INTRODUÇÃO:
Quando os especialistas analisam determinadas áreas para avaliar suas tendências, o objetivo é verificar o que poderá acontecer e fornecer subsídios para a TOMADA DE DECISÕES e novos rumos. Não se trata de preconizar o futuro com 100% de exatidão, mas pesquisar os KEY-POINTS (pontos chaves) que mostram as possibilidades que um dado setor apresenta.
De acordo com especialistas em GESTÃO DE PESSOAS, o foco das preocupações dos gestores deverão se voltar para 4 itens principais durante esta década. Eles são resultados de um processo evolutivo, que já vinha se formando desde 2010 e foi acelerado, em boa parte, pela PANDEMIA DE COVID 19.
1 – TRABALHO FLEXÍVEL
Seguindo o modelo de ECONOMIA COMPARTILHADA, a flexibilidade nas formas de trabalho será a base que deverá direcionar o relacionamento entre empresas e funcionários.
A ECONOMIA COMPARTILHADA é um novo modelo de negócios, quando o consumidor se beneficia de um produto/serviço sem que necessariamente haja o ato da compra (ou quando um grupo de pessoas compartilha o benefício trazido por um produto/serviço). Portanto, esta mudança não está restrita só aos processos de produção e comercialização. O novo cenário implica em grandes alterações no mercado de trabalho e nas relações entre a mão de obra e as organizações.
O TRABALHO FLEXÍVEL tem sua origem na FLEXIBILIZAÇÃO das relações entre capital e trabalho, tendo por base uma parceria entre a ORGANIZAÇÃO e TRABALHADOR (às vezes denominado com PARCEIRO). É o que possibilita que o empregado faça sua jornada contratual, seguindo um horário estabelecido previamente.
Para muitos candidatos às vagas de emprego que estão disponíveis, a FLEXIBILIDADE tem se tornado fator decisivo para a escolha da proposta de emprego. Entretanto, ao contrário da ideia geral, ter FLEXIBILIDADE vai muito além do que estar em HOME OFFICE de modo permanente ou em determinados dias da semana.
As modalidades da JORNADA FLEXÍVEL permitem maior liberdade ao COLABORADOR para poder cumprir seu horário (pelo número de horas diárias) sem o desgaste do deslocamento e a rigidez da pontualidade.
Além do mais, a FLEXIBILIZAÇÃO é vantajosa para que o empregado tenha condições de programar a vida pessoal, é favorável para a criação de uma parceria entre empregador e empregado, reduz as faltas, reduz os atrasos, elimina o BANCO DE HORAS, elimina as horas extras e constrói um ambiente de responsabilidade e engajamento.
Contudo, a FLEXIBILIZAÇÃO requer uma GESTÃO DE PESSOAS mais complexa, exige que a ORGANIZAÇÃO reveja sua CULTURA, tem um processo de COMUNICAÇÃO que pode perder muito da qualidade necessária, tem remuneração por desempenho e baixo rendimento no trabalho das pessoas que necessitam maior acompanhamento.
A escolha de alguma das modalidades da JORNADA FLEXÍVEL vai depender do tipo de atividade da empresa. Há atividades em que a FLEXIBILIZAÇÃO pode prejudicar o a produção, a prestação de serviços ou a qualidade do atendimento.
2 – BENEFÍCOS
Para os profissionais que atuam em JORNADA FLEXÍVEL ou em HOME OFFICE, muitos benefícios perderam a utilidade (vale transporte, auxílio combustível) e deverão ser substituído por outros formatos. Talvez eles sejam viáveis para outras modalidades à distância. Porém, algumas empresas já estão bancando a assinatura da INTERNET ou criando alguns tipos diferenciados como vale de compras com valores mais atraentes em substituição a CESTA BÁSICA.
3 – INCLUSÃO
Este tem sido um tema de vários debates sobre o desenvolvimento de programas ou alternativas que procurem:
Ampliar as oportunidades de trabalho para PCD.
Ampliar o espaço feminino em cargos executivos ou de liderança.
Ampliar as oportunidades de trabalho para LGBTQIA+ (movimento político e social que defende a representatividade e oportunidades para essa faixa de população).
Ampliar as oportunidades de trabalho para o grupo AFRO DESCENDENTE. As empresas deverão atentar para esta luta por mais igualdade e respeito à diversidade. É uma questão delicada e vai exigir uma mudança na mentalidade das empresas.
4 – SAÚDE MENTAL
No decorrer da história os homens sempre procuraram se adaptar às inevitáveis mudanças e às novas com reconfigurações na sociedade, na cultura, na economia e nas relações de trabalho. No presente, o cenário pós-industrial dá primazia à informação, à tecnologia e incentiva o desejo pelo consumo, as transformações acontecem em ritmo forte.
Esta evolução tornou os produtos (e as PESSOAS) descartáveis e obsoletos rapidamente e provoca alterações significativas na sociedade e na vida das pessoas. Estas mudanças velozes e as incertezas, sem sombra de dúvida, conduziram a um processo de DESGASTE EMOCIONAL muito mais intenso a partir dos anos finais do Século XX.
As situações não evoluíram de forma favorável nas duas primeiras décadas do Século XXI e se agravaram com a PANDEMIA DE COVID 19, NOVO NORMAL, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, transições, pressões por bons resultados no trabalho e a quebra do ritmo de vida.
Além das pressões no trabalho os profissionais estão expostos a diversas e abruptas mudanças diárias de intensidade variável: como as frustrações, alegrias, tristezas, temores, raiva, amor, desapontamento, insatisfação etc.
Cada vez mais o DESGASTE EMOCIONAL torna os indivíduos incapazes de responder aos desafios e mudanças da vida de forma equilibrada. E, na opinião de muitos analistas é a TENDÊNCIA que requer um olhar muito mais cuidadoso para os próximos anos.
Muitas empresas já vêm apresentando um nível de atenção bem maior quando se aborda o tema SAÚDE MENTAL. Há a busca por programas de desenvolvimento pessoal que procuram dar suporte aos colaboradores quanto ao seu bem estar psicológico.
O que antigamente era considerado como sentimentalismo ou pieguice, no presente se tornou um problema que pode afetar os resultados e o desempenho de qualquer empresa. Os programas de desenvolvimento pessoal estão procurando novas alternativas para lidar com os colaboradores em relação ao equilíbrio emocional, orientações para os que têm bloqueios ou não sabem lidar com conflitos, perturbações, privações, traumas ou as mudanças nos diferentes ciclos da vida.