INTRODUÇÃO:
As organizações conscientes estão aperfeiçoando, cada vez mais, os mecanismos de sua GESTÃO AMBIENTAL para minimizar o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente. O desenvolvimento que o homem usufrui, no presente, não seria possível sem que houvesse o uso e o aproveitamento do que a NATUREZA tem oferecido há milhares de anos. O que vem se tornando a grande preocupação dos especialistas, diante da exploração da dos recursos naturais,é a velocidade da degradação e a maneira como muitas empresas ainda não se posicionaram corretamente diante desta situação.
Muitas causas podem ser apontadas para justificar o processo. A degradação é causada pelo crescimento demográfico, pelas necessidades das indústrias, pelo consumo desenfreado, pelo insaciável desejo do CAPITALISMO pelo lucro, a distribuição desigual da riqueza entre as nações e entre a população etc.
Contudo, há um ponto de vista unânime: de um lado os RECURSOS NATURAIS são limitados e, no sentido contrário, há uma sociedade de consumo com necessidades e expectativas ilimitadas. Além do risco do esgotamento dos RECURSOS NATURAIS, há o risco de que eles sofram tantas alterações que o seu aproveitamento se torne inviável.
Diante destas alternativas, as organizações com um nível de consciência maior, se preocupam em retirar da NATUREZA apenas o necessário para o consumo, dentro de um processo racional baseado na SUSTENTABILIDADE.
A ORIGEM DA SUSTENTABILIDADE
O conceito começou a se delinear na Suécia, em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano – UNCHE.
A UNCHE (United Nations Conference on the Human Environment ) foi a primeira conferência da ONU que abordou e discutiu a atividade humana em relação ao MEIO AMBIENTE e lançou as bases de ações ambientais em âmbito mundial. As questões como a POLUIÇÃO e a DEGRADAÇÃO AMBIENTAL tiveram relevância nesta reunião internacional. O encontro estabeleceu a ideia de que estes problemas não se restringem às fronteiras políticas, pois afetam nações, regiões e povos localizados muito além do ponto de origem.
Na ocasião, pela primeira vez, a questão foi abordada como uma preocupação importante, com o reconhecimento da necessidade de se gerenciar melhor os recursos não renováveis, proteger e criar mecanismos de governança nacionais e internacionais para o MEIO AMBIENTE.
SUSTENTABILIDADE
O termo define ações e atividades humanas para suprir necessidades presentes sem comprometer a satisfação das necessidades das futuras gerações. O conceito prevê o desenvolvimento econômico e material que não seja prejudicial ao MEIO AMBIENTE ao usar os RECURSOS NATURAIS de forma racional e inteligente para que eles se mantenham para o futuro (um desenvolvimento de forma sustentável).
“SUSTENTABILIDADE é a capacidade de o homem interagir com a Natureza, preservando o meio ambiente para não comprometer os RECURSOS NATURAIS para gerações futuras”. RELATÓRIO DE BRUNDTLAND (1987).
OS PRINCÍPIOS DA SUSTENTABILIDADE
O conceito de desenvolvimento sustentável procura harmonizar os objetivos de desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e a CONSERVAÇÃO AMBIENTAL. Para que um empreendimento seja considerado sustentável é preciso que ele considere:
• QUESTÃO SOCIAL: é preciso respeitar o ser humano, para que este possa respeitar a Natureza.
A parte mais importante do MEIO AMBIENTE é o próprio homem.
• QUESTÃO ENERGÉTICA: sem energia a economia não se desenvolve e, desta forma, piora a condição de vida do homem.
• QUESTÃO AMBIENTAL: o MEIO AMBIENTE degradado diminui a expectativa de vida dos indivíduos.
BENEFÍCIOS DA SUSTENTABILIDADE
As ações de SUSTENTABILIDADE garantem a médio e longo prazo as boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida. Preservam RECURSOS NATURAIS necessários para as próximas gerações mantendo florestas, rios, lagos e oceanos.
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento é algo necessário. Mas, é preciso um padrão de consumo e de aproveitamento das matérias-primas extraídas da NATUREZA equilibrando desenvolvimento econômico com RESPONSABILIDADE AMBIENTAL. Nas empresas a GESTÃO AMBIENTAL trabalha para alcançar a harmonia entre o desenvolvimento econômico, preservação do MEIO AMBIENTE, justiça social (acesso a serviços públicos de qualidade), qualidade de vida e uso racional dos recursos naturais.
O crescimento econômico da forma que é praticado depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Portanto, ele é INSUSTENTÁVEL ao conduzir esgotamento. Em contrapartida, o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL tem, como requisitos básicos, o planejamento e o reconhecimento de que os recursos não são infinitos.
EXEMPLOS DE PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE
● – Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio sempre que necessário.
● – Preservação total de áreas verdes não destinadas a exploração econômica.
● – Incentivo a produção e consumo de alimentos orgânicos, que não agridam a natureza e que não causam mal à saúde.
