INTRODUÇÃO:
O ÁLCOOL resulta da fermentação de grãos de cereais, mel ou suco de frutas, misturados a leveduras e fungos que se alimentam de açúcar. Pesquisas indicam que o consumo de bebidas fermentadas (alcoólicas) tenha origem ainda na pré-história e que tenha exercido grande influência no desenvolvimento humano: na religião, na linguagem, na agricultura e na arte.
A mais antiga comprovação de uma bebida fermentada de arroz foi encontrada na CHINA (datada em 7.000 a.C.) e na ÍNDIA (a SURA ou SOORAA, também destilada de arroz é datada entre 3000 e 2000 a.C.).
As bebidas fermentadas já eram consumidas no ANTIGO EGITO, onde o vinho e a cerveja eram sagrados. Em 2700 a.C. SUMÉRIOS e BABILÔNIOS adoravam a deusa do vinho. E assim as bebidas estiveram presentes por toda a ANTIGUIDADE, IDADE MÉDIA, na AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA, RENASCENÇA, IDADE MODERNA e até os dias atuais.
OS PROBLEMAS PELO CONSUMO DO ÁLCOOL
O efeito do ÁLCOOL no cérebro altera a consciência, liberta a serotonina, dopamina e endorfina (substâncias que fazem os indivíduos diminuírem a ansiedade e se sentirem felizes). Contudo, o excesso leva a embriaguez e os efeitos negativos das bebidas e suas conseqüências sempre foram conhecidos.
Com o tempo surgiram outras matérias primas para a obtenção do ÁLCOOL. No Século XVI, a AGUARDENTE da cana de açúcar foi utilizada extensivamente na medicina e passou a ser usada como bebida. O consumo não ficou restrito apenas aos indígenas, escravos e pessoas comuns – ela também alcançou a nobreza e a burguesia. No Século XVIII, o ALCOOLISMO foi se tornando um problema grave na GRÃ-BRETANHA e em outros países.
Na segunda metade do Século XIX, a GRÃ BRETANHA iniciou campanhas visando a conscientização para o uso moderado e mudança de atitude em relação ao ÁLCOOL. Mas, sem resultados promissores.
Nos EUA não foi diferente. No Século XVII, antes da independência, medidas legais procuraram impedir a venda de rum, vinho, conhaque, whisky ou demais bebidas que apresentassem alto teor de ÁLCOOL. As bebidas alcoólicas continuaram sendo largamente consumidas pelos americanos no Século XIX e no Século XX. Além de ser um hábito já enraizado, o nível de prosperidade e bem-estar trazidos pelos “LOUCOS ANOS 20”, elevou ainda mais o consumo. Em 1920 o governo americano instituiu a LEI SECA pela 18ª. Emenda à Constituição que proibia a fabricação, comércio, transporte, exportação e importação de bebidas para combater o vício, a violência e as mazelas causadas pelo ÁLCOOL.
Mesmo que inicialmente o apoio à PROHIBITION tenha sido grande, o resultado não foi o previsto. O comércio ilegal e o consumo em festas regadas à bebida continuaram no mesmo ritmo frenético.
Foi a oportunidade para GÂNGSTERS, traficantes, quadrilhas, comerciantes e bares ilegais criarem extensas redes, esquemas de contrabando e fábricas clandestinas.
OS EFEITOS PELO CONSUMO DO ÁLCOOL
Há uma linha divisória muito frágil entre o CONSUMO RECREATIVO e o CONSUMO SEM CONTROLE que, além da dependência, causa impactos aos indivíduos:
Falha de memória. Cefaléia. Fala arrastada. Azia, vômitos, queimação no estômago e diarréia. Desatenção. Respiração difícil. Sonolência. Alterações na visão e audição. Raciocínio desordenado. Falha na percepção. Diminuição da coordenação motora.
– HIPERTENSÃO – bebidas alcoólicas podem causar hipertensão pelo aumento da pressão sangüínea e alto risco de infarto.
– CIRROSE – o ÁLCOOL metabolizado pelo fígado produz substâncias altamente tóxicas e causam inflamação (hepatite alcoólica).
Caso essa inflamação se tornar crônica haverá a formação de fibrose que, se for extensa, vai se tornar a CIRROSE.
– ARRITMIA – bebidas alcoólicas podem prejudicar o coração alterando o ritmo e a frequência de batimentos cardíacos: palpitações, batimentos irregulares, batimentos lentos, dores no peito, tontura e desmaios.
– COLESTEROL – o álcool eleva o nível de VLDL (a lipoproteína que transporta gorduras e colesterol no sangue). Este aumento forma as placas de gordura nos vasos e o risco de ATEROSCLEROSE (placas no interior das artérias e podem levar ao infarto, AVC ou falência renal).
