INTRODUÇÃO:
Algumas questões têm sido colocadas diante dos avanços da tecnologia e após a pandemia do COVID. Duas delas abordam quais serão as profissões do futuro e quais os requisitos necessários para ser um profissional competitivo no NOVO NORMAL (ou na NOVA ECONOMIA). Muitos estudantes e profissionais estão preocupados e com as atenções voltadas para atender as solicitações do mercado de trabalho. Além dessas dúvidas, como de costume, há a incerteza em relação aos caminhos a serem adotados pela política brasileira e as estimativas para a economia.
Para a maioria, há um clima de ansiedade quando se procura algum diagnóstico mais seguro sobre o comportamento do mercado de trabalho ou para se dedicar ao EMPREENDEDORISMO.
A opinião, em geral, mostra que as organizações entrarão em um forte processo a procura de profissionais de maior qualificação e de grande talento, caso não haja alternativas dentro da própria empresa ou se não houver sucesso na RETENÇÃO DE TALENTOS. Mas, as dúvidas continuam por algumas questões que as empresas não conseguem, em sua maioria, definir com clareza:
● O que distingue profissionais de grande talento – qualificação ou experiência?
● Qual a necessidade? Profissionais ESPECIALISTAS ou GENERALISTAS?
● Há preferência pelos GIG WORKERS?
● A preferência é por HARD SKILSS ou SOFT SKILLS?
● Quais as capacitações mais requisitadas? Qual formação é necessária?
● A modalidade é TRABALHO PRESENCIAL, REMOTO ou HÍBRIDO?
Ao verificarmos as profissões do futuro nas informações disponíveis sobre o assunto, a maioria delas apontadas por especialistas, talvez sejam as MEGATENDÊNCIAS para os próximos anos. Porém, um tema que deixa poucas dúvidas são as HABILIDADES que estão sendo observadas como sendo importantes na NOVA ECONOMIA:
1 – PENSAMENTO ANALÍTICO
Um PENSAMENTO é resultado de atividades racionais do intelecto ou das abstrações da imaginação. Ou, segundo outras definições, é um processo mental que permite ao indivíduo avaliar e criar um modelo da sua percepção do mundo. É o que é produzido por atividade intelectual.
O PENSAMENTO ANALÍTICO é um processo que faz reflexões a respeito de um problema, concentradas em tomar uma decisão ou no que fazer ou no que acreditar estabelecendo uma relação entre o problema e o mundo em geral. Tem por base as evidências e não as emoções. A pergunta “O quê?” é sempre parte da análise. Fraciona o problema em partes menores que são devidamente identificadas, categorizadas e analisadas em separado para chegar a uma resposta ou solução.
O PENSAMENTO ANALÍTICO trabalha com detalhes e de maneira metódica desenvolvendo a capacidade de investigar e estruturar pensamentos de forma clara e precisa. É uma HABILIDADE elementar para profissionais em cargos de GESTÃO. Dependendo de cada situação, em muitos PROCESSOS SELETIVOS há testes específicos verificando a capacidade do candidato quanto ao PENSAMENTO ANALÍTICO.
Os GESTORES precisam ter cuidado. O dia a dia pode levar um profissional a se habituar na ZONA DE CONFORTO ou com TOMADAS DE DECISÃO repetitivas que poderão relegar o uso do PENSAMENTO ANALÍTICO a um segundo plano.
2 – SENSO CRÍTICO
Muitas pessoas acreditam que ser contra tudo e julgar sem base ou conhecimento sobre um tema é ter SENSO CRÍTICO. O assunto gera muitas controvérsias. Ter SENSO CRÍTICO é quando um indivíduo é capaz de questionar e analisar algum assunto, porém, de maneira racional e inteligente sem se basear na intuição (ou ACHISMOS). O SENSO CRÍTICO pode ser considerado uma ferramenta de aprendizado na qual se aprende a procurar a verdade por questionamentos e profunda reflexão a respeito de cada assunto.
No AMBIENTE CORPORATIVO, um GESTOR deveráser capaz de pensar sobre processos em uso, tidos VERDADES VERDADEIRAS, determinados pela CULTURA ORGANIZACIONAL e pela filosofia de trabalho vigente. O GESTOR com SENSO CRÍTICO não aceita ou atua seguindo métodos sem antes questionar.
Empresas de mentalidade atualizada buscam profissionais com PENSAMENTO CRÍTICO, ou seja, com capacidade de agregar valor ao questionar processos e, de maneira criativa, trazer alternativas inteligentes, rápidas, simples e otimizadas.
Cuidado: para questionar, antes de tudo, é preciso conhecer o assunto ou o problema com profundidade para refletir de forma crítica. E, evidentemente, propor soluções mais adequadas. Para muitos, apesar desta HABILIDADE ser uma tendência na NOVA ECONOMIA, em muitas opiniões, em primeiro lugar é preciso a HABILIDADE POLÍTICA.
