, MENSURAÇÃO e CONTROLE. Nesta fase é possível priorizar áreas, melhorar os RELACIONAMENTOS, trabalhar o ENGAJAMENTO e antecipar soluções de acordo com os recursos da empresa.
Sugestão de Leitura
SOUSA, ALMIR. F.; ALMEIDA, RICARDO J. O valor da empresa e a influência dos Stakeholders. Editora Saraiva. Edição 1ª. São Paulo (2006).