INTRODUÇÃO:
Quando se aborda o SGA poucos se atentam que esta proposta é um compromisso com o futuro. Sem dúvida, soluções visando harmonizar o plano econômico, ambiental e social sem desperdícios têm grande importância para algumas empresas. A finalidade é minimizar riscos de acidentes ecológicos, reduzir custos, fortalecer e associar uma imagem positiva da empresa junto à comunidade, clientes, fornecedores, autoridades e STAKEHOLDERS.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
É o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras.
É o desenvolvimento econômico que não esgota os recursos para o futuro. E os cientistas vêm alertando e destacando a necessidade de se combater imediatamente as mudanças climáticas como uma incumbência urgente. Para as empresas, atuar com o SGA e pensando em DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL é economicamente viável. Mas, a melhoria efetiva dos processos depende muito do comprometimento de todos os seus setores.
OS 3R’s:
A preocupação dos cientistas a respeito de SUSTENTABILIDADE e utilização inteligente e planejada dos recursos do planeta é um assunto muito debatido. E muitas vezes até de forma acalorada. A ONU promove conferências, é comum que o tema esteja em mesas-redondas na mídia, nas redes sociais e nas ONG’s que lutam pela preservação ambiental. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL também tem sido tema de várias, palestras em instituições de ensino, em empresas etc. Em meio a toda essa polêmica, a busca pela redução de danos causados ao meio ambiente trouxe uma PROPOSTA, bem interessante, que reduz a geração de resíduos e transforma alguns deles em um novo produto.
Esta PROPOSTA de ação preventiva, ficou conhecida com “Política dos 3R’s”: REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO e RECICLAGEM. É um processo educativo para modificar os hábitos quanto ao consumo exagerado e desperdícios. Nos últimos anos tem sido um dos itens mais abordados nas empresas em treinamentos e em programas de QVT.
TRABALHANDO OS 3R’s:
A “Política dos 3R’s” segue uma determinada ordem de importância REDUZINDO ao máximo, fazendo a REUTILIZAÇÃO sempre que for viável e possível e, por fim, RECICLAR o que puder ser reciclado. Os seus métodos e principais objetivos podem ser considerados dentro do modelo de SGA:
● Política Ambiental: onde a empresa estabelece o seu compromisso com o desempenho ambiental.
● Planejamento: a empresa analisa o impacto de suas atividades e onde a “Política dos 3R’s” poderá ser aplicada.
● Implantação e operação: desenvolvimento de ações para atingir objetivos e metas da “Política dos 3R’s”.
● Verificação e correção: monitoramento através da utilização de indicadores que demonstrem que os resultados estão dentro do previsto.
● Análise e Revisão gerencial: a “Política dos 3R’s” é sempre revisada.
● Melhoria contínua: correções necessárias.
1 – REDUZIR:
Antes de cortar gastos, usando como sempre a velha técnica medíocre e imediatista de demitir colaboradores, uma empresa mais inteligente deve conhecer todos os seus processos.
Com toda a certeza, ela pode estar desperdiçando recursos sem visualizar corretamente onde está a raiz do problema. Uma alternativa mais coerente é monitorar o uso de MATÉRIAS PRIMAS, insumos, materiais de consumo, bens, serviços, água, energia e combustíveis.
Isto significa REDUZIR desperdícios, uma forma mais sensata para conter custos. Pensado sobre a “Política dos 3R’s”, não se trata apenas de contenção de gastos e manutenção de postos de trabalho. REDUZIR também contribui para que a empresa preserve RECURSOS NATURAIS com ações que diminuam a geração de lixo, descartes e poluição ambiental.
2 – REUTILIZAR:
Significa utilizar ou aplicar um produto no mesmo processo, na mesma função ou então em outras possibilidades de uso. O objetivo é prolongar a utilização quantas vezes forem possíveis. REUTILIZAR reduz custos de produção das empresas e se torna uma das alternativas que contribuem na solução de problemas de GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS mal executados e na geração de lixo.
A empresa ao REUTILIZAR evita a compra ou o descarte de vários materiais e a retirada de matéria-prima da natureza. O setor industrial produz uma infinidade de resíduos, de diversas características, com possibilidades de serem reutilizados. O processo de separação e organização permite o aproveitamento de vários materiais. Esta prática também minimiza o uso de matérias primas, insumos, materiais de consumo, bens, serviços, água, energia e combustível para fabricação.
A RESOLUÇÃO CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002, Publicada no DOU no. 226, de 22/11/2002, Seção 1, páginas 85-91 dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Contém o conjunto de informações para que as indústrias realizem o adequado gerenciamento de seus resíduos.
3 – RECICLAGEM:
O senso comum confunde a RECICLAGEM com REDUÇÃO e REUTILIZAÇÃO. A RECICLAGEM faz o reprocessamento de um item, a REDUÇÃO diminui o consumo e a REUTILIZAÇÃO utiliza um item para outra função. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a RECICLAGEM é o processo em que há a transformação do resíduo sólido que não seria aproveitado, com mudanças em seus estados físico, físico-químico ou biológico de modo a atribuir características ao resíduo para que este se torne novamente matéria-prima ou produto.
É o processo que transforma materiais usados (cuja primeira utilidade terminou e que seriam descartados) em algo totalmente novo. Ou materiais usados que podem ser reinseridos num CICLO PRODUTIVO, como matéria-prima, na fabricação de novos produtos. Há inúmeros materiais podem ser RECICLADOS (papéis, plásticos, vidros, metais, pneus, alumínio, madeira, tecidos etc.).
O crescimento demográfico e as técnicas de produção vêm causando o aumento na quantidade de lixo (doméstico, industrial e eletrônico). Nos últimos anos do Século XX, o processo de RECICLAGEM passou a ser visto como uma forma que tem contribuído, significativamente, com a diminuição dos impactos causados no meio ambiente. A RECICLAGEM também diminui a retirada de MATÉRIAS PRIMAS da natureza que seriam usadas em novos produtos. Mas, ainda falta educação ambiental e consciência da população sobre a importância da RECICLAGEM na limpeza e saúde pública.
No setor industrial boa parte já pratica a RECICLAGEM por uma questão de economia e não por uma preocupação efetiva com o MEIO AMBIENTE. A RECICLAGEM começa com a separação dos restos da produção para REAPROVEITAMENTO ou para ser vendido para cooperativas ou empresas especializadas. Contribui para a GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA em COOPERATIVAS e usinas e, ainda que seja em pouca quantidade, ajuda na preservação de recursos naturais.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, para plásticos de embalagens e metais componentes de equipamentos o tempo para a decomposição é de aproximadamente 450 anos, já para embalagens PET e sacolas plásticas o tempo é de mais de 100 anos.
Sugestão de Leitura:
ZANETI, IZABEL. Além do lixo: reciclar: um processo de transformação. Editora Terra Una. Brasília, 1997.
NANI, EVERTON LUIZ. Meio Ambiente e Reciclagem – Um Caminho a ser Seguido. Editora Juruá. Curitiba.
MILAN, MARCOS. Reciclagem de Materiais. Empresa e Conceito. Editora SENAI-SP. Edição 1ª. São Paulo, 2017.
DEMAJOROVIC, JACQUES; LIMA, MÁRCIA. Cadeia de reciclagem: Um olhar para os catadores. Editora Senac. Edição 1ª. São Paulo, 2014.
CARVALHO, I. C. DE M. Educação ambiental e a formação do sujeito ecológico. Editora Cortez. Edição 5ª. São Paulo, 2011.