Há muitas empresas que desejam este perfil profissional, mas, na prática, a CULTURA ORGANIZACIONAL é avessa às mudanças ou há grupos manipuladores na estrutura que gostam ou preferem “DOUTRINAR” pessoas para que não questionem ou ponderem o que está estabelecido.
A palavra CRÍTICA tem do Grego “KRITIKOS” e significa a capacidade de fazer julgamentos. Para um SENSO CRÍTICO aguçado, os GESTORES poderão utilizar as ferramentas 5W2H, DIAGRAMA DE ISHIKAWA ou FIVE WHY’S.
O SENSO COMUM (ou CONHECIMENTO EMPÍRICO) significa ter um conhecimento obtido a partir dos costumes, das experiências, vivências do cotidiano, em um modo comum e espontâneo de se apropriar de informações. Mas, é um conhecimento superficial com base no hábito e não no resultado de reflexões, métodos ou conclusões científicas.[
3 – APRENDIZADO CONTÍNUO
O APRENDIZADO CONTÍNUO, também chamado de LIFE LEARNING, significa APRENDIZAGEM DE VIDA em inglês. Esta ideia argumenta que os estudos e o processo de aprendizagem consistem em uma maneira de desenvolvimento mais ampla que a forma tradicional. A aprendizagem não tem fim – É preciso estar aprendendo algo novo todos os dias. Foi-se a época que os estudos se encerravam no dia da formatura. O mundo mudou com crises na economia, com a tecnologia e a sociedade se transformou. O cenário pode ser analisado da seguinte forma:
A – Na década de 50, quem tinha o ensino primário completo (fundamental) e datilografia podia se colocar facilmente no mercado de trabalho.
B – Nos anos 60, as oportunidades eram maiores para quem havia completado o curso ginasial.
C – No início dos anos 70 o ensino médio completo passou a ser requisito básico.
D – Na metade da mesma década de 70 e até os anos 2000, com as crises da economia, a retração das ofertas de vagas e o desenvolvimento da tecnologia, um segundo idioma e nível superior passaram a ser apreciados.
E – Desde o início do Século XXI, os cursos de pós-graduação, um segundo idioma, domínio da Informática e diversas certificações e especializações se tonaram um diferencial competitivo. E não há previsão de mudanças para os próximos anos. Muitos se queixam que o mundo ficou complexo com muita INFORMAÇÃO. Mas, é um panorama que não terá retorno ao passado…
O LIFE LEARNING (ou LIFELONG LEARNING) tem como proposta a transformação dos estudos em um ato diverso do tradicional, prazeroso, de desenvolvimento contínuo e acessível pelas facilidades que a tecnologia oferece. Essa nova visão possibilita que qualquer indivíduo esteja bem-informado e atualizado. De acordo com especialistas, o processo se dá seguindo quatro passos:
3.1 – Aprender a conhecer: é muito importante que um indivíduo tenha real interesse em relação ao assunto para que a AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO seja útil e que permaneça na memória de longo prazo. O interesse é o motivador e serve de estímulo da memória, do nível de atenção e multiplicador do saber.
A AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO se processa quando se recebemos informações estruturadas em conjuntos de alguma forma organizados. A INFORMAÇÃO significa PODER. Mas, se é preciso construir uma CULTURA DE APRENDIZAGEM, é preciso que a quantidade de INFORMAÇÃO não esteja dispersa. Ela será benéfica ao permitir nos relacionar com o ambiente.
Atualmente, há uma grande disponibilidade de conhecimento para ser acessado. As fontes são inúmeras: livros, notícias, blogs, pesquisas ou em conversas, trabalhos em colaboração com outras pessoas de diversas origens, níveis e interesses. São formas vão dar maior qualidade ao nível intelectual e a criatividade de qualquer pessoa. É um processo que abre a mente em perspectivas diversas que alargam a maneira de pensar.
3.2 – Aprender a fazer: é claro que a base teórica é importante. Entretanto, a atividade prática possibilita fixar a INFORMAÇÃO obtida para transformá-la em hábito. Muitas instituições de ensino têm procurado agregar atividades práticas individuais ou em grupo e solução de CASES.
3.3 – Aprender a conviver: de acordo com especialistas, as atividades em grupo são mais construtivas e capazes de aprimorar SOFT SKILLS. Cada participante tem a oportunidade de aprender e ensinar, ser criativo, trocar conhecimentos e experiências com outras pessoas, conhecer outros pontos de vista, aprimorar a capacidade de construir relacionamentos ou de lidar com conflitos.
3.4 – Aprender a ser: o LIFE LEARNING é a melhor ferramenta para o DESENVOLVIMENTO PESSOAL. O processo também aprimora a criatividade, os padrões de ÉTICA, revê valores, desenvolve a capacidade da TOMADA DE DECISÕES e o autoconhecimento.
Sugestão de Leitura
BARRETO, RODRIGO. Nova Economia: Entenda por que o perfil empreendedor está engolindo o empresário tradicional brasileiro. Editora Gente. Edição 1ª. São Paulo, 2021.