INTRODUÇÃO:
Segundo diz a Sabedoria Popular: “Errar é humano, persistir no erro é…”.
O ERRO é parte integrante de qualquer indivíduo, um componente da natureza do HOMEM. Mas, em se tratando do mundo corporativo, pequenos erros acumulados podem ser tornar um perigo: desperdício, desgaste dos funcionários, desgaste diante dos clientes e fornecedores etc. E, dependendo do tamanho do ERRO, ele pode afundar a empresa.
O ERRO é parte fundamental dentro do processo de aprendizagem e evolução do ser humano. Seja qual for o período da vida do indivíduo ou objetivo da aprendizagem, é um componente importante dentro de um longo e contínuo processo de APRENDIZADO composto pela OBSERVAÇÃO, ANÁLISE e CORREÇÃO.
A IMPORTÂNCIA DO ERRO:
Mesmo que na maioria dos casos, o ERRO é uma sensação muito dolorosa e que leva à frustração, o seu desconforto acaba fixando determinada situação na memória.
Ou seja, ele acaba agregando conhecimento e valor ao conteúdo do indivíduo e, na fase de treinamento dentro da empresa, pode ser de grande valor.
O SENSO COMUM EM RELAÇÃO AO ERRO: Por uma mera questão cultural arraigada em nossa sociedade, existe uma grande intolerância em relação aos ERROS. Apesar de afirmar que errar é parte integrante de qualquer ser humano, a ideia primária é o exercício do julgamento. Parece um desejo de condenar e excluir aqueles que cometem ERROS.
Ainda mais, numa era globalizada, competitiva e digital, as empresas procuram a QUALIDADE TOTAL para se aperfeiçoar e gerar resultados maiores e criar uma imagem corporativa perfeita.
A NOVA VISÃO EM RELAÇÃO AO ERRO:
Entre os GESTORES mais esclarecidos, há uma nova tendência em relação a este tema. Já que o ERRO se trata de um componente natural do homem, a visão moderna passou a usá-lo em benefício da própria empresa. Assim sendo, o ERRO está sendo visto como benéfico sob três aspectos:
A – O ERRO vai permitir a análise dos diversos processos em uso dentro da empresa. O problema pode estar em tarefas idealizadas de forma incorreta, informações desordenadas e insuficientes. Como nada e nem é 100% perfeito, o trabalho pode ser reprogramado, passar por correções, melhorias e inovações para maior eficácia.
B – O segundo aspecto verifica se candidatos às vagas foram escolhidos corretamente ou não. O problema pode estar na forma como o processo de recrutamento e seleção está sendo feito.
Ao mesmo tempo é necessário analisar algumas inconsistências na descrição do cargo, no perfil estabelecido para os ocupantes e na descrição das tarefas.
C – O terceiro aspecto diz respeito aos procedimentos no treinamento. É necessário verificar se a mão de obra foi treinada de forma correta para a execução do trabalho.
É possível que seja necessário reavaliar os métodos de treinamento, as falhas na instrução, na avaliação dos indivíduos ou a necessidade de reciclagem. Inclusive podemos considerar também a falta de proximidade dos GESTORES com os funcionários.
SIMULANDO:
Algumas empresas estão adotando um formato mais inovador em termos de Treinamento, Desenvolvimento e Aprendizado. Há exercícios especialmente simulados criando situações monitoradas (propositais) que induzam os funcionários a cometerem ERROS com os seguintes objetivos:
A – Verificar o preparo técnico e nível de conhecimento.
B – Verificar o equilíbrio emocional em situações de pressão (Resiliência).
C – Avaliar o indivíduo em relação à solução de problemas: percepção, criatividade e soluções.
D – Qualidade do relacionamento com os demais funcionários envolvidos (desgastes, rivalidades, confrontos, etc.).
E – Avaliação: corrigir falhas e exaltar virtudes (Motivação).
