Política de ESTOQUES

A GESTÃO da CADEIA DE SUPRIMENTOS tem se constituído como atividade essencial e estratégica seguindo um planejamento que abrange sua implementação junto com a integração entre todas as ÁREAS FUNCIONAIS da empresa (o AMBIENTE INTERNO) e a relação com os participantes do AMBIENTE EXTERNO. O plano de trabalho, sem dúvida, é um dos principais meios para se estabelecer com precisão uma POLÍTICA DE ESTOQUE.

A GESTÃO DE ESTOQUE e a POLÍTICA DE ESTOQUE são de grande importância na redução de custos de transporte e produção, no fluxo de materiais, na lucratividade, na garantia do bom atendimento e da satisfação do cliente final (MARKETING), na redução de desperdícios e na possibilidade de ESTOQUES EXCEDENTES ao longo da CADEIA DE SUPRIMENTOS.

É estabelecida pela DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA contendo um programa de metas, objetivos, padrões que sirvam de referência e com critérios na avaliação do desempenho da área responsável pela GESTÃO DE ESTOQUE.

A falta de PLANEJAMENTO e de uma POLÍTICA DE ESTOQUES relega a empresa a contar com o fator SORTE nos negócios em uma situação de alto risco para ter grandes prejuízos. O PLANEJAMENTO DE ESTOQUES determina os valores que o estoque deverá ter no decorrer do tempo, datas e quantidades de entrada e saída dos itens, pontos de reposição, dimensionamento, fluidez dos trabalhos e o uso dos recursos disponíveis.

Desta forma, para qualquer empresa, a POLÍTICA DE ESTOQUE eficiente tem início com um PLANEJAMENTO adequado e com o rigoroso acompanhamento dos itens estocados.

O acompanhamento envolve o rigor no recebimento, cadastramento, armazenagem correta, a análise de inventários periódicos avaliando as quantidades e o estado dos itens, o MIX ideal de produtos, a lucratividade, a posição da empresa no mercado e a verificação do tempo de reposição de cada item (giro das mercadorias).

O ESTOQUE é o elemento que permite que a empresa prossiga suas atividades. Ele necessita ser dimensionado segundo padrões estabelecidos para que todas as áreas sejam atendidas (no AMBIENTE INTERNO e no AMBIENTE EXTERNO).

Para que o DIMENSIONAMENTO seja efetivo, o PLANEJAMENTO deverá definir vários aspectos importantes.

1 – Estabelecer quantidades corretas de cada bem que deverão estar armazenadas por um determinado período de tempo. Ou seja, os produtos deverão ser estocados pelo menor tempo possível minimizando ao máximo os custos de manutenção e armazenagem. É a comprovação que a empresa investiu corretamente na compra destes itens. Então o investimento terá um rápido retorno.

2 – Estabelecer o que, quanto e quando a empresa irá produzir (ou vender no caso do comércio) e programar o processo de compras avaliando a quantidade necessária e o tempo de reposição. É a garantia de um atendimento de maneira mais precisa possível e sem prejuízos. Estes são aspectos concernentes a uma POLÍTICA DE ESTOQUES competente: manter pouco capital parado em estoque e proporcionar aos clientes um nível de serviço adequado.

3 – TRADE-OFF vem do inglês e define as situações onde há conflitos diante de escolhas. No caso dos ESTOQUES, o PLANEJAMENTO estabelece quais são os itens considerados estratégicos para as atividades da empresa e avalia qual é a relação de demanda deles quanto aos estoques, processos produtivos e vendas. Isto significa optar por itens de maior giro (ou necessidade) e descartar opções disponíveis em uma comparação e escolha em detrimento de outra. Uma alternativa interessante para servir de base é a análise da CURVA ABC.  

4 – Os ESTOQUES precisam se constituir como o fator que permitirá a garantia dos objetivos principais da empresa quanto a produção, vendas e entrega de produtos aos clientes através dos canais de distribuição.

5 – Outro aspecto importante dentro do PLANEJAMENTO é conhecer o comportamento de cada item ou grupo de itens. Isto é, se há meios de prever a demanda de cada um deles com absoluta precisão. Esta é uma questão relevante pois o custo de manutenção de ESTOQUES aumenta: quanto maior for seu tamanho, maior o espaço físico necessário e o LAYOUT na armazenagem, o rigor para o controle, a quantidade de mão de obra, os cuidados na movimentação, equipamentos e demais gastos.

6 – Outro tópico para o PLANEJAMENTO é quanto aos fornecedores. É preciso antecipar algumas questões importantes, por exemplo, se os itens são de reposição rápida e fácil pelo fornecedor (ou pela produção), quaisos entraves de suprimento e cuidado com as “ofertas”:

A pontualidade para a entrega, reposição e nível de atendimento.

A qualidade do material fornecido e as ocorrências de trocas e devoluções.

O fornecedor é um parceiro de negócios? Este é um ponto fundamental dentro da CADEIA DE SUPRIMENTOS ao englobar o planejamento e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas nos esforços, coordenação, colaboração na busca de fontes de suprimento, compras e produção.

7 – No estabelecimento da POLÍTICA DE ESTOQUES, para muitos analistas sobre o assunto, o PLANEJAMENTO elaborado pela DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA deverá ser flexível em função das constantes mudanças ou adequações ao mercado, cenários de retração ou expansão da empresa, a adoção de novas tecnologias e o conhecimento sobre o ciclo de vida dos itens em ESTOQUE (ou dos produtos produzidos). A falta de flexibilidade poderá ocasionar o desequilíbrio entre todas as partes envolvidas, prejudicar a atualização dos itens que compõe o ESTOQUE e a satisfação dos clientes.

Para muitos especialistas, a política inteligente de estoque é a que foi planejada com critérios que consideraram o limite da capacidade e das formas de armazenagem e, principalmente, sem desperdício de recursos financeiros da empresa equilibrando a satisfação de todas as necessidades das partes envolvidas.

A política inteligente, em muitos pontos de vista, tem início na maneira que o DEPARTAMENTO DE COMPRAS realiza o seu trabalho (atualmente considerada uma área estratégica). Comprar em excesso, sem avaliar o nível do consumo, a capacidade de armazenagem e as normas mínimas de segurança fatalmente trarão problemas. É preciso ter o mapeamento dos principais fornecedores (histórico) e estar sempre com atenção na análise dos relatórios de vendas para identificar as tendências.

É preciso ter critério para não comprar produtos de baixo giro, produtos similares e com a mesma finalidade, produtos no final de CICLO DE VIDA, fazer cotações detalhadas.

O resultado é o aumento de custos, desgastes e desperdício de recursos que poderiam ser direcionados para outras atividades mais significativas.

GASNIER, DANIEL GEORGES. GESTAO DE ESTOQUES E SUPRIMENTOS NA CADEIA DE ABASTECIMENTO. Editora IMAM. Edição 2ª. São Paulo, 2018.

BANZATO, EDUARDO; MENDES, JERÔNIMO; MOURA. REINALDO A. Gestão de Estoques e Suprimentos na Cadeia de Abastecimento. Editora IMAM.

TADEU, HUGO FERREIRA BRAGA. Gestão de Estoques. Fundamentos, Modelos Matemáticos e Melhores Práticas Aplicadas. Editora Cengage Learning. São Paulo, 2012

PAOLESCHI, BRUNO. Estoques e Armazenagem. Editora Érica. Edição 1ª. São Paulo, 2018.

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