INTRODUÇÃO:
O EMPREENDEDORISMO tem sido tema de vários estudos nos últimos anos. Hoje, o que se observa, é o crescente número de novos EMPREENDEDORES, alguns jovens e outros mais maduros, mas, sem o preparo suficiente para enfrentar os desafios que a atividade impõe. Para quem optou por ser um EMPREENDEDOR, é preciso criar algo diferente e que atenda às necessidades de mercado, ter visão, ir sempre além para ampliar os limites de suas próprias COMPETÊNCIAS, foco nos clientes etc.
Cada vez mais, há a necessidade do EMPREENDEDOR priorizar sua formação, capacitação e profissionalismo. E, quanto à formação de sua EQUIPE ou das suas parcerias, ele deve contar com profissionais de perfis diferenciados que desempenhem, por meio de suas qualidades, as ações que tragam resultados positivos.
PROTAGONISMO
A literatura sobre EMPREENDEDORISMO aponta várias qualidades e competências importantes, para os indivíduos que optaram por outros caminhos na vida profissional. O PROTAGONISMO é um dos atributos que vem se destacando no universo do EMPREENDEDORISMO.
A palavra tem origem no idioma grego “PROTAGONISTES” (“PROTOS” significa primeiro ou principal e “AGONISTES” significa lutador ou competidor). Em artes, o PROTAGONISTA é o personagem principal. Em comparação, no sentido figurado, o EMPREENDEDOR também é aquele que assume as rédeas da sua vida, que exerce o papel de destaque. A qualidade dos produtos/serviços da sua START UP estará intimamente ligada ao seu PROTAGONISMO.
O EMPREENDEDOR PROTAGONISTA
Como PROTAGONISTA, o EMPREENDEDOR é o agente transformador, que não se conforma com uma situação, que toma decide e carrega a responsabilidade pela evolução do seu negócio. Portanto, deverá enxergar além do próprio negócio, aproveitar oportunidades, ter atitude para transformar situações evitando que algum fato desfavorável venha a prejudicar os negócios.
No EMPREENDEDORISMO é importante ter VISÃO MACRO do caminho a ser seguido por meio de um planejamento avaliando todos os elementos (usar PODC e 5W2h) para chegar aos objetivos.
Porém, é necessário rever e avaliar suas habilidades e competências (técnicas e comportamentais) considerando as habilidades naturais, nível de conhecimento, MINDSET (mentalidade) etc. Ao mesmo tempo, é preciso desenvolver áreas que são críticas, fora da EXPERTISE e que poderão ser uma fonte de problemas (fazer análise SWOT).
Ter coragem para colocar em prática ideias e usar todo o potencial.
CARACTERÍSTICAS DO PROTAGONISTA
De acordo com seus pontos de vista, os estudiosos sobre o EMPREENDEDORISMO assinalam diversas características:
PROATIVIDADE: iniciativa em busca de oportunidades e se antecipar aos fatos.
MINDFULNESS: é estar em sintonia com o que acontece à sua volta em estado mental de concentração. É o alinhamento com as pessoas e, além disso, fazer umaleitura correta do ambiente de negócios (ATENÇÃO PLENA ou CONSCIÊNCIA PLENA).
APRENDIZADO CONSTANTE: o conhecimento permite a atualização e deve ser um processo contínuo (sempre aprendendo e sempre se desenvolvendo).
EMPATIA: estabelecer vínculos fortes, construídos pela capacidade de enxergar e interagir com outras pessoas. É a capacidade de sentir e entender como o outro se sente.
ATITUDE: é uma das principais caraterísticas no PROTAGONISMO. É fazer as coisas acontecerem transformando ideias em ações concretas.
AUDÁCIA: ousadia para superar limites, aproveitar oportunidades e correr riscos.
SIGNIFICADO: ter um propósito e sentido em suas ações, com paixão pelo que faz. Assim, é possível dar MOTIVAÇÃO para sua EQUIPE.
TER RESPONSABILIDADES: agir com postura ética e com integridade assumindo as consequências dos seus atos e omissões. O PROTAGONISMO também pressupõe que o EMPREENDEDOR seja LÍDER, exemplo e referência.
INOVAÇÃO: deve ser uma prática constante e sistemática. O HOJE não é mais o que aconteceu ONTEM – muito menos o que vai acontecer AMANHÃ.
OS PERIGOS PARA O PROTAGONISTA
CUIDADO: por criar um nível muito alto de determinação e autoconfiança, em muitas oportunidades, o PROTAGONISMO pode ser entendido como arrogância e autoritarismo.
1 – MUDANDO DE POSIÇÃO: há diversas razões que têm levado profissionais deixarem o emprego formal para seguir o caminho do EMPREENDEDORISMO:
Falta de sintonia com os superiores hierárquicos e a monotonia das tarefas diárias.
Falta de desafios.