● – Exploração de recursos minerais (petróleo, carvão, minérios) de forma controlada, racionalizada e planejada.
● – Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, solar, biodiesel, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de combustíveis fósseis e a poluição do ar.
● – Criação de atitudes pessoais e empresariais voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos. Esta ação diminui a extração de recursos, gera emprego e renda e diminuir a quantidade de lixo.
● – Desenvolvimento de processos produtivos com menor consumo de energia.
● – O desenvolvimento da GESTÃO SUSTENTÁVEL nas empresas planejando ações para reduzir o desperdício de matéria-prima e energia.
● – Combater a ocupação ilegal de áreas Preservação de Mananciais. Incentivar o consumo de água controlado para evitar ao máximo o desperdício.
● – Tratamento de esgotos, EFLUENTES INDUSTRIAIS e outras medidas evitando a poluição dos recursos hídricos.
● – Despoluição e descontaminação de rios e lagos.
● – O uso de tecnologias novas e capazes de reduzira poluição dos veículos automotores como o carro elétrico e o carro híbrido (com energia elétrica e combustível fóssil).
● – Planejar o crescimento urbano de forma sustentável através de um PLANO DIRETOR garantindo a criação de áreas verdes, espaços culturais, ciclovias etc.
● – Descarte de equipamentos eletrônicos, baterias e pilhas em locais apropriados para que empresas especializadas possam dar um destino correto a este material.
● – Pesca controlada, principalmente de espécies marinhas que correm risco de extinção. Atualmente há vários procedimentos criando períodos específicos para a pesca de determinadas espécies de peixe.
COMPONENTES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O campo do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL pode ser dividido em quatro componentes:
A – SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: consiste na manutenção das funções e dos componentes dos ECOSSISTEMAS para poder assegurar que continuem viáveis. Ou seja, capazes de se auto-reproduzir e se adaptar a alterações e manter a sua variedade biológica. É também a capacidade que o AMBIENTE NATURAL tem de manter as condições de vida para as pessoas e para outros seres vivos tendo em conta habitabilidade, beleza e estética do ambiente e a função como fonte de energia renovável.
B – SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA: exploração sustentável dos recursos evita o seu esgotamento. Para tanto, SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA reúne um conjunto de medidas e políticas para incorporar as preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro passa a ser visto e medido também pela perspectiva social e ambiental, o que leva à otimização do uso de recursos limitados, gestão de tecnologias de poupança de materiais e gestão de tecnologias de poupança de energia.
C – SUSTENTABILIDADE SOCIOPOLÍTICA: visa o desenvolvimento humano, a estabilidade das instituições públicas, das instituições culturais, e, principalmente, a redução de conflitos sociais. Seu objetivo é humanização da economia e a evolução dos seus componentes humanos e culturais:
● Não ver o ser humano como objeto.
● O ser humano é o objetivo do desenvolvimento.
● O ser humano participa na formação de políticas que o afetam.
● O ser humano decide, controla e executa decisões.
IDS – INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A construção de um conjunto de indicadores(IDS-Brasil) teve início no movimento internacional da década de 1990 com a Comissão das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, UN-CSD (UNITED NATIONS COMMISSION ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT) para fomentar a formulação de indicadores para fazer o acompanhamento do progresso dos países na direção do desenvolvimento sustentável.
São utilizados dados econômicos, sociais, institucionais e ambientais. O último IDS apresentado pelo IBGE em 2012 mostrou avanços nos últimos anos no tocante ao desenvolvimento sustentável no país. Porém, o país está muito distante dos resultados apresentados pelos países mais desenvolvidos. O IDS aborda as seguintes DIMENSÕES e TEMAS:
● DIMENSÃO SOCIAL – aborda temas como população, equidade, saúde, educação, habitação e segurança.
● DIMENSÃO AMBIENTAL – é relacionada à atmosfera, terra, oceanos, mares, áreas costeiras, biodiversidade e saneamento.
● DIMENSÃO AMBIENTAL – estrutura econômica, padrão de produção e padrão de consumo.
● DIMENSÃO INSTITUCIONAL – estrutura e capacidade institucional.
Sugestão de Leitura
ALMEIDA, FERNANDO. Os Desafios da Sustentabilidade – Uma Ruptura Urgente. Editora Campus-Elsevier. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2007.
WERBACH, ADAM. Estratégia para Sustentabilidade – Uma nova forma de Planejar sua Estratégia Empresarial. Editora Campus-Elsevier. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2010.
MAGOSSI, LUIZ ROBERTO; BONACELLA, PAULO HENRIQUE; FORMAGGIA, DENISE M. E. Sustentabilidade Ambiental – Uma questão de Consciência. Editora Moderna. Edição 1ª. São Paulo, 2014.
VIVIEN, FRANCK-DOMINIQUE. Economia e Ecologia. Editora SENAC. São Paulo, 2011.