INTRODUÇÃO:
Após definir, conceituar e entender a importância dos STAKEHOLDERS (tratados como PI’S – PARTES INTERESSADAS ou PARTES INTERVENIENTES) é preciso identificar, analisar e classificar todos os componentes deste público que atua sobre a empresa ou organização com o poder de criar simultaneamente oportunidades e ameaças.
O trabalho para GERENCIAR o relacionamento com STAKEHOLDERS é complexo e demanda uma sequência de etapas para a Diretoria e para os GESTORES de qualquer nível.
Também é apropriado, em paralelo, considerar neste gerenciamento uma reavaliação da empresa em relação à sua Cultura Organizacional, Missão/Visão/Valores, desempenho organizacional e uso de Análise SWOT, BRAINSTORMING e BENCHMARKING.
IDENTIFICANDO OS STAKEHOLDERS
A – QUEM SÃO AS PI’S
O primeiro ponto na GESTÃO dos STAKEHOLDERS é identificar, listar e analisar todas as PARTES INTERESSADAS e as PARTES INTERVENIENTES enxergando os grupos de interesse e obter informações relevantes a seu respeito.
Cuidado: é necessária extrema cautela – a empresa é uma organização social e não apenas um operador econômico isolado, sem nenhuma conexão, atuando em ambiente incerto ou em ambiente estável.
A empresa traz aos seus parceiros expectativas de algum tipo de proveito que não é, necessariamente, de caráter econômico ou baseado em transações comerciais. Algumas PI’S podem ter por objetivo maior apenas uma vantagem, reparações ou ter participação num contexto mais amplo. Ou seja, existe um relacionamento com partes interessadas e intervenientes constituídas por grupos dos quais não se pode ignorar pontos de vista e interesses distintos e divergentes. E na maior parte dos casos, o conflito é inevitável.
B – CLASSIFICANDO STAKEHOLDERS
A princípio, o processo vai identificar e listar as PI’S: pessoas, organizações ou grupos e seus participantes. Todos se mostram bastante ativos, envolvidos e capazes de influenciar ou serem influenciados pelas decisões, ações e resultados da empresa. Possuem grandes possibilidades de causar impactos sobre os negócios de forma positiva ou negativa. Em geral a lista considera:
STAKEHOLDERS INTERNOS: PROPRIETÁRIOS – EXECUTIVOS DA EMPRESA – FUNCIONÁRIOS
STAKEHOLDERS EXTERNOS: ACIONISTAS – INVESTIDORES – BANCOS – CREDORES – CLIENTES – FORNECEDORES – CONCORRENTES – GOVERNO – SINDICATOS – SOCIEDADE – GRUPOS DE PRESSÃO – COMUNIDADE – ASSOCIAÇÕES – LEGISLAÇÃO E ÓRGÃOS LICENCIADORES – AMBIENTALISTAS – ONGS – OUTROS PÚBLICOS ETC.
Neste momento ainda não importa uma análise sobre o grau de interesse ou o peso que cada STAKEHOLDER. A preocupação agora é fazer a seleção e filtragem em meio a uma infinidade de componentes existentes no mundo corporativo.
Vale lembrar que este levantamento não é imutável e pode mudar ao longo do tempo. Outros poderão surgir e os Gestores têm que estar atentos para estas situações para as tomadas de decisões. Na lista surgirão muitos tipos de partes interessadas que serão identificados com base na atribuição de um ou combinação de outros atributos.
C – TABELA DE STAKEHOLDERS
Segundo critérios dos Gestores envolvidos, esta fase de mapeamento pode ser iniciada com uma sessão de BRAINSTORMING. A sessão tem como finalidade listar todas as potenciais partes interessadas e relacionadas às atividades da empresa numa tabela dos PRINCIPAIS intervenientes, expondo quais são os públicos afetados. Além da sessão de BRAINSTORMING inicial, é interessante o uso de BENCHMARKING para entender o tamanho dos públicos envolvidos.
A correta identificação das PARTES INTERESSADAS talvez seja uma das etapas mais críticas no processo, mas, permitirá uma maior segurança para as fases seguintes no estudo dos STAKEHOLDERS. Também será necessária a documentação das informações relevantes relacionadas aos seus interesses, envolvimento e impacto sobre a empresa.
REGISTRO, PRECAUÇÕES E CRITÉRIOS
O êxito de qualquer organização acontece em função da participação de suas PI’S. Após identificar e listar as partes interessadas relevantes, vistas como componentes essenciais, os GESTORES deverão documentar todas as informações possíveis. O prosseguimento do processo de análise deverá assegurar que as expectativas, objetivos e necessidades dos STAKEHOLDERS também sejam bem conhecidos e considerados.
Cada STAKEHOLDER é distinto do outro e pode alterar o seu posicionamento. Determinar sua influência exige um estudo aprofundado sobre seu nível de envolvimento, mesmo num processo temporário como um PROJETO ou num processo permanente como o negócio ou a MISSÃO da empresa. Um Acionista tem um perfil bem diferente de um Concorrente ou de um dos integrantes de uma Comunidade.
REGISTRO DAS PI’S
Tendo por base a Tabela de STAKEHOLDERS com o registro das partes interessadas, os Gestores devem elaborar um relatório ou documento ampliando a identificação:
– Nome (se for identificável).
– Posição (interna ou externa à organização).
– Empresa.
– Local e informações de contato.
PRECAUÇÕES
Os STAKEHOLDERS podem ser responsáveis e decisivos tanto pelo êxito quanto pelo fracasso da empresa. O maior obstáculo é identificar e prever todos aqueles IMPACTANTES e IMPACTADOS de forma direta (ou não) e os que têm uma grande influência sobre as atividades e objetivos da organização. Conhecendo cada STAKEHOLDER com exatidão, tanto interno como externo, será possível:
● Identificar interesses, alinhar as expectativas e definir a melhor forma possível de estabelecer uma relação positiva.
● Construir uma comunicação transparente e objetiva criando uma relação de confiança mútua com ações a serem desenvolvidas com cada um.
● Saber lidar com eles. A quem se deve dar maior importância e atenção? Este procedimento deve ser feito de acordo com uma escala de valores, levando-se em conta diferentes níveis de importância. A confiança mútua leva ao engajamento das PI’S e à junção de esforços para torná-los APOIADORES e não em OPOSITORES.
Cuidado: As relações entre Gestores e STAKEHOLDERS devem ter por base a visão, valores e metas da empresa como um TODO e não pelos interesses e valores dos departamentos.
CRITÉRIOS DE ANÁLISE DAS PI’S
O levantamento das informações é a etapa de diagnóstico, o agrupamento do maior número de dados possíveis. Neste estágio já é possível aprofundar a análise e ao mesmo tempo prever e avaliar como as PI’S identificadas poderão reagir ou responder.
– Papel em relação à empresa.
– Expectativas e possível influência.
– Finalidade na estratégia ou no projeto.
– Nível de engajamento.
– Interdependências.
– Impacto potencial na estratégia ou no projeto.
– Apoio potencial.
– Estão interessadas em quê?
– Podem interferir em quê?– Avaliação: apoiadora – neutra – resistente.
Sugestão de Leitura
PATZ, FÁTIMA; MONTES, EDUARDO. Gerenciamento Das Partes Interessadas: Como Engajar as Pessoas Em Seus Projetos. Editora Createspace Independent Publishing Platform, 2018.