A maioria dos GESTORES ou profissionais que ocupam cargos de chefia não sabe como motivar seus subordinados.
Os desgastes nos relacionamentos e no ambiente são inevitáveis.
Mas, numa análise mais ampla, há outros fatores envolvidos. Em geral, a maioria dos GESTORES é composta por profissionais que não são LÍDERES: não têm dinamismo, flexibilidade e nem provocam nenhum tipo de inspiração.
Por medo ou preguiça, os GESTORES não orientam seus subordinados no desenvolvimento das suas carreiras e se agarram aos seus cargos, lutando para manter o STAUS QUO – não querem crescer mais na empresa e não incentivam seus funcionários a fazê-lo. Estes são fatores decisivos para que muitos deles sonhem em procurar outro rumo.
Mas, quando se tornam EMPREENDEDORES para assumir o papel de PROTAGONISTAS, o “personagem lutador”, a tendência que se observa em muitos dos novos empresários, é copiar as mesmas atitudes que eles abominavam em seus antigos superiores. Procedem de maneira idêntica em relação aos seus subordinados…
2 – INÉRCIA – ZONA DE CONFORTO – ESTAGNAÇÃO: a INÉRCIA é um princípio da física que explica a resistência que a matéria oferece à aceleração.
Este princípio, a INÉRCIA, pode ser aplicado a um EMPREENDEDOR, que mesmo sendo o PROTAGONISTA, se esqueceu do papel de “lutador”. Entra num estado de INÉRCIA, se mantendo em uma situação segura por autoconfiança, fazendo apenas o suficiente para o dia-a-dia ou esperando as coisas acontecerem.
Além do estado INERCIAL, o PROTAGONISTA também corre o risco de cair na ZONA DE CONFORTO. A princípio, o indivíduo foi para o EMPREENDEDORISMO cheio de ideias, projetos e objetivos a serem alcançados. E com o passar do tempo…
Para um EMPREENDEDOR a ZONA DE CONFORTO é uma grande armadilha.
Ele passa a se sentir tão seguro, que não consegue enxergar mais os perigos da concorrência, a evolução dos negócios, esperando a sorte cair do céu etc.
Quando ele perceber poderá ser tarde demais para reagir, pois, no EMPREENDEDORISMO é preciso antecipar e não apenas entrar em um processo de reação. Acostumando-se na ZONA DE CONFORTO, o EMPREENDEDOR pode terminar caindo na uma última fase: a ESTAGNAÇÃO, hoje o principal motivo para acelerar o fim da START UP.
3 – CULTURA ORGANIZACIONAL e CLIMA ORGANIZACIONAL: grande parte dos problemas no EMPREENDEDORISMO se inicia na Cultura Organizacional, que forma o Clima Organizacional, que por sua vez cria os Comportamentos Organizacionais.
Esta situação tem origem na falta de PROTAGONISMO, no despreparo do EMPREENDEDOR e na baixa qualidade da sua gestão empresarial. A Cultura Organizacional representa a mentalidade, o caráter e a maneira como a empresa é conduzida.
Reflete a mentalidade que predomina no EMPREENDIMENTO. Tem sua origem na pessoa do EMPREENDEDOR e se reflete nos funcionários. Representa normas informais e não escritas que mostram como todos agem.
A somatória da Cultura Organizacional, do Clima Organizacional e do Comportamento Organizacional se reflete de diversas maneiras:
● Na forma como o EMPREENDIMENTO é conduzido e na execução das tarefas.
● No modo como o EMPREENDEDOR se relaciona com clientes e fornecedores construindo a imagem da START UP no mercado, na qualidade dos produtos/serviços oferecidos.
● Na hierarquia e no ORGANOGRAMA.
● No modo como o EMPREENDEDOR trata, motiva e se relaciona com os funcionários.
● No grau de lealdade da EQUIPE.
Sugestão de Leitura
ROTTENBERG, LINDA; ZIEGELMAIER ROSEMARIE. De Empreendedor e Louco Todo Mundo Tem Um Pouco. Editora Alta Books. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2018.
COSTA, NELSON PEREIRA DA. Administração para Empreendedores – Um Estudo Introdutório da Administração no Mundo dos Negócios. Editora Ciência Moderna. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2018.
STANCOLOVICH, ERIKA; CASTRO FERNANDA. Empreendedores Resilientes – Histórias reais de pessoas que decidiram ser Protagonistas de suas vidas. Chiado Editora. São Paulo, 2019.
FARELL LARRY C. Atitude empreendedora. Editora Sextante. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2019.
BARDWICK, JUDITH M. Perigo Na Zona De Conforto. Editora Thomson Pioneira. Edição 1ª. São Paulo, 1996.
JUBRAM, RENATA. Autonomia, Resiliência e Protagonismo. Editora HYEGRARE. São Paulo, 2017.