– CARDIOPATIA ALCOÓLICA – uso de bebidas alcoólicas causa o enfraquecimento do músculo cardíaco. Portanto, prejudica a capacidade de bombeamento do sangue e a sobrecarga do coração.
ÁLCOOL – PORTA DE ENTRADA PARA AS DROGAS
Por muito tempo prevaleceu a ideia de que a MACONHA era o primeiro passo para que as pessoas “experimentassem” as drogas. Mas, pesquisadores americanos analisaram chegaram à conclusão de que era o ÁLCOOL a “porta de entrada” principal para drogas mais pesadas. O resultado causou divergências por afirmar que, quanto mais cedo um indivíduo utilizar bebidas alcoólicas, provavelmente ele será mais vulnerável e motivado ao uso abusivo de outras substâncias ilícitas:
– A primeira divergência é pelo fato de que a pesquisa não deveria estabelecer jovens americanos como uma referência 100% correta.
– A segunda divergência é que boa parte dos usuários (e não a totalidade) pode ter iniciado com as bebidas.
– Mas, a opinião geral aponta o fato que o ÁLCOOL é a substância mais usada e ligada à maioria das mortes em acidentes automobilísticos, violência, suicídios etc.
Assim, a dependência pode começar no ÁLCOOL (a droga mais aceitável, barata e acessível).
Segundo a psicóloga ANDREA HAMASAKI, os alcoólicos relatam que, de fato, “bebem e perdem um pouco a questão do julgamento e vão no embalo, não pensam se é bom ou não, não estão preocupados com regras”. Ou seja, segundo ela, a maioria dos pacientes em tratamento de drogas ilícitas confirma que tudo começou com o álcool. Fonte: www.antidrogas.com.br/
Um estudo científico comparou os efeitos de sete drogas recreativas nos seres humanos e concluiu que a maconha é a menos mortal delas. O álcool foi considerado a mais mortal, seguido por heroína, cocaína, tabaco, ecstasy, metanfetaminas e, finalmente, maconha. Os pesquisadores afirmam que o álcool é 114 vezes mais mortal que a maconha. Fonte: www.jusbrasil.com.br/
Nos EUA, as faculdades TEXAS A&M UNIVERSITY e UNIVERSITY OF FLORIDA realizaram uma pesquisa em 2015 (publicada no JOURNAL OF SCHOOL HEALTH) apontando o ÁLCOOL como o primeiro passo consumido por indivíduos com problemas relacionados às drogas.
Para os pesquisadores, é de grande importância dar prioridade na prevenção do uso do ÁLCOOL. Isto significa que a bebida (fermentada ou destilada) é a entrada das drogas ilícitas. O estudo concluiu que, quanto mais cedo houver o contato com o álcool, maior serão as chances do envolvimento posterior com outras drogas.
AS DISCUSSÕES SOBRE O CONSUMO DAS DROGAS
As discussões e debates sobre a relação às drogas continuam:
1 – Muitas opiniões afirmam que problema das drogas não é uma criação recente – ele sempre existiu. Mas, mas, o cenário se agravou no final do Século XX porque as drogas se tornaram mais acessíveis e criaram um mercado atraente para o tráfico.
2 – Outros pontos de vista afirmam que o aumento do número de usuários foi um resultado das transformações ocorridas na sociedade e pela perda de valores.
3 – O desenvolvimentode novos sintéticos na década de 1990 e no início dos anos 2000 incentivaram o “modismo” pela busca de novas sensações. O objetivo passou a ser um escape diante da falta de perspectivas, alto nível de frustrações, graus de ansiedade e depressão.
4 – O problema das drogas se deve à falta de orientação e conscientização sobre os seus malefícios.
5 – Indivíduos de baixa renda se tornaram um alvo fácil para o vício e para o tráfico pela falta de acesso à informação correta e pela falta de oportunidades.
Infelizmente, independentemente das divergências, o problema das drogas também chegou ao AMBIENTE LABORAL e tem sido motivo de grande preocupação para os profissionais da GESTÃO DE PESSOAS sobre a SAÚDE MENTAL nas empresas.
Sugestão de Leitura
LARANJEIRA, RONALDO; JUNGERMAN, FLÁVIA; DUNN, JOHN. Drogas: Maconha, Cocaína e Crack. Editora Contexto. Edição 5ª. São Paulo, 1998.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA – CFM. A tragédia da maconha. Causas, consequências e prevenção. Brasília, 2019.
MENDES, ANA MAGNÓLIA. Trabalho e Saúde O Sujeito Entre Emancipação e Servidão. Editora Juruá. Edição 1ª. Curitiba, 2008.
JACQUES, MARIA DA GRAÇA; COD, WANDERLEY. Saúde Mental e Trabalho: Leituras. Editora Vozes. Petrópolis, 2002.