9 – Tomada de Decisão – Ambientes de Decisão 

INTRODUÇÃO:

Uma DECISÃO sempre considera dois elementos: a ESCOLHA e a OPÇÃO. Na tarefa dos GESTORES, a DECISÃO consiste em uma escolha frente a várias alternativas e, somente uma delas, deverá ser escolhida diante de um PROBLEMA ou OPORTUNIDADE. Os Administradores estão continuamente tomando DECISÕES nos diversos níveis da hierarquia organizacional. E, de acordo com a filosofia de trabalho da ORGANIZAÇÃO, eles também incentivam e motivam os colaboradores a tomarem decisões em relação às metas e tarefas.

Uma ORGANIZAÇÃO é entendida como um SISTEMA DE DECISÕES. Dentro desse sistema, cada participante age de maneira consciente e com racionalidade para fazer ESCOLHAS e tomar DECISÕES. É um processo de ESCOLHA e OPÇÃO que ocorre segundo a personalidade de cada colaborador, das suas motivações, atitudes e a interpretação das situações.

PROCESSO DECISÓRIO E A TOMADA DE DECISÃO

O PROCESSO DECISÓRIO é o caminho que o administrador faz mentalmente para a sua TOMADA DE DECISÃO. Os seus 7 elementos mais importantes são:

1 – Estado da natureza: compreende as condições de incerteza, risco ou certeza que o Tomador de Decisão  deverá resolver.

2 – Tomador de Decisão: é o profissional (ou a EQUIPE) que faz a ESCOLHA e a OPÇÃO entre as alternativas para resolver um PROBLEMA ou aproveitar uma OPORTUNIDADE.

3 – Objetivos: são os fins ou resultados esperados.

4 – Preferências: são os critérios utilizados pelo TOMADOR DE DECISÃO.

5 – Situação: são as características do ambiente em que o Tomador atua diante de elementos fora do seu controle, do seu conhecimento ou compreensão. Contudo, têm potencial para influenciar a sua ESCOLHA.

6 – Estratégia: é a ação que o TOMADOR opta para melhor atingir os objetivos.

7 – Resultado: é o resultado da estratégia.

A TOMADA DE DECISÃO

É o processo para a escolha de uma ação em face de várias alternativas existentes para a solução de um PROBLEMA ou aproveitamento de uma OPORTUNIDADE. Para a TOMADA DE DECISÃO, o profissional ou a EQUIPE necessitam analisar, argumentar, ponderar e avaliar todas as alternativas. Mas, muitas delas se relacionam a eventos futuros, difíceis de predizer diante das incertezas do ambiente de negócios.

“Como o ambiente muda a cada instante devido às forças econômicas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, demográficas e ecológicas, a organização torna contingente em relação a todos estes aspectos mutáveis e dinâmicos”. CHIAVENATO, IDALBERTO. Administração nos novos tempos. Elsevier. Rio de Janeiro (2004) – pág. 53.

Desta maneira, a TOMADA DE DECISÃO acontece em várias conjunturas e situações que transformam esta tarefa em algo estafante, complexo e repleto de desafios em três AMBIENTES DE DECISÃO:

● – Ambiente de Certeza: é quando a INFORMAÇÃO é suficiente e adequada para poder conjecturar os resultados de cada uma das alternativas. O maior obstáculo está em localizar a alternativa que apresente a solução ideal (ou, na pior das hipóteses, aquela que seja satisfatória).

O Ambiente de Certeza é uma exceção para o GESTOR, pois ele é mais comum em níveis operacionais.

● – Ambiente de Risco: é quando não há como prever os resultados das alternativas com absoluta certeza, mas, apenas com certa probabilidade por meio de estatísticas ou por intuição administrativa.

O Ambiente de Risco é comum no nível intermediário das organizações.

● – Ambiente de Incerteza: é quando o TOMADOR DE DECISÃO possui pouco ou nenhum conhecimento, DADOS e INFORMAÇÕES que possam servir de base para poder atribuir probabilidades a cada evento futuro.

O Ambiente de Incerteza é uma situação comum na DIRETORIA/ALTA ADMINISTRAÇÃO. Este nível requer um planejamento contingencial com alternativas variadas e flexíveis.

FERRAMENTAS DO GERENCIAMENTO

Para que a TOMADA DE DECISÃO se torne uma atividade útil e mais assertiva, além de um sistema de INFORMAÇÕES, os GESTORES deverão contar com as ferramentas gerenciais disponíveis. Elas são de grande valia na correção de PROBLEMAS e no aproveitamento de OPORTUNIDADES.

Um processo de TOMADA DE DECISÃO, mesmo em relação às várias TAREFAS rotineiras, deve seguir normas e deve ser feito com zelo para chegar ao maior grau de EFICIÊNCIA, EFICÁCIA e EFETIVIDADE possível. Muitas vezes, as escolhas não são muito fáceis.

A manutenção de BANCO DE DADOS atualizado, confiável e com INFORMAÇÕES corretas e importantes pode aumentar o nível de acerto nas TAREFAS, identificar e corrigir falhas (onde realmente está o PROBLEMA e o principal ponto que precisa de algum tipo de ação efetiva).  A identificação dos PROBLEMAS pode ser feita através da constatação de CAUSAS e CONSEQUENCIAS usando:

● – CHECKLIST.