F – Agregar valor ao profissional com o conteúdo aplicado.
A CONVIVÊNCIA COM O ERRO:
O medo de errar começa na infância, no meio familiar. Na maioria dos casos, pais e educadores não apontam o que é correto. Apenas se limitam a censurar ações não desejáveis com desaprovações e julgamentos. O ERRO é repreendido e o ACERTO é elogiado, mas, dificilmente, a abordagem envolve o MODO para se corrigir as deficiências.
No ambiente de trabalho não é diferente. Dificilmente, quando acontece um ERRO na empresa, há a preocupação para se analisar e eliminar as causas. Na maioria das vezes procura se minimizar o acontecido ou caçar culpados para excluí-los do quadro de funcionários.
Na verdade, a visão de um GESTOR moderno deve questionar o porque o ERRO acontece numa relação entre CAUSA e EFEITO.
CORREÇÕES NECESSÁRIAS:
As correções exigem uma grande dose de HUMILDADE por parte de todos os envolvidos (o reconhecimento de que alguma parte do trabalho não está sendo bem feita). A preocupação deve ser centrada em ANALISAR e ELIMINAR as CAUSAS e não eliminar culpados. Demitir funcionários não resolve se o ERRO for persistente e continuar a se repetir.
A CONVENIÊNCIA COM O ERRO: Ainda há empresas em que EXECUTIVOS e GESTORES possuem uma mentalidade que é conivente com o ERRO. Conscientemente ou não, quanto maior o nível de ERROS mais eles se beneficiam:
1 – Normalmente sabem onde ocorrem os problemas e onde está a solução.
2 – São centralizadores. Não dividem as informações disponíveis e assim criam um CLIMA “carregado”, desgastante que estimula a rivalidade.
4 – Em função dos ERROS,demitem funcionários para “limpar” a empresa e reduzir custos.
5 – Criam a falsa imagem de grandes solucionadores de problemas e profissionais absolutamente indispensáveis.
6 – Desta forma, garantem longevidade no emprego. Até que um dia, alguma forma de vida inteligente dentro da empresa começar a perceber que…
COMBATENDO E MINIMIZANDO O ERRO:
A solução mais útil em uma GESTÃO moderna é através de reuniões, nas quais os ERROS são identificados, analisados e minimizados independentemente da origem, das soluções e medidas a serem adotadas. A finalidade é transformá-los em instrumentos para que a EQUIPE estude, evite os erros já cometidos e desenvolva métodos de prevenção. É a solução mais inteligente para minimizar a possibilidade de enganos.
Todos os envolvidos terão a oportunidade de fazer uma autoanálise dos ERROS e acertos (inclusive os GESTORES). As relações hierárquicas e interdepartamentais podem ganhar em qualidade ao se estabelecer um ambiente baseado na confiança, que entenda o valor da grande oportunidade de reciclagem de conhecimentos e aprendizado.
CONCLUSÕES:
É evidente que, dependendo da extensão e consequências de um ERRO, a empresa deve necessariamente tomar as providências em relação aos envolvidos. No conceito de empresa moderna, a ocorrência de ERROS não pode transformá-la num TRIBUNAL DE INQUISIÇÃO. Esta postura influencia os funcionários e inibe qualquer forma de OUSADIA e CRIATIVIDADE, itens nos quais existe uma enorme carência.
O ERRO não pode ser apenas se tornar uma justificativa para enxugar a folha de pagamento da empresa e sim uma forma de a empresa e seus funcionários evoluírem.
Origem dos ERROS:
Departamentos/funcionários envolvidos: o ERRO pode estar com os subordinados por vários fatores: a falta de capacidade para exercer a função, seleção inadequada, perfil não condizente, falhas no treinamento, desmotivação, falta de ambientação profissional etc.
Erros de Gerenciamento: definição incorreta dos objetivos, falta de informações claras e precisas, centralização excessiva, falta de liderança etc.