INTRODUÇÃO:
A análise da figura do GESTOR em ADMINISTRAÇÃO é um assunto interessante dado a sua importância nas empresas. Este tema, que se renova sempre, é amplo e diversificado porque seu campo de atuação acompanha a evolução dos negócios e mantem sua complexidade. De fato, demarcar com precisão total as HABILIDADES, COMPETÊNCIAS e demais aspectos vitais que caracterizam o trabalho deste profissional é motivo de muitos debates.
As opiniões dos especialistas apresentam novas ideias sobre as COMPETÊNCIAS mais importantes para um GESTOR. Elas são consideradas como primordiais às atividades de um profissional atualizado, independentemente de sua área de trabalho ou especialidade. Entretanto, muitos deles só se dão conta dessas COMPETÊNCIAS (as novas ideias) quando elas deixam a desejar em alguma fase da carreira (na AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, no momento de concorrer a uma promoção e até mesmo em processos seletivos).
ENTENDENDO A COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA tem sido um dos temas mais abordados e em ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. Conceitos e visões diferentes foram sendo desenvolvidos e criaram ideias muito interessantes ao misturar as COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS, as COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS e os métodos em uso nas empresas para um resultado muito mais positivo.
1 – O entendimento do substantivo COMPETÊNCIA se refere ao conjunto de habilidades, atitudes e capacidade de um indivíduo usar seus conhecimentos, valores e decisões para realizar uma tarefa, desenvolvendo suas atribuições e responsabilidades, com sucesso em face de uma dada situação. Desta maneira, a COMPETÊNCIA está vinculada a qualificação para a realização.
Outras visões entendem que o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes é básico, mas insuficiente para uma ORGANIZAÇÃO a menos que este conjunto esteja totalmente disponibilizado, posto em prática pelo trabalhador de qualquer nível ou área.
Em empresas mais atualizadas, não existe mais espaço o modelo de GESTOR arraigado de maneira restrita ao seu departamento, com qualificação apenas suficiente para a realização das atividades. Mesmo assim, há um desequilíbrio entre a busca de um profissional ESPECIALISTA e de um profissional GENERALISTA completo.
Uma das visões mais atualizadas sobre COMPETÊNCIA para os GESTORES relaciona a sua capacidade de mobilizar todos os seus recursos individuais (e os recursos de sua EQUIPE) a favor da empresa.
A expectativa é a geração de valor econômico e a disseminação do conhecimento pelas relações interpessoais em um processo intenso de interação.
2 – COMPETÊNCIA também pode ser entendida como o conjunto de poderes que um indivíduo detém para praticar atos e tomar decisões de acordo com o assunto, hierarquia, localização etc. Exemplos: “A regularização dos materiais COMPETE ao ALMOXARIFE”. “COMPETE ao juiz a decisão sobre esta causa”.
AS NOVAS VISÕES SOBRE AS COMPETÊNCIAS
● – RESILIÊNCIA
É a capacidade do indivíduo se recuperar com rapidez diante dos fracassos e de resultados negativos. Um GESTOR com RESILIÊNCIA é capaz de atuar com maior flexibilidade no seu aspecto psicológico, aprender com os erros, agir na TOMADA DE DECISÕES diante de imprevistos ou ter o poder de adaptação às mudanças.
● – MULTIFUNCIONALIDADE
As mudanças no mercado têm sido bruscas e imprevisíveis. Para muitos, a MULTIFUNCIONALIDADE vem se tornando a COMPETÊNCIA profissional que está sendo cada vez mais solicitada em conjunto com a RESILIÊNCIA. Um GESTOR moderno tem apresentar facilidade e flexibilidade para comandar várias atividades simultaneamente.
● – A INTELIGÊNCIA SOCIAL
Esta COMPETÊNCIA também é conhecida como HABILIDADE INTERPESSOAL ou INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL.
Um GESTOR deve ser hábil para se ajustar aos diferentes perfis de pessoas e ser competente para lidar com seus subordinados e com profissionais do seu mesmo nível. Nenhum ser humano é igual. Portanto, a comunicação deverá ser adaptável a vários estilos para facilitar a construção de relacionamentos construtivos e a cooperação no AMBIENTE LABORAL.