● – Análise SWOT (ou PFOA ou FOFA).

● – Análise PEST.

● – Diagrama de ISHIKAWA (ou Espinha de Peixe) para diagnóstico e identificação do problema ou oportunidade.

● – 5 PORQUES

● – FLUXOGRAMA.

● – CURVA ABC para diagnóstico e identificação do problema ou oportunidade.

● – Gestão Documental, estatísticas, indicadores de desempenho e indicadores de não conformidades.

● – Gráficos e Histogramas. 

● – MATRIZ GUT.

● – MATRIZ BCG.

● – MÉTRICAS e KPI’S.

● – Sistemas de Informação Contábil.

● – PODC/5W2H/PDCA para administrar as tarefas.

● – BRAINSTORMING e BRAINWRITING.

● – PARADIGMA DE RUBINSTEIN – MDPO.

Identificação do PROBLEMA ou OPORTUNIDADE, Geração de alternativas e Avaliação da Decisão. 

Também é conhecido como MDPO (MÉTODO DE DELINEAMENTO DE PROBLEMAS ORGANIZACIONAIS). Trata-se de um recurso que permite aos GESTORES organizar as relações de CAUSA X EFEITO existentes em um PROBLEMA utilizando um diagrama. Para formular soluções é preciso definir os efeitos, listar as possíveis variáveis e identificar os parâmetros. O uso do MDPO deve ser iniciado com a pergunta “COMO?” para a solução de um PROBLEMA. O MDPO é dividido em três fases:

1• –  Quais os EFEITOS DESEJADOS, ou indicadores para a solução de um determinado PROBLEMA?  O EFEITO DESEJADO e que PODERÁ ser manipulado – o QUEREMOS ALCANÇAR?

2• – Relacionar os fatores que poderão ser manipulados. Ou seja, quais aqueles em que a ORGANIZAÇÃO poderá interferir como a forma para resolver PROBLEMA.  São chamadas de VARIÁVEIS – o QUE PODEMOS MUDAR?

3• – Identificar os PARÂMETROS, isto é, quais as condições que, ao contrário das variáveis, não se poderão ser modificadas – o QUE NÃO PODEMOS MUDAR?

ÁRVORE DE DECISÕES

A TOMADA DE DECISÃO (ou DECISION TREE ) não é um processo eventual e inconstante. Para os GESTORES trata-se de um procedimento contínuo e ininterrupto em qualquer tipo de ORGANIZAÇÃO. Cada DECISÃO, em geral, leva a uma ação que solicita outra DECISÃO e, assim, sucessivamente até chegar ao objetivo proposto. Todo este pensamento encadeado pode ser apresentado de forma gráfica pela Árvore de Decisões para a análise de vantagens e desvantagens.  Não há regra formalizada e cada profissional monta esta ferramenta da melhor forma que lhe aprouver.

A CONSTRUÇÃO DAS INTELIGÊNCIAS NA TOMADA DE DECISÔES

A habilidade dos GESTORES para lidar com diversas INFORMAÇÕES fará com que a ORGANIZAÇÃO tenha maiores possibilidades de sucesso para alcançar OBJETIVOS, construir CONHECIMENTO, criar o APRENDIZADO, ser inovadora e ter continuidade. Então, muitos estudiosos afirmam que a dinâmica causada pelas mudanças ocorridas nos últimos anos fez com que as ORGANIZAÇÕES mais evoluídas entendessem que organizar o CONHECIMENTO também é fundamental na TOMADA DE DECISÔES.

Dentro de uma visão HOLÍSTICA, organizar CONHECIMENTO passou a exigir das empresas que seus RECURSOS INTELECTUAIS (o Capital Humano ou o Contingente Intelectual) tenham qualidade maior e que sejam competitivos, bem como as formas e modelos mais ágeis de utilização das INFORMAÇÕES.

A ORGANIZAÇÃO INTELIGENTE

O professor CHUN WEI, da Universidade de Toronto (Canadá), pesquisa a gestão da INFORMAÇÃO, a busca de INFORMAÇÕES, o MONITORAMENTO AMBIENTAL, APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL e a gestão da TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Segundo WEI, uma ORGANIZAÇÃO é “INTELIGENTE” quando ela identifica, captura, disponibiliza e usa de forma extensiva a INFORMAÇÃO e o CONHECIMENTO na TOMADA DE DECISÕES.

Sugestão de Leitura

LIMA, AFONSO CARNEIRO. Tomada de decisão nas organizações: Uma visão multidisciplinar. Editora Saraiva Uni. Edição 1ª. São Paulo, 2012.

ALMEIDA, ADIEL TEIXEIRA.  Processo De Decisão Nas Organizações: Construindo Modelos De Decisão Multicritério. Editora Atlas. São Paulo, 2013. 

CRUZ, EDUARDO PICANÇO; BARRETO, CÉSAR RAMOS; FONTANILLAS, CARLOS NAVARRO. O processo decisório nas organizações. Editora Intersaberes. Edição 1ª. Curitiba, 2014.

DESPORTES, VICENT. A Tomada de Decisão em Cenário de Incerteza. Editora Biblioteca do Exercito. Rio de Janeiro, 2021.

ROLAND DEISER. Organizações Inteligentes. Campus Elsevier. Rio de Janeiro, 2011.

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