● – OTIMISMO
Diante de algumas situações que os dias de hoje apresentam, é muito difícil manter a positividade. Contudo, o OTIMISMO, em diversas oportunidades, é a melhor ferramenta para a MOTIVAÇÃO no ambiente de trabalho (na maneira de ver o andamento dos negócios) e na própria vida. Sempre haverá uma alternativa por pior que sejam os problemas. Muitos profissionais recorrem a PNL (PROGRAMAÇÃO NEURO LINGUÍSTICA) em busca de perspectivas positivas.
A manutenção de pensamentos negativos influi de maneira negativa no desenvolvimento profissional, na saúde e, de modo geral, no bem-estar. É preciso cultivar pensamentos positivos diariamente e evitar pensamentos negativos.
● – AUTOCONFIANÇA
Dentre as novas ideias desenvolvidas para as COMPETÊNCIAS de um GESTOR, talvez esta seja a mais difícil em função das fortes pressões que o trabalho exerce e dos componentes do AMBIENTE CORPORATIVO. É definida como a maneira como um profissional julga sua própria capacidade e energia para enfrentar os mais variados desafios. Ela é fundamental para a SAÚDE MENTAL e bem-estar psicológico.
A AUTOCONFIANÇA também é entendida como o sentimento de confiança de uma pessoa nas suas habilidades, qualidades e julgamentos. Infelizmente, muitas pessoas desperdiçam tempo, talento e energia semeando rivalidades, inveja e críticas destrutivas. Porém, profissionais confiantes, em geral, conseguem alcançar resultados excelentes por sua atuação GENERALISTA e pela variedade de CONHECIMENTOS.
● – AUTODETERMINAÇÃO
A TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO (SELF-DETERMINATION THEORY – SDT) foi criada por EDWARD L. DECI e RICHARD M. RYAN na década de 70 abordando a MOTIVAÇÃO humana a partir a importância da evolução dos recursos internos da personalidade do indivíduo para regular a si mesmo sem intervenção externa.
A SDT continua sendo desenvolvida e até hoje é debatida em diversos estudos que abrangem o campo da MOTIVAÇÃO. A Teoria e os seus pressupostos apontam a MOTIVAÇÃO condicionada e direcionada em função de diversos fatores (INTERNOS e EXTERNOS) que exercem influência e causam diferentes efeitos sobre o comportamento dos indivíduos.
Para um profissional em uma posição gerencial, podemos entender que é a capacidade de assumir responsabilidades e tomar decisões com AUTONOMIA. GESTORES, com um nível alto de AUTODETERMINAÇÃO, têm a tendência de ser mais motivados e mais comprometidos com os resultados.
A AUTODETERMINAÇÃO é um conjunto de comportamentos e habilidades relativos à capacidade do profissional ser o agente do seu próprio bem-estar dentro de um processo intencional. O comportamento autodeterminado é caracterizado por ser AUTÔNOMO e AUTORREGULADO em um processo de EMPODERAMENTO psicológico que resulta em AUTORREALIZAÇÃO. Contudo, é preciso um AMBIENTE favorável em uma CULTURA ORGANIZACIONAL que apoie o trabalho baseado em DESCENTRALIZAÇÃO e que permita a AUTONOMIA.
Sugestão de Leitura
QUINN, ROBERT E; FAERMAN, SUE R.; THOMPSON, MICHAEL P. McGRATH; ST CLAIR, LYNDA S. Competências Gerenciais. Editora Elsevier. Edição 5ª. São Paulo, 2012.
CODA, ROBERTO. Competências Comportamentais: Como Mapear e Desenvolver Competências Pessoais no Trabalho. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2016.
ANTUNES, LUCEDILE. SOFT SKILLS: competências essenciais para os novos tempos. Editora Literare Books International. Edição 1ª. São Paulo, 2020.
QUINTÃO, LUCIANA CHINAGLIA. Inteligência Social. Editora Dialogica. São Paulo, 2019.
